CUIDADO COM OS ATALHOS
Rev. Ricardo Barbosa de Sousa
Brasil |
Brasileiro, pastor, professor e conferencista. |
Tenho recebido, com certa frequência, propostas tentadoras para ganhar muito dinheiro sem trabalho e sem sair de casa. Algumas vem pelo correio outras pela Internet. Outros já receberam por meio de correio as famosas pirâmides, nas quais, através de uma matemática duvidosa, a pessoa envia R$2.00, reproduz algumas cartas e pode ganhar até R$300 mil ou mais. Muitos ingênuos entram e alguns pouquíssimos espertos sempre ganham — dos ingênuos, é claro. Tenho recebido, também, com mais frequência do que as pirâmides e promessas alusivas a Bill Gates, propostas tentadores para solucionar problemas espirituais, eclesiásticos, pastorais e relacionais. São folhetos convidando para encontros, congressos, cursos e retiros que prometem a solução dos problemas relacionais, que a liderança das igrejas será mais dinâmica, que a vida de oração do crente será mais poderosa, que será batizado com Espírito Santo e receberá os dons que farão dele tudo aquilo que sonhou. Tudo será resolvido numa final de semana, numa palestra, num congresso, numa oração. Somos fascinados pelos caminhos mais curtos, seja para a solução de um problema econômico, espiritual ou de um conflito relacional. Trilhar o longo caminho da obediência, da dignidade, do trabalho honesto, da honra, do respeito, da formação do caracter, acaba, em ou outro momento, esbarrando na pressa e na sedução dos atalhos! Na busca frenética pelos atalhos encontramos os especialistas, aqueles que farão o seu caminho mais curto. Eles não perdem tempo com a complexidade da vida, vão direto ao ponto, pois em fim o caminho mais curto entre dois pontos é uma reta. Não sabe esperar, prefere os atalhos aos caminhos longos, a satisfação imediata ao crescimento maduro, as relações superficiais às amizades verdadeiras, preferem ser roborizados. Creio nos milagres e na intervenção divina que sobrenaturalmente transforma, liberta, cura e salva. Minha preocupação é com os atalhos que temos criado para a vida e a fé! A complexidade da vida e da experiência espiritual não pode ser simplificada e tratada com recursos técnicos. O processo do crescimento sempre passa por caminhos longos, sempre enfrenta desertos e vales áridos. A recomendação sábia e orientada pelo Espírito Santo nas Escrituras é para ter paciência nas tribulações. No caminho longo da maturidade não há atalhos! Mas todas as vezes que temos de que enfrentar as lutas e complexidades da vida, tornamo-nos vulneráveis aos atalhos. Ao invés de percorrer o caminho longo do discipulado de Cristo, discernindo sua vontade através do estudo cuidadoso e diligente das Escrituras, respondendo com obediência e submissão, buscando o poder e direção do Espírito Santo para viver a vida de fé, preferimos o atalho de um final de semana em que algum religioso carismático e especializado irá libertá-lo do caminho natural do discipulado e, como um passo de mágica, promovê-lo a mestre e discipulador de outros. Tome cuidado com os simplificadores da vida, com os atalhos da fé! Jesus, ele mesmo nos alertou para o caminho largo, fácil, convidativo, e espaçoso. Ele disse que a vida tem que passar pelo caminho estreito, apertado, difícil e árduo. A dura realidade é que não existem atalhos para o amadurecimento. Jesus nunca propôs nenhum atalho — short cut, nunca simplificou a vida, jamais apresentou qualquer substituto para a cruz que temos que carregar. A vida continua tal como era nos tempos de Nosso Senhor! Se aquilo que plantamos é uma boa semente, foi colocada num bom solo, regada e cuidada com carinho e amor pelo bom jardineiro, ela florescerá e dará frutos bons. Mas se o que plantamos é a semente da pressa e do interesse próprio, colocada na superfície de um solo volúvel e arenoso, regada com a impaciência de um jardineiro imaturo, ambicioso e vilão, ela morrerá antes mesmo de nascer.
Portanto, cuidado com os atalhos nefandos e simplicadores da vida e da fé cristã!
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PROFETAS MAIORES
Neuza Rocha
Estados Unidos |
Brasileira, Departamento de Apoio, cooperadora |
Profeta é aquele que é chamado para falar, para proclamar uma mensagem divina. A divisão dos profetas maiores da Bíblia Sagrada, compõem-se dos livros de: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel. O nome de Isaías significa salvação, e ele é conhecido como o profeta messiânico. O ministério de Isaías sucedeu durante o reinado de quatro reis de Judá: Uzias, Jotão, Acaz e Ezequias (Is 1.1). Seu livro tem três objetivos: 1º Confrontar a nação de Israel e as contemporâneas com a palavra do Senhor; 2º Profetizar esperança à geração futura de exilados judaicos que seria restaurada do cativeiro; 3º Mostrar que Deus enviaria o Messias, cuja salvação abrangeria todas as nações da terra. O nome de Jeremias significa Jeová estabelece. Ele começou seu ministério aos vinte anos, no XIII ano do reinado de Josias, aproximadamente 70 anos após a morte do profeta Isaías (Jr 1.2). Jeremias trouxe uma palavra severa da parte de Deus, porém tinha o seu coração quebrantado pelo seu povo, e chorava por ver a desgraça espiritual em que seu povo se encontrava. Ele ministrou quarenta anos em Jerusalém e cinco anos no Egito, durante a dinastia dos reis Josias, Jeoiaquim e Zedequias. Lamentações de Jeremias é uma continuação do livro de Jeremias. A Septuaginta descreve as seguintes palavras:
“E sucedeu, depois que Jerusalém foi levada ao cativeiro, que Jeremias se sentou a chorar e a lamentar, e lançou seu lamento sobre Jerusalém.” O nome de Ezequiel significa Deus fortalece, e foi um dos profetas do Cativeiro, juntamente com Daniel. Seu ministério profético pode dividir-se em duas etapas: 1º O profeta de condenação, que interpreta os acontecimentos vindouros para o remanescente que se encontrava exilado (1-24); 2º A tentativa de edificação dos exilados como povo de Deus (33-39). De todas as profecias de Ezequiel podemos destacar: A atalaia de Israel (3.16-27); A meretriz e as abominações de Jerusalém (16); Lamentação sobre o Rei de Tiro (28.11-19); A visão dum vale de ossos secos (37.1-14) e a torrente das águas purificadoras (47.1-12). O último livro da divisão dos Profetas Maiores é o de Daniel, cujo nome significa Deus é o meu juiz. Daniel foi levado para a Babilônia no terceiro ano de Jeoiaquim (605 a.C.). Ele recebeu do Senhor conhecimento, sabedoria e entendimento em toda visão e sonhos (Dn 2.5). Os grandes temas da profecia de Daniel são de suma importância para a Igreja atual: a apostasia do povo de Deus, a revelação do homem do pecado, a tribulação, a segunda vinda, o Milênio e o Dia do Juízo. A maior parte dessas profecias já obtiveram seu cumprimento.
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