PENSO, LOGO EXISTO!

“Não comas o pão daquele que tem os olhos malignos, nem cobices os seus manjares gostosos. Porque, como imaginou na sua alma, assim é; ele te dirá: come e bebe; mas o seu coração não estará contigo.” (Pv 23.6-7). O filósofo e matemático Francês, René Descartes, na sua rebuscada teoria do existencialismo, acertou em cheio a comunidade européia, hávida por mudanças progressistas e emergentes, com o seu discurso Método Universal de Encontro da Verdade. Por sua frase eternizada no Vernáculo, deu à sua filosofia um cunho doutrinário, quando disse: Cogito Ergo Sum – Je Pense, Donc Je Suis – Penso, Logo Existo! Com esse rico cardápio à mão, muitos anfitriões do ecumenismo têm se proposto a defender e eternizar várias doutrinas paralelas, como uma chamada Confissão Positiva - Evangelho da Saúde e da Prosperidade, Quebra de Maldições, Maldições Hereditárias, Maldição de Família e Pecado de Geração; pregadas por avivalistas em acampamentos cristãos, em congressos, em escolas bíblicas de férias, em reuniões convencionais e na televisão; e por mentores católicos carismáticos no exercício do Toque do Tom, da Cura Diferencial e do Exorcismo. Todos estes, evangélicos ou não, sem nenhuma consulta à exegese bíblica ou filtro teológico, estão sentados, cômodos, nos nichos das igrejas pós-modernas e emergentes. Entretanto, a anti-tese é acertiva e pragmática: não existimos porque pensamos; mas pensamos porque existimos! Portanto, o que Salomão queria dizer não era mais uma evasiva existencialista, e sim um comportamento da causa pelo efeito: como imaginou a minha alma, assim somos – ou nos movemos! A triconomia do homem existe desde a sua fecundação no seu santo berço materno. Porém, é na sua idade de conhecimento intelectual, que ele se move pela determinação de sua alma: “Tira a minha alma da prisão, para que louve o teu nome;”, e “por que estás abatida, ó minha alma?”; ”a minha alma está profundamente triste até a morte”, é um atestado peremptório desta verdade antropológica! Assim, o tratado de Salomão não está em nada correlacionado com a Meditação Transcendental, com a Confissão Positiva, com o Existencialismo Racional ou com o Penso, Logo Existo de Descartes! E sim, como a causa e efeito da Fé e do Materialismo; do Realismo e do Fatalismo; da Coragem e da Covardia; do Altruísmo e do Pessimismo; da Segurança e do Medo! O que somos é produto direto da nossa pré-disposição em permitir, ou não, Deus trabalhar e operar por nós e em nós! Não existimos isolados do criador: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração.” (At 17.28). Se somos prósperos, não é porque essencialmente pensamos positivamente, mas porque o pensamento altruísta da nossa alma permite que Deus, atravéz dele, opere eficazmente em nós e por nós! Senão, vejamos os exemplos bíblicos: 1. Os dois espias contra os dez de Moisés (Nm 14.8) - “Se o SENHOR se agradar de nós, então, nos porá nesta terra e no-la dará, terra que mana leite e mel.”; 2. Um leproso contra os nove curados (Lc 17.14-16) – “…e aconteceu que, indo eles, ficaram limpos. E um deles, vendo que estava são, voltou glorificando a Deus em alta voz. E caiu aos seus pés, com o rosto em terra, dando-lhe graças; e este era samaritano.”; 3. Uma semente contra as três plantadas (Mt 13.1-5) – “E falou-lhe de muitas coisas por parábolas, dizendo: Eis que o semeador saiu a semear. E outra caiu em boa terra e deu fruto: um, a cem, outro, a sessenta, e outro, a trinta.”; 4. Os onze contra um discípulo sem coração (Lc 6.15-16) – “Simão, ao qual também chamou Pedro, e André, seu irmão; Tiago e João; Filipe e Bartolomeu; Mateus e Tomé; Tiago, filho de Alfeu, e Simão, chamado Zelote; Judas, filho de Tiago, e Judas Iscariotes, que foi o traidor.”! Penso, porque existo, é a faceta única, de um ser único criado por Deus, e dotado de Intelecto, Consciência Moral e Volição!