O Caminho e os
Caminhantes
Oswaldo
Molarino Filho
Brasil |
Brasileiro, pastor,
professor e articulista. |
A gratidão é um atributo de quem realmente espera
em Deus. Não se agradece o que se quer receber, mas aquilo que
Deus ofereceu por meio das condições adversas. Nem tudo é
proveitoso segundo nossa perspectiva, mas se olharmos para o
futuro e crermos na presença de Deus, então o que semeamos hoje
pela palavra de Deus terá a seu tempo colheita - “assim será
a palavra que sair da minha boca: não voltará para mim vazia,
mas fará o que me apraz e prosperará naquilo para que a
designei”. Assim, temos que cultivar uma esperança
persistente e uma paciência histórica e não simplesmente
emocional ou psicológica. A paciência do cristão tem raízes na
esperança da vitória de Jesus Cristo. Não se alcança a vitória
por nossos próprios méritos ou por nossas ações bem planejadas e
executadas. O Senhor da história está presente nos
acontecimentos e Ele é o Autor da própria esperança e Consumador
da própria fé. Não demonstramos esperança quando somos guiados
pela ansiedade na missão do reino de Deus. O que se espera do
cristão é a paciente expectativa de caminhar com seus irmãos
para a realização da vontade de Deus. Quando somos caminhantes
velozes e ágeis no caminho precisamos, por um gesto de amor e
fé, aguardar aqueles que, apesar de caminharem lentamente,
precisam de nossa ajuda para continuar a jornada da fé. Como
prosseguir no caminho sabendo que deixamos irmãos para trás?
Será como correr inutilmente para alcançar um prêmio que já não
existe mais. Apesar de todo o cansaço que a jornada cristã
produz naqueles que caminham é preciso persistir com a esperança
de que Cristo permanece conosco. Ele tem demonstrado o quanto é
tolerante com a nossa falta de fé, falta de compromisso, falta
de discernimento, falta de amor, falta de respeito pelos demais,
falta de crença no trabalho dos outros, falta de tolerância com
os fracos, e tantas outras faltas. O que seria de nós se Jesus
não tivesse tanta paciência conosco? Precisamos desenvolver a
tolerância pela paciência na história do povo de Deus.
Reconhecer de que a ação de Deus acontece na trajetória do seu
povo e é preciso aguardar o desfecho da realização da vontade do
nosso Deus e não se deter em sintomas dos acontecimentos.
Digamos assim, não se pode dizer onde está o formigueiro quando
se segue apenas uma formiga, mas deve-se olhar toda uma legião
em movimento para se saber a direção do formigueiro. Da mesma
forma é preciso saber acompanhar as necessidades e fragilidades
do povo que caminha. Devemos com paciente amor estar prontos
para acolher todos e sermos a presença de Jesus em todo o
momento oportuno.
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Afeto
Mbaxi
Cabral
Estados Unidos |
Angolano, professor e
diácono na Igreja Pentecostal Betânia. |
Palavra proveniente do latim “affectione” que quer dizer
simpatia, amizade ou amor. O contexto bíblico, da lição
em pauta, visa três aspectos fundamentais do amor familiar: (1) Amor
Ágape, revelação
do amor de Deus para com a humanidade, ao oferecer seu Filho
Unigênito, para morrer por nossos pecados, na cruz do calvário. Por
esta razão,
o apóstolo Paulo recomenda aos maridos, a amarem sua própria mulher
como Cristo amou a Igreja (Ef 5:25). O amor Ágape é o único que não
perece, por isso todo o cônjuge deve amar a alma um do outro,
zelando, e orando pelo mesmo (1 Cor 13, Ef 5:28, Tt 2:4). Portanto,
o marido deve ser o sacerdote do lar, sendo responsável pela
intercessão
continua, e pela vida espiritual de sua família. (2) Amor Fraternal
ou Phileo, fala de harmonia, amizade e concórdia entre os
familiares. A bíblia enfatiza, que a mulher deve ser adjuntora de
seu esposo em sua vida marital diária (Gn 2:18), uma amiga bem
chegada. No caso da família, os pais devem amar a seus filhos,
tornando-os seus melhores amigos, gastando tempo com eles no
âmbito de aprimorar sua educação; porque os “filhos são herança
do Senhor” (Sl 127:3, Pv 22:6). (3) O amor Eros, entretanto, é a
relação
intima entre dois cônjuges, no intuito de frutificar (Gn 1:28). A
bíblia aborda determinados exemplos, como o de Jacó que não
teve nenhum relacionamento com Raquel até o dia do seu casamento, o
que simboliza respeito e pureza. Trabalhando sete anos para Labão,
ele conheceu a Raquel, mais tarde sua esposa, consumando o amor Eros
entre eles. (Gn 29: 18, 28-30). É importante realçar que o amor
é antagônico a paixão. A paixão é baseada numa atração física
passageira e emocionalmente desajustada, já o amor é um sentimento
maduro, que procura as virtude interiores do seu cônjuge, querendo o
melhor para ele. Para que este sentimento seja mantido, deve ser
alimentado constantemente esse tríplice amor, Ágape - Fileo - Eros,
e mantida uma boa relação
através do dialogo, submissão mútua, humildade, oração,
e dependência do Senhor. |