
Nossa Crise de
Alienação
Rev. Ézio Martins de Lima
Brasil |
Brasileiro, pastor,
professor e articulista. |
Freqüentemente muitos se sentem "perdidos", sem saber muito bem
quem são, para que nasceram. Isso se deve a um não conhecimento
de si mesmo, uma alienação existencial. Esta alienação leva o
ser humano à busca do autoconhecimento e, conseqüentemente, do
propósito da sua vida. João Calvino, o ‘reformador de Genebra’,
escreveu: “é evidente que o homem jamais alcançará um
conhecimento perfeito de si mesmo, a menos que primeiramente
vislumbre o rosto de Deus e daí desça para a contemplação de si
mesmo”. O conhecimento de nós mesmos, se não passa por Cristo, é
sempre distorcido. Uma auto-análise nunca é isenta de equívocos,
pois, ou há uma rejeição do ser, julgando-se um fracassado, o
que leva a um conformismo e acomodação com o seu destino,
ou, por outro lado, incorre-se no erro de supervalorizar o “eu”,
julgando-se melhor e mais forte dos que outros. Faz-se
necessário passarmos por Cristo. Ele vai dizer quem somos, vai
mostrar nossas qualidades, mas também nossas fraquezas, vai
revelar nossas mazelas, nossos medos interiores, nossas
incapacidades, nossos limites, vai mostrar o por quê dos nossos
impedimentos e recalques. Jesus é o único capaz de olhar
além das aparências. E, ao nos confrontar com o que de fato
somos, nos leva a uma crise entre o que pensávamos que éramos e
o que Ele está agora nos revelando que somos. Podemos ver
claramente essa "crise" acontecer em uma das mais fantásticas
conversões do Novo Testamento - a de Zaqueu. Um homem rico, ‘mal
visto’ por todos, cobrador de impostos, sem amigos verdadeiros,
e com um "rótulo" intragável para a maioria das pessoas. Mas
havia algo lá dentro dele que só Jesus conhecia e podia libertar.
Jesus não apenas sabia o seu nome ao olhar para o alto da árvore,
mas Jesus conhecia o seu potencial do que ele poderia "vir a
ser". Se perguntássemos a Zaqueu até aquele dia quem ele era, a
resposta seria - "eu sou um rico miserável, não sou feliz,
sou um solitário, ninguém me ama.” Havia algo dentro de Zaqueu
que precisava ser curado. Conversão é cura! Cura das mazelas,
cura das feridas, cura do passado, cura da totalidade do ser.
Zaqueu jamais poderia dizer o que disse "dou metade dos meus
bens aos pobres e restituo quatro vezes mais a quem defraudei",
se não tivesse passado por uma profunda conversão. Quando
sabemos o que somos em Cristo, não há espaço para o medo, para a
reserva, para as meias palavras. Quem sabe o que é não tem nada
a esconder. Esse encontro do “nosso ser” com Cristo liberta-nos
da angústia causada pela alienação pessoal, ao mesmo tempo em
que nos traz a consciência do sentido da nossa vida: não mais
nos rejeitamos; não mais nos conformamos e não mais fugimos da
nossa realidade. No nosso encontro pessoal com Cristo a “questão
da nossa crise de alienação” encontra a resposta final!
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Ansiedade
Manurela
Barros
Estados Unidos |
Brasileira, professora,
Diretora do Evangelismo e Tesoureira da Igreja. |
Receio sem objeto ou relação com qualquer
contexto de perigo, e que se prende, na realidade, a causa
psicológica inconsciente (Novo
Dicionário Aurélio de Língua Portuguesa). A ansiedade por se
tratar de um estímulo psicológico, atinge a alma do homem. Porém,
não é difícil perceber que as conseqüências da mesma podem atingir o
corpo e até mesmo o espírito. Atinge o corpo através de estímulos
acidulantes que causam distúrbios no sistema nervoso e
gastro-intestinal do homem. Se concernente ao corpo já se encontra a
ansiedade sendo um fator desgastante, ao ser espiritual humano ainda
mais. O conceito de ansiedade é reverso ao da fé em Deus. Por isso o
apóstolo Pedro diz: “lançando sobre ele toda a vossa ansiedade,
porque ele tem cuidado de vós” (1 Pe 5.7). Se o crente vive por
fé e não por vista nunca será afetado por este mal. Contudo Jesus em
seu ministério terreno, mostrou entender que o homem vivia ansioso
pelas suas banais necessidades e os instruiu: “Não andeis
ansiosos quanto à vossa vida, pelo que haveis de comer ou pelo que
haveis de beber; nem quanto ao vosso corpo, pelo que haveis de
vestir. Olhai para as aves do céu que não semeiam nem
segam, nem ajuntam em celeiros; e vosso Pai celestial as alimenta.
Não tendes vó muito mais valor do que elas? Mas buscai primeiro o
Reino de Deus, e a sua justiça, e todas essas coisas vos serão
acrescentadas” (Mt 6.25,26,33).
Definitivamente a ansiedade não deve ser um mal que aflige a vida do
crente, pois este deve, através da oração, deixar Cristo, nosso
Senhor e Salvador, suprir toda sua necessidade e permitir que o
Espírito Santo Consolador cuide de sua alma. Orienta o apóstolo
Paulo: “ Não estejais inquietos (ansiosos) por coisa alguma;
antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus,
pela oração e súplicas, com ações de graça. E a paz de
Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e
os vossos sentimentos em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7).
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