Certo pregador (ou animador de auditório?) afirmou, recentemente, diante de milhares de pessoas, que nós, como filhos de Deus, somos deuses! Depois de citar alguns versículos sem respeitar seus contextos, ele sugeriu que, assim como filho de peixe peixinho é, filho de Deus deusinho é! Não é de hoje que ouço essa aberrante heresia de que os filhos de Deus são deuses. A frase “Somos deuses”, aliás, é muito usada pelos pregadores triunfalistas, os que abraçaram os falsos ensinamentos do movimento da Confissão Positiva e da Teologia da Prosperidade. Eles costumam afirmar que os crentes são deuses andando na terra ou super-homens, com poderes especiais para determinar todas as coisas que desejarem. Um famoso expoente triunfalista chegou ao ponto de afirmar — de modo blasfemo — que o Senhor assumiu a natureza de Satanás na cruz para que os crentes pudessem ser maiores que o próprio Senhor Jesus (HAGIN, Kenneth. O Nome de Jesus. São Paulo: Graça Editorial). A frase “Somos deuses” é uma falsificação de Salmos 82.6: “Vós sois deuses, e todos filhos do Altíssimo”. Estudando a afirmação de Asafe à luz de seus contextos imediato e remoto, vemos que ele se referiu, de modo irônico, aos magistrados injustos de sua época, os quais, embora nada soubessem e andassem em trevas, pensavam saber alguma coisa (vv. 4,5). Asafe, então, concluiu: “como homens morrereis, e como qualquer dos príncipes caireis” (v. 7). Interpretando o texto sagrado acima e outros de forma equivocada, os triunfalistas pensam que são deuses andando na terra. Uma das suas maiores eisegeses — não as confunda com exegeses — é baseada em 2 Pedro 1.4. Falsificando essa passagem, eles dizem que somos participantes da natureza divina em sua plenitude. Mas, em 2 Pedro 1, o apóstolo não afirmou que somos deuses ou participantes de todos os atributos da divindade, e sim participantes da natureza divina quanto aos atributos comunicáveis de Deus: amor, santidade, bondade, fidelidade, etc. (vv. 5-9; cf. Gl 5.22; Cl 3.12,13). O Diabo é um deus (2 Co 4.4). O dinheiro pode ser um deus (1 Tm 6.10; Ef 5.5). O ego pode ser um deus (Jo 3.30; Lc 9.23). Daí a egolatria. E assim por diante. Como o Deus Todo-poderoso é o único com "d" maiúsculo, todos os deuses com "d" minúsculo são inimigos de Deus. Entendeu por que o salvo jamais deve querer ser um deus? Percebeu como é uma blasfêmia dizer "Somos deuses"? Portanto, o título "Deus dos deuses", em Salmos 136.2, não denota que Ele é um Deus que comanda pequenos deuses. Na verdade, significa que todos os deuses deste mundo — com "d" minúsculo — são falsos diante do único Deus soberano e verdadeiro (Jo 17.3; Sl 95.3). Diante do exposto, os pregadores triunfalistas blasfemam quando dizem: “Ser um pequeno deus não é o mesmo que ser igual ao Deus Todo-poderoso. Somos, na verdade, semelhantes a Ele. Somos deuses com 'd' minúsculo”. Na verdade, o Senhor — que não dá sua glória a ninguém (Is 42.8) — pergunta, em sua Palavra: “A quem me fareis semelhante, e com quem me igualareis, e me comparareis, para que sejamos semelhantes?” (Is 46.5). Nenhum de nós pode igualar-se ou sequer assemelhar-se a Deus!
Moeda corrente; quantia; qualquer espécie de numerário. É utilizado como uma medida por diferentes povos em troca de algo de valor, para pagamento de bens adquiridos ou serviço prestado. O livro de Gênesis afirma que do suor do nosso rosto ganharíamos o pão, e, por conseguinte, o dinheiro é símbolo da recompensa de nossa labuta diária. Entretanto, “o amor ao dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos” (Gn 3:19, 1Tm 6:10). Nos antigos tempos, as pessoas usavam a prata como forma monetária, e o metal se tornou um fator importante no comércio oriental. O valor da prata era determinado pelo seu peso (Gn 23.16; 1Cr 21.25). Com ela, tributos eram pagos pelas nações (1Rs 9.14) e adoradores a traziam como oferta ao Templo de Jerusalém (1Cr 29.4). A palavra dinheiro aparece no Antigo Testamento 112 vezes (KJV), como tradução da palavra hebraica para prata. A Bíblia diz que do Senhor é a terra e toda sua plenitude, e que o ouro e a prata são do Senhor! (Ag 2.8) Quando Deus deu à Israel a terra de Canaã como sua possessão e herança, era esperado que eles fossem os mordomos da terra, e que cuidassem daquilo que Deus os confiou. Isto incluía suas propriedades, bens, família, dinheiro e tudo que fosse de valor (Ex 15.17-18; Lv 25.23). Portanto, tudo que nós recebemos vem do Senhor, e Ele é que nos dá energia e força para trabalhar. Por esta razão, devemos ser mordomos das nossas finanças, sabendo as administrar. Existem três tipos de ensinamentos fundamentais sobre os deveres do crente que podemos extrair do Velho Testamento acerca das finanças: I. Dízimo: a décima parte do salário que todo membro deve oferecer em sua igreja local (Dt 14.22,28); II. Dízimo dos dízimos: concerne ao dízimo de todos os ministros que trabalham a tempo integral na igreja e são sustentados por ela (Nm 18.26); III. Oferta alçada: oferta voluntária que cada pessoa põe à parte e oferece ao Senhor, segundo a sua prosperidade, e que diz respeito a todo cristão (1Co 16.2; Nm 18.8,19). Este mandamento não só foi para o Velho Testamento, mas Jesus o ensina também, quando diz aos fariseus: “Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo, a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e não omitir aquelas” (Mt 23:23). É importante realçar que como cristãos devemos ajudar uns aos outros, como descreve o doutor Lucas, que a igreja tinha tudo em comum (At 2:44,45).