Meu pastor sempre diz: “Não se enganem, O Reino de Deus não está falido!” Como crentes cremos nisso, mas há momentos na nossa história que parece até que ele já está em processo de falência. Um bom exemplo foram os dias e anos que antecederam à encarnação de Jesus. A situação espiritual da nação de Israel era precária. Afinal, foram quatrocentos anos de total silêncio da parte de Deus; nada de profecias, nada de milagres, não se sentia a presença de Deus e não se ouvia a voz de Deus. Vejamos a profecia de Isaias quando anunciava a vinda do Messias: “O povo que andava em trevas viu uma grande luz, e sobre os que habitavam na região da sombra de morte resplandeceu luz.” (Is 9.2) Trevas e escuridão espiritual era a realidade que preconizava o advento da Luz. Isaias segue a profecia falando de jugos a serem quebrados, cetro do opressor, armaduras e sangue, mas finaliza o contexto com o anúcio: “Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; ... e o seu nome será Maravilhoso, Deus Forte, Pai da Eternidade , Príncipe da Paz.” (Is 9.6) Foi ainda necessário a Deus enviar um precursor, um arranca-pedras, aquele cuja mensagem de arrependimento haveria de aplainar o terreno de Israel para que pudesse receber a pedra de esquina, sobre a qual o mais belo edifício espiritual da divindade haveria de ser construído – a Igreja de Jesus. Foi em meio a esta escuridão e sequidão espiritual que Jesus veio a este mundo. Nasceu em Belém, e ao oitavo dia foi circuncidado, segundo a Lei, e depois do tempo da purificação foi apresentado ao Senhor. Alí em Jerusalém, no Templo do qual Jesus, no futuro, expulsara os cambistas, estava um ancião chamado Simeão. Deus deu testemunho dele como homem “justo e temente a Deus” (Lc 2.25). O texto Sagrado ainda reconta que o Espírito Santo tinha revelado a Simeão que ele não morreria antes de ver o Cristo, e Simeão alimentou esta esperança cada dia de sua vida. E certo dia, ele foi impulsionado pelo Espírito a ir ao Templo, e o menino que lhe foi dado para apresentar naquele dia não era outro senão Jesus, o Filho de Deus. Ao tomá-lo em seus braços, Simeão começa a profetizar sobre quem era o menino e seu futuro. Simeão tinha por fim visto se cumprir na sua vida a promessa pela qual ele esperou cada dia, porque Deus é fiel. Naquela mesma hora estava no Templo de Jerusalém uma mulher anciã chamada Ana, de oitenta e quatro anos, viúva desde a sua mocidade, a qual havia dedicado sua vida para servir ao Senhor diariamente no Templo, com jejuns e orações. Ela era profetiza, e naquele dia, ela começou a dar glória a Deus e a falar a todos de Jesus, o qual era a redenção de Deus para Israel (Lc 2.36-38). Simeão e Ana são a prova de que o Reino de Deus nunca se encontrará falido. Enquanto outros faziam negócio no Templo, mostravam sua falsa santidade e, como atualmente, suas belas e requintadas vestes nas passarelas dos púlpitos das igrejas e, saem como esses, pra suas casas vazios de Deus, e de volta a seus pecados. Simeão e Ana, entretanto, dedicaram suas vidas ao Senhor. Priorizar a Deus, ouvir e obedecer ao Espírito nunca foi popular. Tampouco Deus haje de acordo com nosso imediatismo, veja que ambos já eram velhos, foi toda uma vida esperando no Senhor. Mas valeu a pena, eles receberam suas promessas aqui na terra, ganharam a vida eterna no céu, e ainda provaram a nós hoje que Deus sempre tem homens e mulheres, que contrário às correntes das modas evangélicas atuais, sabem renunciar suas vidas em fidelidade e devoção a seu Deus.
Os dez mandamentos, ou Decálogo, foram revelados por Deus, por meio de Moisés ao povo de Israel. Os Dez Mandamentos, descritos no capítulo 20 de Êxodo, foram originalmente proferidos pela própria voz de Deus no Monte Sinai, três meses após a partida de Israel do Egito, a fim de serem ouvidos por todo o povo. Após a pronunciação oral do Decálogo, foi também por duas vezes escrito pelo dedo de Deus em tábuas de pedra. As primeiras tábuas foram quebradas por Moisés em sua indignação, quando ao descer do monte, contemplou o pecado do povo adorando um bezerro de ouro (Ex 32.19). As segundas, foram colocadas dentro da arca do concerto para memória dos filhos de Israel (Ex 40.20). O Decálogo além de ser um sumário compreensivo da lei de Deus, é o preâmbulo de 613 preceitos da lei dadas por Jeová a Israel. A histórica ocasião da entrega original dessa revelação foi o estabelecimento da aliança teocrática entre Deus e o seu povo. Os Dez Mandamentos podem ser claramente divididos em dois grupos: o teológico e o ético. Os primeiros mandamentos são de caráter teológico e dizem respeito ao deveres do homem para com Deus. O segundo grupo são de caráter éticos, e dizem respeito aos deveres do homem para com o seu próximo. Jesus resumiu ambas classificações em dois grandes mandamentos: "Amarás o Senhor teu Deus, de todo o teu coração... [teológico] e amarás ao teu próximo como a ti mesmo [ético]". Desses dois mandamentos dependem toda a lei e os profetas (Mt 22.37-40). As leis de Deus contidas no Pentateuco podem ser classificadas como: 1º Juizos - Regra ou lei estabelecida por uma autoridade (Ex 21). 2º Estatutos - Regra permanente de conduta. (Alguns desses estatutos tratam sobre instituições religiosas, festas ou ofertas, Dt 16). 3º Mandamentos - Uma ordem, decreto, ou uma norma. Todas as normas cerimoniais, morais e cívicas da Lei, apesar do seu caráter local e transitório, não cabendo à igreja observá-las na realidade cultural contemporânea, foram embasadas nos principios de caráter explicitamente moral e espiritual que aparecem na mesma lei, cuja universalidade está clara nas Escrituras. Os Dez Mandamentos integram-se às Leis do reino de Cristo, e não foram apenas dados ao povo judeu, mas podem ser aplicados a todos os povos, de todas as épocas. Os antigos cumpriam os mandamentos em Israel de modo formal e frio. Contudo, Jesus deu um sentido muito mais elevado a estes mandamentos. Em sua doutrina, ele deu-lhes um caráter notadamente espiritual e abrangente, valorizando mais o interior do homem, sem desmerecer seu exterior. A lei seria transitória para aquilo que haveria de vir através do segundo Adão - a Graça. Por isso o apóstolo Paulo é claro quando escreve à Igreja de Corinto: "E, se o ministério da morte, gravado com letras em pedras, veio em glória... como não será de maior glória o ministério do Espírito?" (2 Co 3.7,8).