AMBIENTE: (Lucas
13.6-9) — Jesus regressando da área nortenha da Galiléia, após uma semana larga
de excursões, entra em Jerusalém, e logo em volta dele estaciona uma não pequena
multidão, a qual começou a argumentar sobre a autrocidade ocorrida no templo, em
Jerusalém: “E, naquele
mesmo tempo, estavam presentes ali alguns que lhe falavam dos galileus, cujo
sangue Pilatos misturara com os seus sacrifícios...” (Lc 13.1). Jesus
discorda do argumento perpetuado pelos fariseus, de que todos acidentes
semelhantes eram a punição de Deus pelos pecados cometidos por esses. Jesus os
interpela ainda, acrescentando o acidente natural ocorrido adjacente ao Tanque
de Siloé, responsável pela morte de 18 inocentes: “E aqueles dezoito, sobre
os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do
que todos quantos homens habitam em Jerusalém?” (Lc 13.2). As
reivindicações da época eram as mesmas de hoje: onde estava Deus quando
ocorreram os tsunamis no Japão e Indonésia?; onde estava Deus quando mais de
duas mil vítimas morreram no atacado do World Trade Center? — “De que se
queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.”. A
nação estava em caos total, e os amotinados pairavam em todos os lugares. E,
ainda para somar ao sofrimento do povo, os fariseus advogavam, com alma aberta,
que todos esses maus acontecimentos advinham do resultado do pecado do indivíduo
ou da família — “... Rabi, quem pecou, este ou seus pais, para que nascesse
cego?” (Jo 9.2). O governador Pôncio Pilatos e o rei Herodes Agripa estavam
com as suas soldadelas armadas até aos dentes! Qualquer sinal de desordem, quer
dos Zelotes do sul ou dos Galileus do norte, era resultado de chacina
imperdoável! Jesus antevendo a desgraça da nação oriunda do seu pecado e da sua
rejeição ao Messias, afirma: “Cuidais vós que esses galileus foram mais
pecadores do que todos os galileus, por terem padecido tais coisas? Não, vos
digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo
perecereis.” (Lc 13.3)! EXPLICAÇÃO: Esta parábola
é relatada unicamente no Evangelho de Lucas. A ênfase colocada nela por Jesus, é
o arrependimento. A nação à beira do caos físico e espiritual, continuava fazendo ouvido de
mercador para os veementes apelos de Jesus! Flávio Josefo sublinha, com
exclusividade, os atentados ocorridos no templo de Samaria, assim como no templo
em Jerusalém, quando Pilatos suspeitoso de alguns galileus que foram sacrificar
em Jerusalém, os matou a todos e, infamemente, deixou que o sangue deles se
misturassem com os das vítimas do altar! Os motins estavam presentes por todo os
lados de Jerusalém! De repente, ecoa a notícia de que a Torre de Siloé,
acidentalmente tinha desabado, matando a dezoito! Um negro véu de medo, dor e
incerteza cobre toda a nação. Jesus tem pressa que chegue aquela quinta-feira,
para não ser vítimado antes do tempo juntamente com os amotinadores! Enfim, Ele
era galileu de coração — Caná, Magdala, Betesaida, Capernaum eram as prediletas
cidades do seu ministério! O início da parábola é um status quo da nação de
Israel: uma figueira plantada numa vinha. O emblema da nobresa na nação estava
em ser chamada em toda a história bíblica, de vinha: “Agora cantarei ao meu
amado o cântico do meu querido a respeito da sua vinha. O meu amado tem uma
vinha num outeiro fértil. E cercou-a, e limpando-a das pedras, plantou-a de
excelentes vides; e edificou no meio dela uma torre, e também construiu nela um
lagar; e esperava que desse uvas boas, porém deu uvas bravas.” (Is 5.1-2).
Entretanto, agora, ela perde essa primasia de ser vinha, para
ser uma figueira! Sempre um profundo desespero e frustração
ocorre com aquele que perde certo privilégio à ele oferecido! A nação perdeu, e
perdeu muito tristemente! Seus corações se endureceram cada vez mais! Entretanto,
o veemente apelo do vinhateiro, que ecoa da terra ao céu, coloca um ar ameno no
epílogo da parábola: “E, respondendo ele, disse-lhe: Senhor, deixa-a este
ano, até que eu a escave e a esterque.” (Lc 13.8)! Os três dispensacionais
encerram todo o esforço do dono da vinha em socorrer Israel: Moisés, os profetas
e Jesus! Tudo foi aparentemente em vão! INTERPRETAÇÃO:
O cenário aqui dá-se nos arredores de Jerusalém, próximo às Portas das Águas e
da Fonte. Jesus sente saudade de Jerusalém, chora sobre ela, mas Ele tem uma
última tarefa a realizar, fora das portas; no Monte Caveira! A vinha foi
plantada numa excelente terra — “E
contaram-lhe, e disseram: fomos à terra a que nos enviaste; e verdadeiramente
mana leite e mel, e este é o seu fruto.” (Nm 13.27); cercada pelo
Mediterâneo e o Rio Jordão; da frescura do Tabor ao caldeirão do Deserto de
Negev; dos elavados do Líbano ao mais baixos da terra, o Mar Salgado; sem falar
na Jerusalém, como a cidade do Rei, o centro da terra — “Assim como estão os
montes à roda de Jerusalém, assim o SENHOR está em volta do seu povo desde agora
e para sempre.” (Sl 125.2). Três anos era o estabelecido pela botânica para
qualquer árvore frutificar! Mas ela não frutificou! A nação não deu fruto de
arrependimento, elemento indispensável para que ela fosse perdoada e redimida,
conforme o crivo das Bem-Aventuranças. Apesar do profundo amor e clamor de Jesus
por ela — “sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo
para o Pai, como havia amado os seus, que estavam no mundo, amou-os até o fim”;
“quantas vezes quis eu ajuntar os teus filhos, como a galinha ajunta os seus
pintos debaixo das asas, e tu não quiseste”; “Pai, perdoa-lhes, porque
não sabem o que fazem” — o estígma nacional não a deixou alcançar o perdão
através do arrependimento! A destruição seria inevitável! Porque a vinha e as
árvores são de propriedade do Pai; Ele tem todo o direito de fazer com ela o que
queira! O machado está ao pé da raiz da árvore, João Batista clama deserto
adentro; o Pai está de pé para expedir a ordem de destruição, o Filho geme pelas
ruas de Jerusalém, pedindo a Deus que lhe dê mais um ano. O Pai aceita seu
pedido! Trinta e três anos se vão, e no palácio de Pilatos, o Pai ouve o brado
da turba: crucifica-o, crucifica-o! O
vinhateiro sobe a Via Dolorosa, ele olha paras as filhas
do seu povo, e sussurra a última profecia: “Filhas de Jerusalém, não choreis
por mim; chorai antes por vós mesmas, e por vossos filhos.” (Lc 23.28)! Há
um silêncio sepulcral por longos 36 anos e, em cada esquina se contempla uma
assombrosa insegurança. Um temor por dentro e por fora! E, sem ninguém esperar,
e de surpresa, no ano 70; no mesmo dia que Nabucodonosor destruiu a cidade e o
primeiro templo; o segundo templo e Jerusalém
caem aos gritos escandalosos da armada Romana à ordem do generalíssimo Tito,
filho mais velho de Tito Flávio Vespasiano. Mais de dois milhões morrem, entre
crianças e mais velhos. O templo desmorona; o ouro do templo, liquefeito, se
esguia pelas frestas da Porta Dourada; o véu é levado para servir de tapete nos
prostíbulos romanos dos Césares — era o Tisha b’Av, o dia mais
escuro do calendário Judaico! A figueira, outrora vinha, é arrancada
aos solapos! O zambujeiro — a Pérola de Valor — a Noiva — é plantado em seu
lugar: “Nisto é glorificado meu Pai, que deis muito fruto; e assim sereis
meus discípulos.” (Jo 15.8)! Tertuliano confessa mais tarde: somos de ontem,
mas já deixamos vossos templos pagãos vazios!
Elias foi profeta do Reino do Norte nos reinados de Acabe e do seu filho Acazias.O nome Elias significa: O Senhor é meu Deus. Elias foi um homen de convicção, ele sabia em quem ele cria e confiava totalmente na operação de Deus sobre a vida de Israel. Elias foi um profeta obediente ao Senhor, ele tinha uma vida de comunhão com Deus, uma vida de servo (1 Rs 18.38). Por seu ministério Deus operou oito milagres. Primeiro milagre (1 Rs 17.1): Por causa da situação espiritual de Israel e da adoração ao deus baal, Israel havia abandonado o verdadeiro Deus, sendo influenciados pelo rei Acabe e sua esposa, a qual o incitava constantemente à maldade e à adoração à outros deuses. Por causa disso, Deus diz através do profeta Elias para o Rei Acabe que nem orvalho, nem chuva, haveria senão segundo a sua palavra, e assim aconteceu. Por três anos e meio não houve orvalho e nem chuva sobre a terra (Tg 5.17). Segundo milagre (1Rs 17.14-16): Deus envia Elias para um lugar chamado Sarepta, porque o ribeiro que o saciava havia secado devido à seca. Chegando lá, Deus usa o profeta Elias para pedir água e pão a uma viúva, e ela pela fé o deu. O segundo milagre então acontece quando Elias diz à viúva: Por que assim diz o Senhor, Deus de Israel: a farinha da panela não acabará, e o azeite da botija não faltará, até o dia em que o Senhor dê chuva sobre a terra. Terceiro milagre (1 Rs 17.17-24): Quando o filho da viúva de Sarepta adoeceu e ficou muito grave até a sua morte, e a viúva sabendo que Elias era um homem de Deus, o chamou e clamou por seu filho. Elias segue novamente as orientações de Deus e o milagre mais uma vez acontece. A bíblia diz que o Senhor ouviu o rogo de Elias e a alma do menino voltou a entrar nele e reviveu. Quarto milagre (1 Rs 18.36-39): Foi o grande desafio de Elias e os 450 profetas de baal no monte Carmelo. A bíblia diz que Elias pediu fogo, e fogo do céu desceu e consumiu o holocausto, a lenha, o pó, e ainda lambeu a água do rego, provando assim que Deus era o único Deus vivo e verdadeiro em Israel. Quinto milagre (1 Rs 18.1): Elias apresenta-se outra vez ao Rei Acabe e diz que o Senhor daria chuva sobre a terra, pois já faziam três anos e meio que não havia nem orvalho, nem chuva sobre a terra. Após Elias enfrentar os profetas de baal, ele diz novamente ao Rei Acabe: sobe, come, porque ruído há de uma abundante chuva (1 Rs 18.41). Falando isso, subiu ao monte Carmelo e começou a clamar ao Senhor. Elias diz ao seu moço: sobe agora e olha para a banda do mar. E o servo subiu sete vezes, e na última vez o moço respondeu: Eis uma pequena nuvem do tamanho da mão de um homem, subindo do mar. Então disse ele: Sobe e diz ao Rei Acabe que aparelhe o seu carro e desça para que a chuva não o apanhe (1 Rs 18.45). E na mesma hora, os céus se enegreceram com nuvens e vento, e veio uma grande chuva. Sexto milagre: O rei Acazias envia 50 soldados para buscar Elias, a fim dele se apresentar perante o rei. Entretanto, quando chegam os soldados, Elias pronuncia: se eu sou homem de Deus, desça fogo do céu e consuma a ti e teus 50 homens, e assim aconteceu. Sétimo milagre: Novamente o rei Acazias envia mais 50 homens e Deus manda fogo do céu e consome os 50 homens. Oitavo milagre (2 Rs 2.8): Deus envia Elias ao Jordão, e com ele estava Eliseu e mais 50 homens dos filhos dos profetas. Ao chegar à frente do Jordão para o atravessar, ele toma sua capa, dobra e fere as águas, as quais se dividem em duas bandas e ambos atravessaram em seco. Estes foram os oito milagres realizados pelo profeta Elias. Depois disso, indo andando e falando com Eliseu, eis que um carro de fogo, com cavalos de fogo os separou um do outro e Elias subiu ao céu num redemoinho (2 Rs 2.11). Este foi o lindo e glorioso final do ministério do profeta Elias, servo do Senhor.