PARÁBOLAS DE JESUS — DOIS ALICERCES
Rev. Eronides
DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, na Flórida – EUA |
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Texto de Referência: Mateus 7.24-29 e Lucas 6.43-49 — Uma grande multidão era atraída a Cristo pela sua mensagem e seus milagres. A ênfase dada por nosso Senhor era acerca do Reino dos Céus — Milênio que, não somente estava próximo, mas era necessário produzir frutos de justiça em suas vidas exteriores e interiores, afim de terem acesso
à ele:
“Desde então começou Jesus a pregar, e a dizer: Arrependei-vos, porque é chegado o
reino dos céus” (Mt 4.17); “Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é
limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente” (Sl 24.3-4);
“E porei dentro de vós o meu Espírito, e farei que andeis nos meus estatutos, e guardeis os meus juízos, e os observeis. E
habitareis na terra que eu dei a vossos pais e vós sereis o meu povo, e eu serei o vosso Deus” (Ez 36.27-28). Entretanto, a nação bem conhecia a justiça proposta pelos fariseus, mas ao mesmo tempo, reconheciam que eles mesmos não estavam aptos para adentrarem nesse reino!
Nesse momento histórico e dispensacional, Jesus expressou a necessidade dos fariseus, escribas, saduceus, herodianos e a nação serem justos por fora e por dentro, como esboçado nos oito dítames morais da Lei, no Sermão do Monte (Mt 5.1-17). Obviamente, eles ainda estavam longe de entender a diferença fundamental do ser
justo, para adentrarem do Reino Messiânico aqui na terra, ou o ser
justificado, para entrarem nos céus, possuindo a vida eterna. Justos são aqueles que pensam e obram de acordo a moral da Lei;
justificados, entretanto, são todos aqueles que, pela fé no sacrifício vicário de Jesus no Calvário, o aceitaram como Salvador e Messias:
“Sabendo que o homem não é justificado pelas obras da lei, mas pela fé em Jesus Cristo, temos também crido em Jesus Cristo, para sermos justificados pela fé em Cristo, e não pelas obras da lei; porquanto pelas obras da lei nenhuma carne será justificada” (Gl 2.16). Destarte, tanto o
justo como o injusto poderão,
nesse momento, ser justificados por Cristo! Depois de Jesus acrescentar à sua exposição, o caminho e a porta estreitos e largos, qual seria a relevância dos líderes e da nação, não aceitarem os seus ensinamentos e obras?
Infelizmente, por deleite próprio e conveniência religiosa, eles e a nação por não aceitarem a Jesus como o Messias, se tornaram responsáveis diante do Pai pela negligência à revelação oferecida publicamente por Cristo Jesus:
“E foi-lhe dado o livro do profeta Isaías; e, quando abriu o livro, achou o lugar em que estava escrito: O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres. Enviou-me a curar os quebrantados do coração, a pregar liberdade aos cativos, e restauração da vista aos cegos, a pôr em liberdade os oprimidos, a anunciar o ano aceitável do Senhor. E, cerrando o livro, e tornando-o a dar ao ministro, assentou-se; e os olhos de todos na sinagoga estavam fitos nele. Então começou a dizer-lhes:
Hoje se cumpriu esta Escritura em vossos ouvidos” (Lc 4.17-21).
A parábola dos Dois Alicerces é aplicada à vida individual do crente, em cuidar como edificar sua obra e sua fé sobre o
ouro, a prata e a pedra preciosa; e jamais sobre a
areia, a madeira, o feno ou a palha!
Estas não subsistirão ao julgamento do Tribunal de Cristo: “E, se alguém sobre este fundamento formar um edifício de ouro, prata, pedras preciosas, madeira, feno, palha, a obra de cada um se manifestará; na verdade o dia a declarará, porque pelo fogo será descoberta; e o fogo provará qual seja a obra de cada um” (1 Co 3.12)!
A sua interpretação, entretanto, Jesus apresentou numa símile,
montrando que era necessário a nação edificar a sua vida espiritual em algo seguro, firme e indestrutível; não somente
nesse tempo presente, como no século futuro. Ele, com a habilidade de Mestre divino, apresentou com muito amor por eles, a parábola dos
Dois Alicerces! Como acostumados a construírem casas sob as encostas, sabiam que elas resistiriam ou não, quando submetidas as intempéries da vida e do tempo, se não estivessem
sido fundadas em área
rochosa. Sabiam eles, como construtores, que vindo o primeiro vendaval, enchente ou tormenta,
essa casa subsistiria ao impacto. Portanto, Jesus referindo-se aos fariseus,
indaga que casa suportaria aos embates? A casa do vizinho, construída com muito labor e cuidado sobre a
rocha, ou a sua própria, que por comodidade do tempo,
egoísmo, trabalho e custos finais, fora construída sobre a
areia? A rocha aqui é representada como a Palavra de Deus ensinada por Cristo —
“Porque ninguém
pode pôr outro fundamento além do que já está posto, o qual é Jesus
Cristo (1 C0 3.11); "Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça...” (2 Tm 3.16).
A areia, ou fragmentos de rocha,
é aqui tipificada como os ensinos politicamente corretos dos fariseus,
tendo a Lei como pano de fundo à sua própria conveniência, e a
instalação da religião como meio de alcançar o Reino e a vida eterna, e mais
tarde, para própria contemplação e deleite dos falsos mestres:
“Mas evita os falatórios profanos, porque produzirão maior impiedade. E a palavra desses roerá como gangrena…”
(2 Tm 2.17; "Porque se introduziram alguns, que já antes estavam escritos para este mesmo juízo, homens ímpios, que convertem em dissolução a graça de Deus, e negam a Deus, único dominador e Senhor nosso, Jesus Cristo"
(Jd 1.4! Se Deus, pela sua infinita misericórdia, não tivesse
disposto a sua Graça redentora a todo o mundo, o Julgamento Final das nações
já deveria ter acontecido aproximadamente
a sete anos depois da ascensão de Cristo — "Setenta semanas
[70 semanas de anos proféticos = 490 anos literais] estão determinadas sobre o teu povo
[Israel], e sobre a tua santa cidade [Jerusalém], para cessar a transgressão, e para dar fim aos pecados, e para expiar a iniquidade, e trazer a justiça eterna, e selar a visão e a profecia, e para ungir o Santíssimo.
Sabe e entende: desde a saída da ordem para restaurar [Edito
do Rei Artaxerxes, no mês de Nissan do ano 445 a.C] e para edificar a Jerusalém, até ao Messias, o Príncipe, haverá sete semanas, e sessenta e duas semanas
[sete mais 62 anos proféticos, equivale a 483 anos literais]; as ruas e o muro se reedificarão, mas em tempos angustiosos.
E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias [esse período
final compreende a entrada de Jesus em Jerusalém, a última Pascoa
celebrada no encerramento da antiga dispensação, e a sua visita
final ao Getsêmani e ao Calvário] mas não para si mesmo; e o povo do príncipe
[o governo global do anticristo], que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações" (Dn 9.25-26)! Portanto, o Julgamento Final, no término das
útimas sete semanas proféticas de Daniel, ou os últimos sete anos
sob a liderança
global do anticristo — a Grande Tribulação, testará quem edificou a sua vida espiritual na rocha ou na areia:
"E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no
trono da sua glória;
e todas as nações [indivíduos] serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas;
e porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda" (Mt 25.31-33). Os que edificarem sobre a
rocha — sobre os ensinos de Jesus, adentrarão no Reino Messiânico, para o gozo de mil anos ["Mas, nos dias desses reis, o Deus do céu levantará um reino que não será jamais destruído; e este reino não passará a outro povo; esmiuçará e consumirá todos esses reinos, mas ele mesmo
subsistirá para sempre"] de paz e properidade. Os que, infelizmente, edificarem sua fé na areia — sobre os ensinos da religião, ruirão, e grande será a sua queda, com destino final e imediato à perdição eterna, no
inferno! O consolo para a igreja de Cristo será que, tanto ela
como "uma multidão, a qual ninguém podia contar, de todas as nações, e tribos, e povos, e línguas", não passarão pelo
Julgamento Final, nem muito menos pelo Juízo Final
— o Trono Branco, pois
“portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito” (Rm
8.1); "e esperar dos
céus a seu Filho, a quem ressuscitou dentre os mortos, a saber,
Jesus, que nos livra da ira futura" (1 Ts 1.10);
"Porque Deus não nos destinou para a ira, mas para a aquisição da salvação, por nosso Senhor Jesus Cristo,
que morreu por nós, para que, quer vigiemos
[vivos], quer durmamos
[mortos], vivamos juntamente
[estado permanente da igreja] com ele"
(1 Ts 5.9)! |
E S M I R N A
João Luís de Sousa Cabral
Estados Unidos |
Angolano, Diácono, músico, Diretor da Divisão de Música |
“E ao anjo da igreja que está em Esmirna, escreve: Isto diz o primeiro e o último, que foi morto e reviveu: Eu sei as tuas obras, e a tribulação, e pobreza (mas tu és rico), e a blasfêmia dos que se dizem judeus, e não são, mas são a sinagoga de Satanás”
(Ap 2.8-9). Esmirna, do grego smurnaios que significa mirra, era uma das mais célebres e florescentes antigas cidades da Ásia Menor. A cidade distava cerca de 35 milhas ao norte da cidade de Éfeso, na costa do mar Egeu, conhecida hoje por Izmir na atual Turquia. A importância do porto marítimo comercial da cidade no tempo Neotestamentário é a mesma como nos dias de hoje para esta mesma região. A cidade de Esmirna foi fundada por volta do ano 627 a.C. A cidade foi atacada e destruída, deixada em ruínas por seu inimigo Lídio, o rei Gyges. Os gregos a reconstruíram vários anos mais tarde, após Alexandre o Grande, haver a planejado e desenhado, segundo dizem alguns estudiosos. Esmirna desta feita foi construída 370 metros ao sul do local original, por Antigonus e Lysimachus, sucessivamente. Este é o mesmo local na época de Jesus e dos apóstolos. Esmirma desenvolveu bastante, tornando-se uma das cidades mais prósperas da Ásia Menor, com o porto natural da antiga rota comercial que atravessava o vale de Hermo e com terreno muito fértil. Antes de Roma se tornar suprema no Mediterrâneo oriental, Esmirna já era uma aliada fiel desse império no ano 195 a.C., e continuou, mesmo após o tempo dos discípulos de Jesus. No tempo de Tibério César, o povo de Esmirna edificou um esplêndido templo a
Homer, que consequentemente tornou-se deus dos romanos, consolidificando sua aliança. Enquanto a cidade crescia em comércio, retórica de educação, filosofia através do poeta Mele, e em paganismo; a igreja florescia gloriosa e zelosa na doutrina dos apóstolos. Um grande exemplo foi o primeiro bispo de Esmirna, Policarpo. Este foi discípulo do apóstolo João, o qual o consagrou para assumir aquela obra. Policarpo, por causa do seu zelo de Deus, da doutrina e da igreja, foi martirizado no estádio da cidade de Esmirna por volta do ano 166 d.C. O evangelho, provavelmente, chegou a Esmirna através da expansão e pregação do Apóstolo Paulo em Éfeso (At 19.10). Das sete igrejas da Ásia Menor, Esmirna foi a que recebeu a segunda carta apocalíptica à pessoa do seu pastor. A ela, Jesus se apresentou como
“O Primeiro e o Último, que foi morto e reviveu.” Cristo Jesus ressalta as suas obras em tribulações, pobreza e sofrimento. Dispensacionalmente, a igreja que estava em Esmirna representa a
Igreja Sofredora, cujo período abrange do ano 100 ao 312 d.C. Esmirna é uma das igrejas que não recebeu admoestação do Senhor, assim como Filadélfia (Ap 2.8-11; 3.7-13). O Senhor confortou e fez promessa a igreja de Esmirna dizendo:
“Não temas das coisas que hás de padecer. eis que o diabo lançará alguns de vós na prisão, para que sejais tentados; e tereis uma tribulação de dez dias. Sê fiel até a morte, e dar-te-ei a coroa da vida. Quem tem ouvidos, ouça o que o Espírito diz às igrejas. O que vencer não receberá dano da segunda morte” (Ap 2.10-11). |