JUSTIÇA SOCIAL

Justiça, segundo o estudo da teologia sistemática, é um dos atributos naturais da divindade. O que quer dizer que Deus é justiça (Jr 23.6). Este Deus se fez revelar em Abraão à uma nação, a um povo, Israel. Deus deu-lhes por Moisés a Lei, a qual reflete a natureza de Deus quanto à justiça. Deus não aceita a injustiça, portanto seu povo, quer Israel, quer a Igreja, peca contra ele se praticar qualquer forma de injustiça (Sl 45.7; Pv 31.9). Deus redarguiu aos Reis de Israel quanto à injustiça e puniu por vezes ao seu povo por praticá-la. Da mesma maneira hoje, o Espírito Santo não coaduna com a injustiça, antes frutifica no coração do crente a moral da Lei (Gl 5.22,23). O pecado é o único a ser culpado pela existência da injustiça na sociedade. Satanás tenta e estimula o pecado, o mundo vive no pecado, e até alguns crentes podem cair e praticar o pecado. Como o mundo vive no pecado, a injustiça social é parte intrínsica da sociedade humana. Numa legítima revolta contra o excesso de injustiça, muitos cidadãos lutam, por diversos meios contra ela. Afinal, a justiça é boa, e a injustiça não! Assim que é muito legítimo que os governos se esforcem no intúito de amenizar as injustiças, e, muito mais seus cidadãos, individualmente. Mas acerca da Igreja, disse Jesus: “Não são do mundo, como eu do mundo não sou... O meu Reino não é deste mundo” (Jo 17.16; 18.36). A causa, pela qual Jesus encarnou, humilhou-se até a cruz, morreu e ressucitou foi a salvação do homem, foi para dar a oportunidade aos homens, que são parte da sociedade humana, fazerem parte de uma família espiritual, nascerem de novo, não da carne e sangue, mas do Espírito. No Reino de Deus a injustiça é intolerada, é pecar contra o próprio Deus. A Igreja, como corpo de Cristo, deve zelar pelo bem estar deste corpo em todos os aspectos, segura, que para si Deus sempre proverá suas necessidades. Portanto, enquanto a justiça social é uma causa socialmente e politicamente válida para o mundo, para o crente ela é parte intrínsica de sua vida, nesse Reino. Quanto ao crente, em relação à sociedade humana que pertence, este participa através do pagemento de impostos no bem estar comum de sua sociedade terrena, bem como o respeito ao governos e leis estabelecidas. Para o crente a justiça social não é uma cláusula de sua agenda política, não faz parte de suas reinvidicações. É claro que ele deve estar de acordo com o que é melhor para todos, socialmente falando; mas ele é conhecedor de que o pecado é a causa dos males desta sociedade, e que, se ele guiar alguém para o Reino de Deus, através do novo nascimento, este entrará no Reino da Justiça. Jesus não foi rico, nem ambicionou parte das riquezas dos que possuíam em abundância, pelo contrário, demonstrou por sua vida que a riqueza do homem não está nos bens que ele possui, e que sua maior riqueza é a salvação de sua alma, a reconciliação com Deus, e por fim a vida eterna — "E disse Jesus: As raposas têm covis, e as aves do céu têm ninhos, mas o Filho do homem não tem onde reclinar a cabeça."(Mt 8.20); "E disse-lhes: Acautelai-vos e guardai-vos da avareza; porque a vida de qualquer não consiste na abundáncia do que possui... Assim é aquele que para si ajunta tesouros, e não é rico para com Deus." (Lc 12.15,21).