VOLTANDO A SAIR DO EGITO
Manuela Costa
Barros
Estados Unidos |
Brasileira, Primeira Tesoureira, professora da EBD, Deã Acadêmica do STB |
O relato bíblico da saída do povo de Israel do Egito sob a liderança de Moisés trata-se de um acontecimento verídico e portanto histórico. Todos os personagens referidos nestes capítulos do Livro de Êxodo existiram em realidade e o Faraó com quem Moisés pleiteou a liberdade do povo chamava-se Ramsés II. Destarte ser um acontecimento real, esta história tem uma inequívoca aplicação tipológica da saída do crente do mundo, para a liberdade em Cristo, e com destino a uma terra prometida, a Canaã celestial. No entanto, ainda faz-se possível aplicar este texto à realidade de professos salvos que no decorrer de sua carreira cristã encontram-se em opressão pelo mundo que o cerca, falta de liberdade espiritual para verdadeiramente fruir a glória de uma vida plena no Espírito, inibidos pelos
faraós que não medem esforços para os enfraquecer, incapazes de ver uma vida mais além da realidade deste
Egito, adormecidos de uma vivência numa fé ativa, desapercebidos de que Deus não os quer nesta situação, e em verdade nunca o quis. Mas Deus permitiu, não por uma punição, ou por descaso, mas por alguns propósitos. Chegou um momento, que por mais acostumados que os israelitas estivessem com esta vida, as opressões acimas mencionadas os fez clamar ao seu Deus, o qual os amava, e não tardou em planejar e executar sua liberação. Deus então levantou um líder para ao menos três propósitos:
enfrentar Faraó,
representar a voz de Deus e
liderar o povo de Deus. Não foi por greve, motim ou violência que Faraó permitiu a liberação do povo de Deus. Não foi a todos que Deus falou, mas a todos Deus libertou, abençoou e os deu herança na terra da promessa. O processo da saída teve três fases: o
clamor do povo, as
maravilhas de Deus, e a
saída do Egito. Por quanto tempo a Igreja local, a família da Igreja, ou o crente individualmente tem clamado para sair deste desértico Egito espiritual? Fato é que Deus ouve e responde àqueles que o clamam (Jr 33.3). O segundo estágio foram as dez pragas enviadas ao Egito, pragas que em verdade foram maravilhas, milagres operados por Deus, os quais manifestavam de que Deus estava imbuído no projeto de trazer seu povo aos verdejantes pastos espirituais. Os primeiros milagres foram imitados pelos encantadores egípcios, o que provocou questionamento em meio ao povo. Será que o que Deus tem operado diante de nossos olhos hoje não são verdadeiras maravilhas de Deus? Provas de que Deus está obrando por nossa plena liberdade! Mas muitos olhos estavam incrédulos, capazes de atribuir estes milagres aos médicos, aos conselheiros, à família, e até à sorte, mas não ao Deus que os operara por amor aos seus. Deus já tinha decidido salvar aos que clamaram a ele. Por fim chegou a hora de dar cabo ao projeto e os tirar do Egito, não obstante o endurecimento do coração de Faraó e o questionamento e incredulidade de muitos. Os que creram na voz de Deus trazida por Moisés foram obedientes e ungiram os umbrais de suas protas com o sangue de um cordeiro. E estes, foram logo então trazidos para um novo dia, uma nova pairagem, uma nova vida
com Deus. Deus nos ouviu, nos amou, eis aqui os milagres, só nos resta crer, obedecer e desfrutar. Feliz
Ano da Realização!
|
P E N T E C O S T E S
Vania DaSilva
Estados Unidos |
Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária Executiva da BPC |
A palavra Pentecostes de origem grega significa
quinquagésimo. A Festa de Pentecostes é denominada em hebraico de
Shavuot, que é o plural de semana. Por isso, é também conhecida como Festa das Semanas, por ser celebrada sete semanas após a Páscoa. Deus decretou três festas anuais, as quais deveriam ter santa convocação, ou seja, onde todos os varões deveriam apresentar-se no Tabernáculo, ou posteriormente no Templo (Dt 16.16):
A Festa dos Pães Asmos, relacionada com a Páscoa (Dt 16.1-8); a
Festa das Semanas, Festa das Primícias ou
Festa do Pentecostes, relacionada com as primícias da colheita de grãos, especialmente a do trigo e cevada (Dt 16.9-12; Ex 23.16; 34.22); e a
Festa dos Tabernáculos ou Festa da Colheita, relacionada com o fim da colheita (Dt 16.13-16). A Festa de Pentecostes ou das Semanas era comemorada no verão, no dia seis de Sivã, no principio da sega do trigo. Na mesma época, dava-se o amadurecimento dos figos, tâmaras, cerejas e ameixas. Segundo a Lei, todo o povo de Israel deveria trazer um molho das primícias de sua sega ao sacerdote, o qual era oferecido como oferta de movimento ao Senhor, a fim de serem aceitos diante de Deus. Por esta razão, este dia é também denominado de Festa das Primícias (Lv 23.9-14). A Festa de Pentecostes era uma festa de agradecimento pelos primeiros frutos da terra, e ao mesmo tempo, uma súplica para que a benção de Jeová repousasse sobre o restante dos meses de colheita que adviriam. Sete semanas eram contadas a partir da Páscoa e no quinquagésimo dia, era celebrada a Festa do Pentecostes, onde havia santa convocação (Lv 23.15-21). No dia desta solenidade, dois pães eram oferecidos em oferta de movimento ao Senhor e sacrifícios em agradecimento e reconhecimento do absoluto domínio de Deus, o Todo-Poderoso sobre Israel. Os dois pães apontavam para os judeus e gentios, que receberiam o revestimento do Espírito Santo, uma vez regenerados através do sangue de Jesus, o Sumo-Sacerdote. Em tempos mais tarde, a Festa de Pentecostes também passou a observar a entrega da Lei
- Torah a Moisés no Sinai. É interessante lembrar, que no dia em que Moisés desceu do monte com as Tábuas da Lei, três mil almas morreram devido à desobediência e adoração ao bezerro de ouro. No entanto, no dia de Pentecostes, três mil almas receberam vida, ao receber a Cristo, o Cordeiro de Deus (Jr 31.33). A Festa das Primícias apontava para Jesus e sua ressurreição, como as primícias dos que dormem (1Co 15.20). Porque seu sacrifício foi aceito diante do Pai, a colheita tem sido abundante durante todos os séculos.
“Se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto” (Jo 12.24). Durante o tempo neotestamentário, muitos judeus devotos de vários países iam a Jerusalém para observar a Festa da Páscoa e ficavam até a Festa de Pentecostes. Daí a razão, de haver em Jerusalém judeus, varões religiosos de todas as nações que estão debaixo do céu. (At 2.5b) Por isso, foi de grande importância a observância da palavra de Jesus, em que os discípulos ficassem em Jerusalém até que do alto fossem revestidos de poder (Lc 24.49). A festividade judaica do dia de Pentecostes assumiu outro rumo com a descida do Espírito Santo, sobre o cento e vinte que se encontravam reunidos no cenáculo, transformando mentes, corações e comportamentos dos apóstolos, para o desafio da pregação do Evangelho. Jerusalém se tornou naquele ano, o local determinado para a inauguração da Igreja viva de Jesus e a base de lançamento das missões transculturais, a qual se espalhou até os confins da terra.
|
|