ORTODOXIA E CULTURA
João A. de Souza
Filho
Brasil |
Brasileiro, pastor, professor, escritor, articulista |
Pois meus amigos, à medida que os anos passam, e com a experiência de 46 anos de ministério, descubro que estou cada vez mais ortodoxo quanto a doutrina bíblica e mais liberal em relação ao que é cultural. Sim, porque demorei para perceber a grande diferença entre o que é doutrinário e o que é cultural, porque são temas que se confundem. A sã doutrina apostólica a que os apóstolos se referem e que Lucas menciona logo no início do livro de Atos 2.42 pautou a vida da igreja nos primeiros séculos. O
didaskalós apostólico que a igreja seguia fielmente não tem a ver com cultura, mas com estilo de vida. Um estilo de vida que mudou a cultura da sociedade daqueles dias. A igreja adotou um estilo de vida que impactou a sociedade do primeiro século. Pastores há que se preocupam demasiadamente com usos e costumes, como uso de saias, calças compridas, do uso de barba ou não, com os ternos alinhados de domingo a noite, e estão esquecendo as principais doutrinas ou ensinamentos apostólicos que devem ser obedecidos. Assim, fecham os olhos à prática de aborto na igreja; à prostituição, aos relacionamentos sexuais entre os namorados; aos divórcios, inclusive apoiando os novos casamentos de pessoas que eles mesmos casaram, não se preocupam com os membros que não pagam contas, que enganam, que mentem,
e outras parafernálias
morais! Por que a cada dia sou mais ortodoxo? Mais fiel à sã doutrina
de Cristo? 1) Porque creio na ressurreição dos mortos, e que, ao ressuscitar terei que dia comparecer perante o julgamento ou juízo de Cristo. Acredito que muitos pastores estão esquecendo que ressuscitarão um dia e que serão confrontados por
Jesus Cristo. 2) Porque creio que nesse dia do juízo terei de prestar contas de meus atos diante
de Cristo. E o julgamento definirá meu galardão.
3) Porque creio que serei galardoado nos céus, e não quero, de maneira alguma perder meu galardão. Os que recebem seu galardão na terra não os receberão no céu! Surpresos perceberão que aqueles irmãozinhos por eles desprezados receberão galardão maior que
o deles. 4) Porque terei que prestar contas a Jesus Cristo dos meus atos; terei que responder por muitas coisas, e entre essas, terei que prestar contas das pessoas que escandalizei e que deixaram de ser cristãos por causa do meu comportamento.
5) Porque meu compromisso com Cristo e sua doutrina é maior que quaisquer ideários terreais. Devo viver para Cristo e por Cristo, em primeiro lugar.
Por isso, não me corrompo com o sistema de que faço parte; nem tampouco enriqueci à custa do ministério. Chego aos sessenta e quatro anos de idade sem sequer ter um plano privado de saúde por não poder arcar com os custos; deixo de reimprimir certos livros porque, às vezes, prefiro doá-los aos necessitados a cobrar preços exorbitantes. Mas, também sei que as igrejas que me convidam e não me honram com ofertas de amor responderão por seus atos, e não serão contempladas com a promessa de Jesus de receber o galardão de profetas, que consiste basicamente em serem agraciadas por Deus como ele faz com os profetas que ama! Por isso, a cada dia meus músculos e ossos espirituais estão mais fortes, e meu espírito mais ousado, porque como Paulo olho para o futuro, para o prêmio que haverei de receber na eternidade. Minha inspiração vem do texto de Hebreus 11:
“Alguns foram torturados, não aceitando seu resgate, para obterem superior ressurreição; outros, por sua vez, passaram pela prova de escárnios e açoites, sim, até de algemas e prisões. Foram apedrejados, provados, serrados pelo meio, mortos a fio de espada; andaram peregrinos, vestidos de peles de ovelhas e de cabras, necessitados, afligidos, maltratados (homens dos quais o mundo não era digno), errantes pelos desertos, pelos montes, pelas covas, pelos antros da terra” (Hb 11.35-38).
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SUMO-SACERDOTE
Manuela Costa Barros
Estados Unidos |
Brasileira, Primeira Tesoureira, professora da EBD, Deã Acadêmica do STB |
O sumo sacerdócio era o cargo religioso mais alto entre o povo israelita, pois este os representava diante do próprio Deus. Arão foi o primeiro designado a este cargo, depois da proclamação do pacto no Sinai, e da ordem de construir o Tabernáculo (Ex 27.21; cap. 28). Depois de realizada a construção do Tabernáculo, Arão foi então consagrado a sumo sacerdote. Ele e seus filhos foram purificados, ungidos e vestidos com suas vestiduras sacerdotais e então foram consagrados (Lv 8). Depois de haver oferecido sacrifício por si mesmo, por sua casa e por Israel, Arão solenemente abençoa o povo, e a glória do Senhor aparece a todos pois saiu fogo de diante do Senhor que consumiu todo o holocausto (Lv 9). O sumo sacerdócio deveria ser um cargo hereditário (Ex 28.43), dado ao primogênito do vigente sumo sacerdote com exceção dos casos de enfermidade ou mutilação previstos pela Lei (Nm 3.1-13; Lv 21.16-23). No caso da família de Arão, como o primogênito Nadabe, e seu sucessor Abiú foram mortos por levarem fogo estranho diante de Deus, Eleazar sucedeu o sumo sacerdócio (Nm 20.25,26). A função mais importante do sumo sacerdote era de, uma vez ao ano (Dia Anual da Expiação), fazer sacrifícios de expiação pelos pecados de toda a nação. Neste dia o sangue do sacrifício traspassava o véu do Lugar Santíssimo e era oferecido à Deus diante da arca do concerto.(Lv 16). Fazia também parte o ofício do sumo sacerdote, a supervisão geral do santuário, dos que exerciam o serviço e do tesouro. Mais tarde também lhe cabia presidir o Sinédrio nas questões religiosas (Mt 26.57). O sumo sacerdote distinguia-se dos demais na sua vestidura composta de: uma túnica de linho branco (como dos demais sacerdotes); o peitoral, onde estavam doze pedras preciosas nas quais estavam inscritos os nomes das doze tribos de Israel; o Urim e Tumim, pedras com as quais eles consultavam a Deus localizadas no interior do peitoral (Ex 28.30; Nm 27.21); o éfode e o manto do éfode; e finalmente a mitra, um turbante com a inscrição SANTIDADE AO SENHOR (Ex 28). A princípio a função de sumo sacerdote era vitalícia, mas Herodes e por conseguinte os romanos os designavam e os destituíam como bem entediam. O sumo sacerdócio constituiu-se num tipo de Cristo, sendo Melquisedeque o tipo perfeito (Hb 6.20). Jesus não só traspassou o véu que separava o homem de Deus, mas tem por tarefa, interceder pelos seus (Hb 7.25).
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