Cola-Cola e Jesus
Rev. Ricardo Gondim
Brasil |
Brasileiro, pastor,
professor e escritor |
Recordo-me quando ouvi pela primeira vez o paralelo entre Jesus
e a Coca-Cola. O pregador, inflamado de zelo e paixão
missionária, afirmava que numa viagem ao interior do Haiti, sob
uma temperatura de mais de 40 graus, sentiu-se aliviado quando
parou num quiosque miserável feito de palha de coqueiros e pôde
comprar uma garrafa do mais famoso refrigerante do mundo.
Devidamente refeito depois de beber sua Coca geladinha,
perguntou ao dono da venda se já ouvira falar de Jesus. Ele não
sabia de quem se tratava. E o nosso palestrante fez sua
analogia, tentando dar um choque na complacência da igreja
ocidental: "A Coca-Cola conseguiu alcançar o mundo inteiro em
menos de um século e a igreja cristã ainda não cumpriu a ordem
da Grande Comissão em mais de 20 séculos!" Para chegar aos
quiosques mais remotos do globo, bastou criar um produto doce e
gaseificado. Investir bilhões em boas estratégias de propaganda,
construir fábricas e desenvolver uma boa rede de distribuição
para que o produto chegasse com a mesma qualidade nos pontos de
venda. Tentar comparar a missão da igreja no anúncio do Reino de
Deus às estratégias de mercado de um refrigerante, beira o
absurdo. Confunde-se um bem material com uma pessoa e enxerga-se
na mensagem um produto. Aborda-se o Evangelho como um produto
eficaz e adota-se uma mentalidade empresarial no seu anúncio.
Prometem-se enormes possibilidades. Tratam as pessoas como
clientes e sem constrangimento, anuncia-se que qualquer um pode
adquirir esse determinado benefício com um esforço mínimo. As
igrejas se transformam em balcões de serviços religiosos ou
supermercados da fé. Os pastores dividem os dias da semana com
programações atrativas; sonham com auditórios lotados. Esse
modelo induz as pessoas a adorarem a Deus por aquilo que ele dá
e não por quem é. Não se anuncia o senhorio de Cristo, apenas os
benefícios da fé. Os crentes acabam tratando a Bíblia como um
amuleto e, supersticiosos, continuam presos ao medo. Vive-se uma
religião de consumo. Assim quando atletas amadores vestem as
roupas ou calçam os tênis da Nike, acham que se transformam em
campeões. Infelizmente percebe-se o mesmo em determinados
círculos cristãos. Querem fazer do Evangelho uma grife. Como?
Primeiro transforma-se um seleto grupo de evangelistas, cantores
e pastores em super-estrelas ao estilo de Hollywood. Depois
associam seu nome a grandes eventos e dão-lhes os holofotes.
Ensinam-lhes habilidades espirituais acima da média. Assim
produzem-se ícones semelhantes aos do mundo do entretenimento.
Eles aglutinam multidões, vendem qualquer coisa e criam novas
modas e doutrinas. Jesus dialogou com uma mulher samaritana e
ofereceu-lhe uma água viva. A mulher imaginou essa água com
raciocínios concretos. Pensou que ao beber, nunca mais teria
sede. "Dá-me dessa água e assim nunca mais terei que voltar
aqui". Jesus corrigiu sua linha de pensamento. A água que
ele oferecia não era mágica, mas um relacionamento: cristãos
adorando ao Criador em espírito em verdade. O evangelho não é
produto ou grife, volto a repetir, mas uma alvissareira notícia.
Essa mercadoria religiosa caricaturada de evangelho não
representa o leito principal da tradição apostólica. A indústria
que encena essa coreografia carismática de muito barulho e pouca
eficácia, não conta com o aval de Deus. Há de se voltar ao
anúncio doloroso do arrependimento como primeira atitude para os
candidatos ao Reino. Não se pode, em nome de templos lotados,
omitir a mensagem da cruz. Precisa-se repetir sem medo a
mensagem de Jesus: "Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me" (Marcos 8.34). Se não
voltarmos aos fundamentos do Evangelho, teremos sempre clientes
religiosos, nunca seguidores de Cristo. Faremos proselitismo sem
evangelizar. Aumentaremos nossa arrecadação sem denunciar
pecado. Construiremos instituições humanas sem encarnação do
Reino de Deus. E pior, continuaremos a confundir Jesus com
Coca-Cola. Que Deus tenha piedade de nós.
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Falsas Doutrinas
Pedro
Marques Pereira
Estados Unidos |
Português, professor, e
diretor da Divisão de Logistica. |
Doutrina é o conjunto de principios, básicos fundamentais de um
sistema religioso, politico ou filosófico. Falso é tudo aquilo
contrário à verdade! Portanto Falsas Doutrinas, são o conjunto de
principios contrários à verdade! Quando falamos em Doutrina Biblica,
estamos a falar daquelas verdades em que estão apoiadas as Sagradas
Escrituras, e que servem de base e regra para a nossa fé. Tudo
aquilo que contradiz ou desmente a Bíblia, mesmo que seja muito
semelhante, porém está contrário ao texto Sagrado, em algum pormenor
terá que ser considerado como uma falsa Doutrina. Jesus, durante o
seu ministério alertava os seus discipulos para o fermento dos
Fariseus (Mt 16.6; Mc 8.15; Lc 12.1). O Apóstolo Paulo reforça esta
exortação nas suas viagens missionárias escrevendo aos Gálatas e aos
de Corinto, que basta “um pouco de fermento para levedar toda a
massa” (Gl 5.9; Ico 5.6). Por isso, fermento na Bíblia é muitas
vezes símbolo de Fasla Doutrina, que começa por algo pequeno e
insignificante, mas que tal como uma maçã podre, acaba por apodrecer
todo o cesto, se não for afastada das restantes. Por isso, o combate
da Igreja Universal de Nosso Senhor Jesus Cristo contra estes
“fermentos”, para preservação da santidade sem a qual ninguém verá o
Senhor (Jd 3,4). Estas Falsas Doutrinas podem ter semelhança
Bíblica, mas com certeza que não são de inspiração Divina, pois se
não têm o intuito de de honrar, glorificar e louvar a Deus, elas
apenas servem para honra, glória e louvor humano e o pai da
falsidade, ou seja o pai da mentira – o inimigo das nossas almas.
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