O Decálogo da Fuga
Missionária
Stewart
Dinnen
Estados Unidos |
Americano, professor,
escritor e missionário. |
(1) Ignore o chamado de Jesus feito em João 4:35 para que
olhemos os campos com atenção. Reconhecer as necessidades pode
ser depressivo e muito desconfortável. E pode levar a uma
preocupação missionária genuína. “Não dizeis vós que ainda há
quatro meses até que venha a ceifa? Eis que eu vos digo:
levantai os vossos olhos e vede as terras, que já estão brancas
para a ceifa.” (2) Dirija toda sua energia para um
alvo socialmente aceitável. Pode ser um ótimo salário, melhores
qualificações, uma promoção no trabalho, um carro do ano, uma
casa maior ou sustento para o futuro. (3) Case o mais
rápido possível, de preferência com alguém que pense que "A
Grande Comissão" é o que um patrão dá a seu empregado depois de
uma grande venda. Depois do casamento, não se esqueça de
"sossegar" por completo, estabelecer uma carreira e constituir
família. (4) Fique longe de missionários. Seus
testemunhos podem ser perturbadores. As situações que eles
descrevem podem entrar em conflito com o estilo de vida
materialmente confortável de sua casa. (5) Se você
começar a pensar nos não alcançados, imediatamente pense
naqueles países onde a abertura para a pregação do evangelho é
inexistente. Pense apenas na Coréia do Norte, Arábia Saudita,
China e outros países fechados. Esqueça as vastas áreas do
globo, à espera de missionários. Nunca, nunca mesmo queira ouvir
sobre "abordagem criativa" usadas nesses países. (6)
Lembre-se sempre de suas falhas do passado. É irracional esperar
que você vá melhorar algum dia. Não estude as vidas de Abraão,
Moisés, Davi, Jonas, Pedro ou Marcos (que deram suas bolas-fora
em um certo momento de suas vidas, mas não se afastaram). (7)
Sempre pense que missionários são pessoas superdotadas e
superespirituais e que devem ser elevadas em pedestais. Mantendo
essa imagem, você se sentirá confortável com seu próprio senso
de inadequação. Sabendo que Deus não usa nunca pessoas normais
como missionário, você não se sentirá culpado ao ter recusado
tantas vezes o chamado de Deus. (8) Concorde com as
pessoas que dizem que você não é indispensável onde está. Dê
ouvido a todos os que dizem que a igreja local não sobreviverá
sem você. (9) Preocupe-se incessantemente com dinheiro. (10)
Se mesmo seguindo esses conselhos, você ainda sentir vontade de
atender ao chamado, vá para o campo sem nenhum treino ou
preparo. Em breve você estará de volta e ninguém poderá culpá-lo
de não ter tentado!
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Responsabilidade Familiar
Vania
DaSilva
Estados Unidos |
Brasileira, professora,
missionária e Secretária da Igreja. |
A família é o núcleo elementar que provê ao ser
humano suas necessidades básicas de relacionamento, nutrição e
suporte. O retrato bíblico da família representa os costumes e
condições do povo do Oriente Médio, os quais perpetuam-se até o dia
de hoje. Existem duas palavras hebraicas que definem o termo
família. A primeira, “mishpachah”, era usada para descrever
um grande clã patriarcal, os quais relacionavam-se por sangue,
casamento, escravatura, e até mesmo pelos animais (Ex 20.10).
Ocasionalmente, os estrangeiros poderiam ser incluídos como parte da
família. A segunda palavra, “bayith”, era usada para
determinar o local de residência ou a descendência de um clã (Gn
18.19). O varão mais velho da casa era visto como o “pai” da
família. Era de se esperar que todo filho primogênito viesse a
casar, ter filhos, perpetuar sua descendência e assumir a
responsabilidade da família, uma vez que o pai morresse. A
autoridade do pai era de suma importância. Ele era responsável pela
procriação, instrução, disciplina e sustento de sua família. O pai
também deveria amar, guiar e proteger a sua esposa e filhos. No
casamento, o varão tinha superioridade às mulheres; e ela era quase
considerada uma propriedade do homem (Gn 3.16). A mãe hebreia quase
sempre via a conceição dos filhos como sua responsabilidade
primordial. Ela exercia grande autoridade sobre a vida cotidiana da
família, especialmente quanto à educação, administração das tarefas
e instrução das filhas. Ela recebia honra e louvor de sua família e
vizinhos pelo seu bom trabalho, e deveria prestar submissão ao
esposo. Os filhos eram importantes e considerados como prova do amor
de Deus (Sl 127.3-5). Os meninos estavam baixo a autoridade e tutela
do pai, os quais eram treinados nas tradições da comunidade em que
viviam, dos costumes religiosos e em uma profissão (Pv 3.12; 13.24;
19.18). As filhas tinham uma importância secundária, uma vez que a
descendência e perpetuação do nome da família dependiam dos filhos
varões. O pai tinha responsabilidade de buscar esposa para seus
filhos e realizar seus casamentos (Gn 24.4). Também, estabelecia o
dote a ser pago e assinava o contrato de casamento das filhas (Ml
2.14; Os 2.19-20).
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