Fort Lauderdale, Florida, 21 de Outubro de 2001 Ano IX  Nº 43


 

Graça Inefável!

Rev. Eronides DaSilva U.S.A.

Brasileiro,  pastor, professor, conferencista e escritor.

"A minha graça te basta, porque o meu poder se aperfeiçoa na fraqueza". (1 Co 12:9). Em seu livro “A síndrome de Aquiles”, o jornalista Mário Rosa faz reflexão sobre sua experiência no inferno das crises que arrastam consigo aquilo que é mais precioso nas pessoas públicas: a reputação. Mas, também, deixa claro que todos estão vulneráveis neste mundo globalizado, onde o privado se torna objeto de todos. Reconhecemos que todos temos um calcanhar de Aquiles, que tocado pode ocasionar uma súbita inversão de valores, uma destruição de imagem. E isto pode acontecer com as melhores famílias, ministérios, personalidades públicas ou clericais. Quando acontece um incidente triste, decepcionante entre os evangélicos, por exemplo, infelizmente observamos que a postura contra estes se limita à crueldade e a um feudalismo sem fim. Sem fim porque são marcas que perseguem a vítima até o apagar de suas luzes! Mas, em nome da moralidade e bons costumes, o ostracismo é o melhor lugar para a vítima, para aquele que erra. Não desejo defender a graça irresponsável que significa justificação dos pecados, e não do pecador. Deve existir por parte dos vitimados um arrependimento sincero e leal diante do Deus das misericórdias, do perdão e do amor. Um Deus que não se decepciona com os nossos pecados, embora se entristeça, pois sabe que somos pecadores em potenciais, podendo falhar a qualquer momento. Sabe ele que fazemos o que já foi produzido em nossos corações, pois aos grandes homens os grande erros! Quão bom seria se os ministros do Evangelho, as instituições e denominações fossem repletas da maravilhosa graça, que vai ao encontro do pecador nos momentos que ele mais necessita! No entanto, será que compreendemos que todos somos iguais, sujeitos a todas as assertivas humanas ou diabólicas? Há entre os líderes evangélicos e igrejas o discernimento real a respeito da graça e sua manifestação? Pois, quando olhamos às nossas ribaltas eclesiásticas, constatamos, irrefutável, de que estamos distantes de vivenciarmos o que entendemos ser a graça de Deus. O tradicionalismo e o condicionamento nas instituições evangélicas têm conduzido seus membros a se classificarem numa certa escala de pecados: uns para morte, outros para sustentação do status quo. Pergunto, será que esta graça inefável e Divina realmente nos basta e nos satisfaz como entoamos em nossa tradicional liturgia? O texto em apreço diz: basta! Nesta perspectiva posso assegurar que não existe imagem destruída. Não há integridade manchada para sempre, aleluia! Talvez, só na forma de agir da igreja que sofre os males de uma sociedade em decadência. Parece-nos que há um processo dinâmico na graça que age no homem fraco, com a imagem moral e sentimentos afetados. Em meus anos de ministério, lidando com igrejas de diversificada composição étnica, tenho percebido duas possibilidades: a primeira, é que a graça — a ação dinâmica de Deus, se agiganta no homem à medida que ele precisa de restauração e força. A segunda premissa, é que quanto maior for a fraqueza do homem, quanto mais catastróficas forem as rupturas e as erosões da sua imagem enquanto servindo a Deus, mais a graça é refletida em sua vida e evidenciada para o mundo. É na fraqueza que a graça restauradora é sentida em todas as esferas, fazendo do moribundo um exemplo de credibilidade e invejável integridade! Minha oração e voto é que as nossas Assembléias de Deus não sejam agências de inquisição, detentoras de toda pureza e saber, mas que tenham a coragem e ousadia de ser objeto e veículo, por excelência, da inefável graça de Deus!

Concupiscência

João Luis Cabral U.S.A.

Angolano, diácono, diretor de música e membro da Diretoria.

Apetite carnal exagerado e insaciável (tanto de bens ou gozo material, como sensual) originário na humanidade pela queda do homem no Éden. Esta palavra aparece trinta vezes na Bíblia Sagrada, sendo a sua designação no singular onze vezes e no plural dezenove vezes. Ela só é mencionada no Novo Testamento, porém o Antigo Testamento não deixa de fazer menção desta pelo contexto ou adjectivos inerentes a mesma, expressa por atitudes. Como a concupiscência advém da cobiça, os Dez Mandamentos encerram-se justamente com uma advertência contra o desejo de se possuir o que não se tem direito (Ex 20.1-17). Embora associada à sexualidade, a concupiscência tem o cerne no orgulho e na altivez do espirito. Pois delicia-se em quebrantar as ordenanças divinas quanto à satisfação dos instintos básicos: fome, sexo, segurança, etc. No entanto, a tradução no grego (epithumia) quer dizer desejo, termo usado para expressar certo contentamento no sentido neutro, depois usado para o mal na avaliação errada de coisas da terra. O mau senso de (epithumia) - concupiscência, expressa o desejo controlado pelo pecado e pela natureza caída do homem. Todo o homem é controlado por este desejo até seu encontro real com Cristo (Ef 2.3; Tt 3.3). O apóstolo João em sua primeira epístola, capítulo dois e versículo dezesseis, faz menção de uma tríplice operação da concupiscência: 1. Concupiscência da carne - apetites desordenados, 2. Concupiscência dos Olhos - a cobiça, 3. Soberba da Vida - orgulho, egocentrismo e ganância, as quais são abundantes e características do mundo. A Bíblia condena taxativamente: “Não ameis o mundo...” (I Jo 2.15-17). A concupiscência é tida como algo efémera, passageiro e tremendamente prejudicial à Vida Cristã. “Digo, porém: Andai em Espirito e não cumprireis a Concupiscência da Carne.”

Sede Santos

Salmon SilvaU.S.A.

Brasileiro, pastor e professor.

Ouça a mensagem da semana no Púlpito!

Texto Áureo da Lição

Ele nos tem dado grandíssimas e preciosas promessas, para que por elas fiqueis participantes da natureza divina, havendo escapado da corrupção, que, pela concupiscência, há no mundo.
(2 Pedro 1.4)


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: NOIVA DE JESUS, APRONTA-TE — 250 da Harpa Cristã.

 
1. A Doutrina da Santificação
 
A terminologia da Palavra: Hb 10.29; 12.14; 1Pe 1.16.
A necessidade da Santificação: Rm 8.5,13; 1Ts 3.12,13; 5.23.
A exortação das Escrituras: Rm 6.19; 2Co 7.1; Hb 12.14.
 
2. A Santificação Realizada pela Operação Divina
 
Restauração da imagem de Deus: Cl 3.1-10; Hb 10.10,14.
Posição nova diante de Deus: Ef 1.4; 2.61; 1Ts 4.7; 5.23.
Ato divino mediante a redenção: 1Co 6.11; Fp 3.15; Cl 3.3.
 
3. A Santificação Mantida pela Dedicação Pessoal
 
Processo cotidiano na experiência cristã: Rm 6.22; Hb 12.1; 1Jo 3.2-10.
Caminho de aperfeiçoamento para a comunhão: Rm 6.4; Fp 3.13-15; Ap 22.11.
Meios providenciados por Deus: Jo 17.17; Rm 15.16; 2Ts 2.13; 1Tm 4.5; Hb 13.12.
 

Texto da Lição:

 

1 Pedro 1:2,13-17

2 Eleitos segundo a presciência Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e
aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas. Ação de graças pela esperança da salvação
13 Portanto, cingindo os lombos do vosso entendimento, sede sóbrios e esperai inteiramente na graça que se vos ofereceu na revelação de Jesus Cristo, 14 como filhos obedientes, não vos conformando com as concupiscências que antes havia em vossa ignorância;
15 mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós também santos em toda a vossa maneira
de viver,
16 porquanto escrito está: Sede santos, porque eu sou santo. 17 E, se invocais por Pai aquele que, sem acepção de pessoas, julga segundo a obra de cada um, andai em temor, durante o tempo da vossa peregrinação,

(ARC)