Mal Acostumados!
Rev.
Josué Campanhã
Brasil |
Brasileiro,
pastor, professor e articulista. |
Eu sei que a gente se acostuma. Mas não devia. A gente se
acostuma a ir a igreja e não ouvir Deus falar. E, porque não ouvimos Deus,
cometemos
asneiras
a semana inteira, o mês inteiro, o ano inteiro. A gente se acostuma a ir à
Escola Bíblica Dominical e não estudar a lição. E, porque não estudamos a lição,
também não prestamos atenção. E, porque não prestamos atenção, usamos o tempo
para pensar nas coisas que não deu tempo de pensar na semana corrida que passou.
A gente se acostuma a cantar no coro ou no culto. E, porque a gente se acostuma
a cantar, não pensamos mais na letra. E, porque não pensamos mais na letra,
cantamos até heresia sem achar ruim. A gente se acostuma a tocar instrumento na
igreja. E, porque a gente se acostuma a tocar, ficamos mais preocupados em não
errar do que em adorar. E, porque a gente se acostuma a não errar, o brilho de
tocar perde a graça, e passamos apenas a mexer num instrumento para que saia o
som. A gente se acostuma com o sermão do pastor. E, porque se acostuma com o
sermão, não faz diferença se na hora do apelo estamos orando ou cochilando. A
gente se acostuma a ficar irritado quando algum visitante senta em nosso lugar
no templo. A gente se acostuma a não compartilhar a fé sem que isto cause
qualquer incômodo. A gente se acostuma a comer um pedacinho de pão e tomar um
copinho de suco de uva uma vez por mês na igreja, e já nem lembra mais por que
precisamos fazer isto sempre. A gente se acostuma a ver umas pessoas serem
mergulhadas pelo pastor de vez em quando, numa piscina grande atrás do púlpito,
e fica torcendo para que alguém dê alguma gafe para ter histórias engraçadas
para contar depois. A gente se acostuma a ouvir fofocas e não exortar o irmão. A
gente se acostuma a orar. E, porque a gente se acostuma a orar, nossas orações
deixam de ser orações. E, porque nossas orações deixam de ser orações, elas
deixam de produzir efeito em nossas vidas. E, porque oração e Bíblia já não têm
poder sobre nós, nenhum milagre nos acontece, a igreja parece um clube e o
sermão parece uma palestra chata. A gente se acostuma a ser crente. E, porque a
gente se acostuma a ser crente, fica mais fácil deixar a vida passar. A gente se
acostuma a entrar em enrascadas, mas é só chamar o pastor. No dia do aniversário
tem festa surpresa. Para casamento, bodas e funeral não precisa pagar nada. Se
ficar desempregado, é só pedir ajuda que os irmãos arrumam outro emprego. A
gente se acostuma a ser crente, mas Deus não se acostuma com isto. E, porque
Deus não se acostuma com o fato de a gente ser crente, é que dá para ter
esperança de pedir a ele um avivamento para sair dessa vidinha de costumes. E,
porque é possível que Deus mande um avivamento, é que a gente não deve se
acostumar com a oração, mas tornar a nossa vida, uma vida de oração. E também
não se acostumar com a Bíblia, com a igreja, com os sermões, com os estudos, e
com tudo aquilo que vem do céu. Nós temos costumes, e nos acostumamos com eles.
Deus tem ações, e quando permitimos a ele agir em nossas vidas, não dá para se
acostumar com isto.
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Reconciliação
Maria
Aparecida Ghigliotty
U.S.A. |
Brasileira e professora
da EBD. |
No grego
Katallassõ, apokatallassõ. Estabelecimento de paz ou conciliação
entre opostos. É aplicada à eliminação de hostilidade, de
inimizade. A rebelião do homem contra Deus ocorrida no jardim do Eden
o colocou numa posição completamente oposta à de seu Criador; não
somente geograficamente mas também espiritualmente ( Rm 3:23,5:12)
sem afetar em nada a posição de Deus. O homem tornou-se seu inimigo
( Cl 1:21,Tg 4:4). Portanto é o homem que necessita de uma
reconciliação. A reconciliação só é possível
quando um dos envolvidos no caso tome uma iniciativa à esse
respeito. O homem caído não somente provou o mal, mas todo o seu ser
passou a ser dominado por esse mal controlando
os seus
sentimentos, suas emoções, e sua vontade. Tudo o que ele faz está
envolvido a maldade (prejuízo ao próximo), o egoísmo (benefício
próprio), e a falta de conhecimento dos efeitos morais e espirituais
de suas ações. Por causa disso há inimizade entre povos, nações,
famílias e
sociedades.
No caso da inimizade entre o homem e Deus, foi o próprio
Deus quem tomou a iniciativa da reconciliação (2Co 5:18,19), já que
esse estava morto em seus delitos e pecados (Ef 2:1),
impossilbilitado-o
de compreender a sua posição de inimigo de Deus ( 1 Co 2:14).
Para a
realização dessa reconciliação Deus deu o seu
único
Filho (Jo 3:16), o qual ao submeter-se ao plano da salvação,
efetuando-o na cruz, causou-lhe os seguintes efeitos:
Deu-lhe
uma filiação, Paternidade, identidade - Jo 1:12; Gl 4:5,6.
Operação
da paz com Deus - Rm 5:1; Cl 1:21.
Proporcionou-lhe
ter paz no mundo - Jo 16:33.
Restauração
da sua intimidade com a Divindade - Jo 14:20, 26.
Operou
a santificação em todo aquele que nêle crê - Heb 10:10,2Co 7:1.
Passou
a ser habitação do Espírito Santo - Jo 14:17.
Capacidade
para estar em paz consigo mesmo - Ef 2:14a, Rm 8:1a.
A reconciliação é
o exercício
da graça de Deus em favor do homem através
de Cristo Jesus, portanto, agora, toda a mudança necessária
para essa reconciliação recai unicamente sobre o homem porque foi
ele quem escolheu rebelar-se contra Deus,
e,
Ele
ofereceu tal oportunidade antes mesmo da fundação dos tempos
(1Pe1:18-20) para que
lhe
fosse revelado
nos
últimos tempos.
O
sacrifício de Cristo veio trazer satisfação ao coração de Deus
retardando o derramamento do seu juízo sobre a terra estendendo
a sua misericórdia para que muitos venham ao conhecimento da verdade
(Jo 8:32), a qual é poderosa para operar a libertação de todo aquele
que ainda possa estar aprisionado pelo pecado. A cruz também
promoveu: a) Reconciliação das coisa terrestres e celestiais com
Deus (Cl 1:20); b) Derrubou a muralha da separação entre Judeus e
Gentios (Ef 2:14-19) fazendo
deles
um só
povo! |