Movimento Gê-Doze
"Para que não sejamos mais meninos inconstantes, levados em roda por
todo vento de doutrina, pelo engano dos homens que com astúcia enganam
fraudulosamente. Antes, seguindo a verdade em amor, cresçamos em tudo
naquele que é a cabeça, Cristo." (Efésios 4.14-15) O G-12 é um
movimento de perfil neo-pentecostal que vem confundindo lideranças e
membros de igrejas evangélicas, ao pregar e arrebanhar pessoas através
de práticas esotéricas e para-psicológicas, tais como: cura interior,
liberação de perdão divino, regressão psicológica, meditação
transcendental e transmigração hereditária. O fundador do movimento
foi César Castellanos Domínguez, pastor-fundador da Missão Carismática
Internacional, cuja sede principal fica em Bogotá na Colômbia, e que
segundo informações, possui 170 mil membros. A definição do termo
G-12, vem das próprias palavras de Castellanos: “o princípio dos doze
é um revolucionário modelo de liderança que consiste em que a cabeça
de um ministério seleciona doze pessoas para reproduzir seu caráter e
autoridade neles para desenvolver a visão da igreja, facilitando assim
a multiplicação; essas doze pessoas selecionam a outras doze, e estas
a outras doze, para fazer com elas o mesmo que o líder fez em suas
vidas.”
O encontro que originalmente era uma Classe de Catecúmenos Intensiva,
tornou-se, mais tarde, simplesmente numa estratégia de Castellanos
para integrar novos convertidos à sua Missão, e, atualmente, uma ponte
para a conquista migratória de adeptos para o seu movimento. Assim, o
G-12 não é a alternativa final de Deus para a igreja, não é o mover do
Espírito Santo nesses dias e nem os encontros um mero método
originalmente bíblico discipulador. Com certeza, não! A síndrome
presente nesse e em outros movimentos semelhantes é o desejo da
construção de impérios pessoais ao invés de edificação do Reino de
Deus. É a idolatria dos números; é a autolatria dos seus mentores; é a
presunção egoísta incorporada em vez da paixão manifestada dos adeptos
aos encontros! Jamais poderemos aceitar o princípio de que os fins
justificam os meios, ou que o crescimento numérico, à revelia, e o
alcance de todos os povos com o Evangelho da Graça, são prerrogativas
para a Vinda de Cristo! Deus é soberano, e a Segunda Vinda de Cristo
está sob seu eterno propósito!
Obviamente, olhando de relance e por uma óptica cosmológica, nada há
de errado, pois este princípio já foi contemplado em 2 Tm 2:2 — "E o
que de min, entre muitas testemunhas, ouviste, confia-o a homens
fiéis, que sejam idôneos para também ensinarem os outros." O G-12 é
apenas mais um modelo de discipulado, um programa de células a mais
baseado no sucesso eclesial de Paul (David) Yonggi Cho, uma outra
mania eclesiástica do século presente! Entretanto, o aspecto
fundamental é o encontro em si, e a rutura da unidade da igreja. Aos
encontros tem sido atribuído, por seus defensores, um caráter
normativo, como se somente lá pudesse alguém se encontrar com Deus e
ter a vida transformada. Em verdade a idéia mesmo é de um
amadurecimento instantâneo, através do qual ocorrem a santificação,
mudança e vocação instantânea do prosélito. Castellanos afirma: "O
encontro é uma vivência genuína com Jesus Cristo, com a pessoa do
Espírito Santo e com as Sagradas Escrituras, nos quais, mediante
conferências, palestras, vídeos e práticas de introspecção se leva o
novo convertido ao arrependimento, libertação de amarras e sanidade
interior.
O propósito é fornecer orientação clara à luz das Sagradas Escrituras
ao recém convertido acerca de seu passado, presente e futuro com Jesus
Cristo, mediante ministrações a nível pessoal e em grupo, operando-se
mudanças tão importantes durante os três dias, que assistir ao
encontro, equivale a um ano de crescimento espiritual. Desta maneira,
o novo é preparado para desenvolver uma relação íntima com o Senhor,
facilitando-lhe a aprendizagem da oração, leitura da Palavra e o
conhecimento da visão..." Essa afirmação revela que Castellanos e seus
adéptos confundem o encontro com Cristo, na experiência da conversão,
libertação, propiciação e imputação, com os retiros espirituais
promovidos por eles. Como se vê, mais uma camuflagem para a
substituição da obra vicária de Cristo na vida do crente. As técnicas
adotadas são nazistas, na pratica da lavagem cerebral — repetição,
confissão e afirmação escrita, aliados à similitude da transferência
de espíritos de praxe nos tradicionais encontro de casais católicos
romanos!
O movimento Gê-Doze contém erros teológicos aberrantes, tais como: que
você deva examinar a sua vida para descobrir quais as orações que Deus
deixou de responder. Então você tem que perdoar a Deus pelas vezes que
falhou com as Suas promessas, senão Deus não pode perdoar você. Os
conceitos teológicos postulados pelo G-12, tais como suas crenças
quanto à revelação, o homem diante de Deus, pecado, igreja, santidade
e a doutrina do Espírito Santo, não condizem com o ensinamento bíblico
genuinamente pentecostal e reformado. As práticas evangelísticas que
visam o mega crescimento da igreja, pautam por critérios
mercadológicos antes que por critérios amorosamente bíblicos. A
prática da "regressão mental" tem como objetivo de verificar a herança
de maldições híbridas passadas, utilizada como uma arma letal para
destruir a plena confiança do homem em Deus e no seu perdão, assim
como, legando-o uma vida espiritualmente dependente e uma alma ferida,
que só por um milagre e intervenção divina, poderá ser curada! Que o
sangue de Cristo nos cubra a todos destes e outros semelhantes
engenhos humanos, que depois tornam-se, inevitavelmente, em empresa à
serviço do Reino das Trevas! Concluindo, assim vejo o movimento G-12:
-
Ele erra, porque pretende ser a revelação de Deus única e
exclusiva./li>
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Ele erra, porque confunde números simbólicos com numerologia, ao
exigir o uso do número 3 ou 12 como se fossem números sobrenaturais,
aproximando suas fronteiras litúrgicas com o esoterismo.
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Ele erra, porque tem base em pretensas revelações e sonhos de um
homem, cujas revelações não encontram respaldo bíblico, mas que
pretendem ser aceitas como novas revelações.
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Ele erra, porque, fundamentado em inovações, cria doutrinas
anti-Bíblicas, como a de exigir dos adeptos dos encontros que
liberem o perdão a Deus e reciclem seus pecados anteriores.
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Ele erra, porque com sua confusão entre retiro para novos crentes e
crentes antigos, anula a cruz e a obra vicária de Cristo, exigindo
dos participantes dos encontros que confessem seus pecados
anteriores.
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Ele erra, porque confunde os seus retiros com o encontro pessoal com
Cristo na conversão, em cujo momento tornam-se oráculos do Espírito
Santo.
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Ele erra, porque pretende que o encontro produza santificação
absoluta (hagios) e instantânea (hagiasmos) a todo custo.
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Ele erra, porque tenta pela manipulação psicológica massiva produzir
a obra do Espírito, quando em realidade, o batismo no Espírito Santo
é uma experiência distinta da regeneração, não salvífica, e
privilégio para todos os nascidos de novo.
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Ele erra, porque confunde construção de um império pessoal com a
construção do Reino de Deus.
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Finalmente, ele erra porque não crê na inerrância bíblica!