Injustiça
de Deus ou do Homem?
Rev.
Josivaldo
de França Pereira
Brasil |
Brasileiro,
Pastor Professor e Conferencista. |
Deus
castigaria com penas eternas alguém que jamais ouviu falar do
evangelho? Não serão poucos os crentes bons e sinceros que
responderão a esta pergunta com um enfático NÃO! Numa ocasião
alguém me perguntou como ficaria o homem da pedra lascada e as
tribos primitivas que nunca ouviram o evangelho. Em nossos dias
existem tribos indígenas, africanas e povos espalhados pelo mundo
que nunca ouviram falar no nome de Jesus. Se estas pessoas morrerem
sem conhecer a Jesus irão para o inferno?
No capítulo 3 de Romanos, o apóstolo Paulo, ao tratar da questão
da salvação e condenação diz: "Não há um justo, nem um
sequer", e complementa: "Porque todos pecaram e destituídos
estão da glória de Deus". O que Paulo está dizendo nesses
versículos é que a condição natural do ser humano é de
pecador. Todos nós somos pecadores em Adão (Rm 5.12); nascemos em
pecado (Sl 51.5); portanto, nem nós nem ninguém mereceria a salvação.
É importante entendermos que a salvação é um dom da livre graça
de Deus (At 15.11; Ef 2.5,8). Deus não é obrigado a salvar ninguém.
Se Ele fosse obrigado, a salvação deixaria de ser graça para ser
dívida. A salvação é uma questão de graça; a condenação,
sim, é uma questão de justiça. Se Deus lançasse todo mundo no
inferno, não dando a ninguém a oportunidade de ouvir o evangelho,
mesmo assim Ele seria justo porque todos pecaram. Nesse caso,
observe que a proclamação do evangelho é necessária para que
alguém seja salvo, mas não necessariamente para que alguém seja condenado
(Lc 12.47,48; Rm 2.12). E a ignorância? Ela não justifica o erro.
Se a ignorância justificasse o erro, para quê pregar o evangelho
então? Vamos deixar todo mundo na ignorância e assim todos serão
salvos. E o índio? O índio é pecador por natureza e por isso
precisamos pregar o evangelho a ele, na esperança de que se
arrependa de seus pecados e se converta ao Senhor. E isso não sou
eu quem diz. O índio salvo, de nome Zenito, disse: “Não existe
índio inocente, mesmo que não tenha ouvido falar de Jesus.
Quando ele mata, rouba e adultera ele sabe que errou, mas
continua fazendo porque esta é a vida dele, viver no pecado.” Se o índio rejeitar a salvação ou nunca
ouvir o evangelho, será condenado pela justiça de Deus por causa
do que ele é por natureza: um pecador. Mas como os índios e tantos
outros crerão se não há quem pregue? Na verdade há quem pregue,
o que não há, na maioria das vezes, é boa vontade cristã para se
pregar o evangelho. A proclamação do evangelho é o único meio de
salvação de todos os povos (Rm 10.14-17). A igreja sabe disso. Mas
não basta saber, é preciso praticar! Fomos chamados para proclamar
Jesus Cristo. Essa é a nossa vocação (1 Pe 2.9). Se a igreja não
fizer a sua parte, isto é, de pelo menos tentar livrar as pessoas
de irem para o inferno (Pv 24.11,12; Tg 5.20), será
responsabilizada por Deus pela condenação do pecador (Ez 33.8,9).
Vamos evangelizar!
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A
Salvação
Neusa
Maria Rocha
E.U.A. |
Brasileira,
Professora e Membro Departamento de Apoio. |
A
palavra
salvação vem do grego Soter, que significa libertar,
salvar ou redimir. A salvação abrange três aspectos
dispensacionais: salvação física - do corpo, espiritual - da alma
e preservativa - o ser total. Esta
salvação espiritual originou-se no coração de Deus, ao ver a
queda do homem no
Eden.
A ele, indefeso e sem mínimos recursos, Deus fez uma promessa que
da semente da mulher nasceria um que seria o seu redentor (Gn 3:15).
Esta promessa foi cumprida quando Jesus foi enviado como cordeiro
que tiraria o pecado do mundo (Jo 3:16). A salvação nos foi
concedida mediante a graça de Deus manifestada em Cristo Jesus (Rm
3:24), seu sacrifício vicário (Rm 3:25; 5:8), sua ressurreição (Rm
5:10) e sua contínua intercessão por todos os salvos (Hb 7:25).
A salvação é individual e recebida gratuitamente, mediante a fé
em Cristo; ela é o resultado da graça, da misericórdia de Deus (Jo
1:16) e da resposta humana à fé (At 16:31; Rm 1:17). Vemos aqui a
grande porta do amor divino mediante o plano da salvação, através
da qual todos podem escapar do iminente juízo divino e da condenação
eterna. Os três estágio salvíficos são a justificação (Rm 5:1),
a
regeneração (1 Pe 1:23) e a
adoção
(Gl 4:4). A salvação é uma oportunidade universalmente inerente a todos os homens
(Rm 10:13). O benefício imediato da salvação é expresso pela
proteção
física neste mundo (Hb 1:14); é a restituição da imagem
espiritual e moral de Deus (Cl 3:10; 2 Co 3:18); e
futuramente,
a vida eterna (Jo 11:25; Hb 12:1,2) e a morada nos céus com Deus (2
Tm 1:9; Tt 3:5; Jo 14:1-3). A salvação assume dois importantes estágios
na vida do crente: o primeiro — hagios, quando o Pai
o tira do mundo, colocando-o no Reino do seu Filho (Jo 17:17; Cl
1:13); o segundo — hagiasmos, quando ele mesmo, com
ajuda do Espírito Santo, se mantém neste Reino (1 Ts 5:23; Jo
14:23). Finalmente, a salvação abrange o passado, o presente e o
futuro do crente. Quanto ao passado, o homem pode ser salvo das
penalidades de seu pecado (Rm 5:9); quanto ao presente, ele pode ser
salvo do poder do pecado (Rm 5:10; 1 Co 1:18), e no futuro, libertos
permanentemente do poder da morte (Rm 13:11; Hb 9:28). Nisto
tudo vemos a majestade, o mistério, o poder e a misericórdia de
Deus em
ação.
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