Fort Lauderdale, Florida, 18 de Fevereiro de 2001 Ano IX  Nº 08


 

Injustiça de Deus ou do Homem?

  Rev. Josivaldo de França Pereira Brasil

Brasileiro, Pastor Professor e Conferencista.

Deus castigaria com penas eternas alguém que jamais ouviu falar do evangelho? Não serão poucos os crentes bons e sinceros que responderão a esta pergunta com um enfático NÃO! Numa ocasião alguém me perguntou como ficaria o homem da pedra lascada e as tribos primitivas que nunca ouviram o evangelho. Em nossos dias existem tribos indígenas, africanas e povos espalhados pelo mundo que nunca ouviram falar no nome de Jesus. Se estas pessoas morrerem sem conhecer a Jesus irão para o inferno? No capítulo 3 de Romanos, o apóstolo Paulo, ao tratar da questão da salvação e condenação diz: "Não há um justo, nem um sequer", e complementa: "Porque todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus". O que Paulo está dizendo nesses versículos é que a condição natural do ser humano é de pecador. Todos nós somos pecadores em Adão (Rm 5.12); nascemos em pecado (Sl 51.5); portanto, nem nós nem ninguém mereceria a salvação. É importante entendermos que a salvação é um dom da livre graça de Deus (At 15.11; Ef 2.5,8). Deus não é obrigado a salvar ninguém. Se Ele fosse obrigado, a salvação deixaria de ser graça para ser dívida. A salvação é uma questão de graça; a condenação, sim, é uma questão de justiça. Se Deus lançasse todo mundo no inferno, não dando a ninguém a oportunidade de ouvir o evangelho, mesmo assim Ele seria justo porque todos pecaram. Nesse caso, observe que a proclamação do evangelho é necessária para que alguém seja salvo, mas não necessariamente para que alguém seja condenado (Lc 12.47,48; Rm 2.12). E a ignorância? Ela não justifica o erro. Se a ignorância justificasse o erro, para quê pregar o evangelho então? Vamos deixar todo mundo na ignorância e assim todos serão salvos. E o índio? O índio é pecador por natureza e por isso precisamos pregar o evangelho a ele, na esperança de que se arrependa de seus pecados e se converta ao Senhor. E isso não sou eu quem diz. O índio salvo, de nome Zenito, disse: “Não existe índio inocente, mesmo que não tenha  ouvido falar de Jesus. Quando ele mata, rouba e adultera  ele sabe que errou, mas continua fazendo porque esta é a vida dele, viver no pecado.” Se o índio rejeitar a salvação ou nunca ouvir o evangelho, será condenado pela justiça de Deus por causa do que ele é por natureza: um pecador. Mas como os índios e tantos outros crerão se não há quem pregue? Na verdade há quem pregue, o que não há, na maioria das vezes, é boa vontade cristã para se pregar o evangelho. A proclamação do evangelho é o único meio de salvação de todos os povos (Rm 10.14-17). A igreja sabe disso. Mas não basta saber, é preciso praticar! Fomos chamados para proclamar Jesus Cristo. Essa é a nossa vocação (1 Pe 2.9). Se a igreja não fizer a sua parte, isto é, de pelo menos tentar livrar as pessoas de irem para o inferno (Pv 24.11,12; Tg 5.20), será responsabilizada por Deus pela condenação do pecador (Ez 33.8,9). Vamos evangelizar!

A Salvação

Neusa Maria Rocha E.U.A.

Brasileira, Professora e Membro Departamento de Apoio.

A palavra salvação vem do grego Soter, que significa libertar, salvar ou redimir. A salvação abrange três aspectos dispensacionais: salvação física - do corpo, espiritual - da alma e preservativa - o ser total. Esta salvação espiritual originou-se no coração de Deus, ao ver a queda do homem no Eden. A ele,  indefeso e sem mínimos recursos, Deus fez uma promessa que da semente da mulher nasceria um que seria o seu redentor (Gn 3:15). Esta promessa foi cumprida quando Jesus foi enviado como cordeiro que tiraria o pecado do mundo (Jo 3:16). A salvação nos foi concedida mediante a graça de Deus manifestada em Cristo Jesus (Rm 3:24), seu sacrifício vicário (Rm 3:25; 5:8), sua ressurreição (Rm 5:10) e sua contínua intercessão por todos os salvos (Hb 7:25).  A salvação é individual e recebida gratuitamente, mediante a fé em Cristo; ela é o resultado da graça, da misericórdia de Deus (Jo 1:16) e da resposta humana à fé (At 16:31; Rm 1:17). Vemos aqui a grande porta do amor divino mediante o plano da salvação, através da qual todos podem escapar do iminente juízo divino e da condenação eterna. Os três estágio salvíficos são a justificação (Rm 5:1), a regeneração (1 Pe 1:23) e a adoção (Gl 4:4). A salvação é uma oportunidade universalmente inerente a todos os homens (Rm 10:13). O benefício imediato da salvação é expresso pela proteção física neste mundo (Hb 1:14);  é a restituição da imagem espiritual e moral de Deus (Cl 3:10; 2 Co 3:18); e futuramente, a vida eterna (Jo 11:25; Hb 12:1,2) e a morada nos céus com Deus (2 Tm 1:9; Tt 3:5; Jo 14:1-3). A salvação assume dois importantes estágios na vida do crente: o primeiro — hagios, quando o Pai  o tira do mundo, colocando-o no Reino do seu Filho (Jo 17:17; Cl 1:13); o segundo — hagiasmos, quando ele mesmo, com ajuda do Espírito Santo, se mantém neste Reino (1 Ts 5:23; Jo 14:23). Finalmente, a salvação abrange o passado, o presente e o futuro do crente. Quanto ao passado, o homem pode ser salvo das penalidades de seu pecado (Rm 5:9); quanto ao presente, ele pode ser salvo do poder do pecado (Rm 5:10; 1 Co 1:18), e no futuro, libertos permanentemente  do poder da morte (Rm 13:11; Hb 9:28). Nisto tudo vemos a majestade, o mistério, o poder e a misericórdia de Deus em ação.

A Doutrina da Salvação

Milton Ghigliotty E.U.A.

Americano, Seminarista, Membro da Diretoria

 

Texto Áureo da Lição

Mas devemos sempre dar graças a Deus, por vós, irmãos amados do Senhor, por vos ter Deus elegido desde o princípio para a salvação, em santificação do Espírito e fé da verdade, ( 2 Ts 2:13)


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: SALVO ESTÁS, LIMPO ESTÁS — 277 da Harpa Cristã.

1. A origem da salvação

  • Planejada pelo Pai: Gn 3:15; Is 7:14.

  • Consumada pelo Filho: Lc 23:46; Fl 2:5-8; Jo 19:28-30.

  • Mantida pelo Espírito Santo: Jo 14:16; 16:8-11; Rm 8:14. 

2. A obtenção da salvação

  • Através da fé salvífica: At 4:12; Rm 5:1; Hb 10:38; Ef 2:8.

  • Através do arrependimento: Mc 1:15; At 2:37,38; 17:30.

  • Através da conversão: At 3:19; Zc 1:4; At 14:15.

3. O objetivo da salvação

  • Justificar o arrependido: Rm 5:1; Rm 3:23,24; At 13:38,39.

  • Regenerar o convertido: Tt 3:5; 2 Co 5:17; Rm 12:2.

  • Santificar o crente: Lv 20:26; Jo 17:17; 2 Co 7:1; 1 Ts 5:23.

Texto da Lição:

 

Hebreus 9:11-15

 

11 Mas, vindo Cristo, o sumo sacerdote dos bens futuros, por um maior e mais perfeito tabernáculo, não feito por mãos, isto é, não desta criação, 12 nem por sangue de bodes e bezerros, mas por seu próprio sangue, entrou uma vez no santuário, havendo efetuado uma eterna redenção. 13 Porque, se o sangue dos touros e bodes e a cinza de uma novilha, esparzida sobre os imundos, os santificam, quanto à purificação da carne, 14 quanto mais o sangue de Cristo, que, pelo Espírito eterno, se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará a vossa consciência das obras mortas, para servirdes ao Deus vivo? 15 E, por isso, é Mediador de um novo testamento, para que, intervindo a morte para remissão das transgressões que havia debaixo do primeiro testamento, os chamados recebam a promessa da herança eterna.

(ARC)