Sozinhos
e Abandonados!
Miss.
Takayoshi Katagiri — Japão
Jesus
Cristo, em um momento de sua vida, se sentiu terrível e
tremendamente só, abandonado, desamparado, indefeso, impotente, à
mercê de seus algozes. Uma situação que não pode ser total e
detalhadamente expressa em palavras. E nesse momento, ele clamou,
dizendo: “eloí, eloí, lamá sabactani?” — “Deus
meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt.27:46). Haverá
um momento em nossa vida, se é que este ainda não chegou, em que
sentiremos também abandonados, desamparados, frustrados, indefesos,
impotentes e esmagados. Uma realidade que um dia, hoje ou amanhã,
far-se-á presente na vida de todo cristão. E quando este dia
chegar, qual será a nossa reação? Vivemos dias modernos! Os
ministros de Deus, distanciandos do ideal bíblico, estão a
pintar a Igreja como se fosse o céu terreno, um paraíso que pode
ser desfrutado enquanto aqui vivemos. Os cristãos não estão sendo
preparados para desenvolver raízes que penetrem na terra, e que o
sustentem quando vier a seca e a tempestade. Então, quando vem o
dia da tribulação, o dia da angústia, o dia do fogo ardente,
muitos deles se escandalizam e abandonam a Igreja. Os motivos pelos
quais temos que passar por estas situações já foram objetos de
exortação e consolo do Espírito Santo à igreja primitiva. Não
quero afirmar que passaremos exatamente o que os pioneiros da fé
passaram, mas com certeza, sentiremos o que eles sentiram! É uma
realidade incontestável que um dia em nossa vida nos sentiremos
abandonados, agoniados, deprimidos, desnorteados, desamparados, órfãos,
indefesos, impotentes e confusos. E pior, vamos sentir raiva,
frustração, desapontamento e humilhação! Vamos ter vontade de
fugir, de gritar, de chorar, de bater, de machucar, de matar! Vamos,
finalmente, olhar para os céus e perguntar: “por quê, Deus...
por que?” Meu amado irmão, qual seria a tua reação se
tivesse um irmão que roubasse a tua herança enganando teu pai?
Teus filhos fossem todos mortos, e perdesse todos os teus bens, e a
tua esposa dissesse: amaldiçoa esse Deus e morra? Fosse perseguido
por uma mulher que ordenasse a tua morte? Tivesse cobradores batendo
em tua porta e te ameaçando todos os dias? Fosse traído por um de
teus mais íntimos colaboradores? Fosse picado por uma cobra
venenosa, e todos se juntassem à sua volta esperando que você
entrasse em convulsão e morresse? Passasse os últimos dias de tua
vida num presídio, onde fosse, finalmente decapitado? Fosse jogado
aos leões para servir de divertimento à uma turba sedenta de
sangue? Tivesse que cultuar ao Senhor nosso Deus num cemitério
construído dentro de cavernas cheias de baratas, ratos e
pernilongos? Infelizmente, com muita dor contemplamos hoje em dia
centenas de cristãos abandonando suas igrejas porque não sabem
como reagir e o que pensar quando se vêem em situações pouco
semelhantes a estas. Em Isaías 43, Deus não prometeu que estaríamos
livres do fogo ou das águas, mas que não seríamos tragados ou
consumidos por eles — Ele estaria conosco!
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Apostasia
Neusa
Maria Rocha — EUA
O
vocábulo grego para apostasia é um termo técnico para revolta ou
defecção política. Na Septuaginta, sempre se relaciona à
rebelião contra Deus (Js 22:22; 2Cr 29:19), originalmente instigada
por Satanás, o dragão apóstata de Jó 26:13. A apostasia aparece
duas vezes no Novo Testamento como substantivo (At 21:2; 2Ts 2:3), e
em Hebreus 3:12 como verbo (apartar). Podemos assim definir
apostasia como: decaída, deserção, desvio rebelião, abandono,
retirada ou afastar-se daquilo a que antes se estava ligado. A
apostasia individual só é possível para quem já experimentou a
salvação, a regeneração e a renovação pelo Espírito Santo (Lc
8:13; Hb 6:4,5). A apostasia pode envolver dois aspectos distintos:
1º Apostasia Teológica: rejeição de todos os ensinos
originais de Cristo e dos Apóstolos (1Tm 4:1; 2Tm 4:3); 2º Apostasia
Moral: aquele que era crente deixa de permanecer em Cristo e
volta livremente a ser escravo do pecado e da imoralidade (Is 29:13; Mt
23:25-28; Rm 6:15-23; 8:6-13). Paulo quando escreve à Igreja de
Tessalônica, direciona a sua palavra aqueles que foram enganados em
crer que a vinda do Senhor já havia ocorrido. Ele descreve que o
Arrebatamento virá precedido de tempos de apostasia que envolveria
o engano doutrinário, insensatez moral, e desvio ético das
verdades de Deus (2Ts 2:3). A Bíblia adverte fortemente quanto à
possibilidade da apostasia, visando nos alertar para o perigo
fatal de abandonar nossa união com Cristo, a fim de nos motivar a
perseverar na fé e na obediência (Mt 24:4,5; Jo 15:1-6; At 11:21-23; Tg
5:19,20).
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