Fort Lauderdale, Florida, 26 de Novembro de 2000 Ano VIII  Nº 48


 

Pacifismo ou Guerra?

Rev. Augustus Mattos — África do Sull

 

Quando estourou a Segunda Guerra Mundial, o conhecido John Stott era bem jovem, com idade de alistar-se no Exército. Contudo, ele se recusou a entrar no Exército Britânico e a participar da guerra. O parceiro de Stott, um médico que havia se alistado para combater ao lado dos aliados, ficou extremamente revoltado com o filho e cortou as relações com ele. Só depois que Stott tornou-se pastor conhecido, e começou a pregar na capela de All Souls, na Inglaterra, é que um dia, finalmente, seu pai, comovido, o procurou. Seu pai não aceitava que, naquele momento de crise para o país, as convicções pacifistas de Stott o impedissem de lutar pela sua Pátria. Pacifismo ou guerra espiritual? Sem entrar no mérito da questão do pacifismo, queremos apenas usar essa ilustração para dizer que não há lugar para pacifistas na guerra espiritual em que a Igreja está envolvida. A Bíblia diz que estamos num combate, estamos no meio de uma escaramuça. Não é de estranhar que no Novo Testamento a Igreja quase sempre é descrita com uma linguagem oriunda do campo militar. Muita gente hoje fala em Igreja, inclusive há essa idéia muito popular de que a Igreja é um grande hospital onde as pessoas vêm para que sejam curadas. Não queremos descartar esse lado, cremos que o Novo Testamento nos dá base para afirmar que há espaço entre o povo de Deus para a cura interior e exterior. Aliás, muita gente vê a Igreja desta maneira, como um grande sanatório, onde nossas esquizofrenias espirituais são tratadas pelo pastor ou por uma equipe. O problema com essa visão é que ela não leva em consideração que, no Novo Testamento, a Igreja é vista como um exército que marcha, um exército que está em plena campanha, um exército que está em batalha. Há muitos que estão na Igreja há tantos anos esperando para que sejam curados de suas feridas. Talvez o que esteja faltando seja uma palavra como: Irmão, toma a tua armadura e vai para o campo de combate — “Revesti-vos de toda a armadura de Deus, para que possais estar firmes contra as ciladas do Diabo” (Efésios 6:11). Há irmãos que são doentes profissionais na Igreja. Estão ali e vão ficar ali a vida toda. Na realidade, o quadro da Igreja que vemos no Novo Testamento é o de uma Igreja militante. Não é por acaso que os nossos teólogos entendem a Igreja como sendo a Igreja militante e a Igreja triunfante. Militante porque está em luta, está em combate, está em conflito, contra as hostes do mal, contra o pecado, e contra o mundo!

Ciúmes

Adriana da Costa — EUA

Inveja, sentimento doloroso, receio de perder alguma coisa, cuidado e zelo. A palavra ciúme é usada em três sentidos na Bíblia Sagrada: 1° Intolerância pela rivalidade ou infidelidade; 2° Disposição suspeitosa pela rivalidade ou infidelidade; 3° Hostilidade contra uma pessoa por inveja. No Antigo Testamento está escrito sete vezes: “Eu sou um Deus zeloso” (Dt 5.9). Deus é zelozo, tem ciúmes pelo seu povo, no sentido que ele não tolera a infidelidade do seu povo em adorar ou confiar em outros deuses (Ex 34.14). Deus exige ser adorado com exclusividade, por isso a idolatria é um pecado cardeal (Ex 20.5). Seu ciúme é de quem ama: "Ou cuidais vós que em vão diz a escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?" (Tg 4.5). Homens de Deus foram tomados de zelo pela causa do Senhor, como Finéias (Nm 25.11,13), Elias (I Rs 19.10,14), e Paulo como ministro do povo de Deus, teve o mesmo zelo pela pureza de fé e conduta da Igreja. "Porque estou zeloso de vós com zelo de Deus; porque vos tenho preparado para vos apresentar como virgem pura a um marido, a saber, a Cristo". (II Co 11.2). Porém, podemos ver outro tipo de ciúme a qual o crente não deve possuir, e é a inveja. José foi vendido por seus irmãos porque o invejavam (Gn 37.11).   Caim matou Abel, porque invejou a bênção que Deus dera a seu irmão (Gn 4.8). Jesus foi entregue para ser crucificado pela inveja dos chefes religiosos (Mt 27.18). No livro de Números descreve o ritual feito quando um esposo sentia ciúme de sua esposa em suspeita de adultério (Nm 5.11-30). Porém, Paulo nos adverte que se este sentimento existe entre os crentes somos então considerados como carnais. “Pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais?" (I Co 3.3). O conselho que Paulo deixou para nós é: “se vivemos no espirito não sejamos cobiçosos de vanglórias, irritando-nos uns aos outros, invejando-nos uns aos outros” (Gl 5.25-26).

A Imagem dos Ciúmes!

Rev. Julio DaSilva — Austrália

 

Texto Áureo da Lição: Tiago 4:5

Ou cuidais vós que em vão diz a Escritura: O Espírito que em nós habita tem ciúmes?


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: SOB O SANGUE TEU — 289 da Harpa Cristã.

 

 

1. A Imagem dos Ciúmes Afasta-nos de Deus

  • Da vida devocional: Jz 16:20b; 2 Tm 4:10 e Rm 12:1.

  • Do meio da família: 1 Sm 20:30; Gn 19:26 e 1 Co 11:28,30.

  • Do centro da congregação: Ap 2:4; Ez 8:6 e Hb 10:25.

2. Os  Nichos Sagrados do Coração do Homem

  • A Capa Babilônica do Mundanismo: Js 7:21; Tg 4:4 e 1 Jo 2:15-17.

  • O Ananias e Safira da Avareza: At 5:3; 1Tm 6:10 e 1 Ts 4:11.

  • O Sansão das Luxúrias: Jz 14:3; 2 Tm 2:22 e Mt 6:22-24.

3. O Santo Ciúme do Cordeiro por Sua Noiva

  • Porque somos sua noiva: Is 61:10; Jo 3:29 e Ef 5:27.

  • Porque temos compromisso com ele: Mt 25:4 e Ap 19:7.

  • Porque ele vem breve: Ap 22:12; 1 Co 15:52 e 1 Ts 5:23.

 

Texto da Lição:

 

Ezequiel 8:1-6

1 Sucedeu, pois, no sexto ano, no mês sexto, no quinto dia do mês, estando eu assentado na minha casa, e os anciãos de Judá, assentados diante de mim, que ali a mão do Senhor JEOVÁ caiu sobre mim. 2 E olhei, e eis uma semelhança como aparência de fogo; desde a aparência dos seus lombos, e daí para baixo, era fogo e dos seus lombos para cima, como aspecto de um resplendor, como cor de âmbar. 3 E estendeu a forma de uma mão e me tomou pelos cabelos da minha cabeça; e o Espírito me levantou entre a terra e o céu e me trouxe a Jerusalém em visões de Deus, até à entrada da porta do pátio de dentro, que olha para o norte, onde estava colocada a imagem dos ciúmes, que provoca o ciúme de Deus. 4 E eis que a glória do Deus de Israel estava ali, conforme a semelhança que eu tinha visto no vale. 5 E disse-me: Filho do homem, levanta, agora, os teus olhos para o caminho do norte. E levantei os meus olhos para o caminho do norte, e eis que da banda do norte, à porta do altar, estava esta imagem de ciúmes, à entrada. 6 E disse-me: Filho do homem, vês tu o que eles estão fazendo? As grandes abominações que a casa de Israel faz aqui, para que me afaste do meu santuário? Mas verás ainda maiores abominações.

(ARC)