Fort Lauderdale, Florida, 19 de Novembro de 2000 Ano VIII  Nº 47


 

Sonhando Acordado!

Rev. Ricardo Goldim — Brasil

Ontem sonhei que estava em um culto com o auditório lotado. A reunião iniciou-se com uma oração muito mecânica. Em seguida apresentou-se um grupo musical gospel. A letra era paupérrima, toda a música concentrava-se em repetir o refrão: "O leão de Judá derrotou o outro leão perigoso". Terminada a "batalha", foram gastos mais de quarenta minutos no levantamento das ofertas — desde ameaças a promessas de que receberiam cem vezes mais. O pregador da noite levantou-se para falar e, por cerca de cinqüenta minutos, discorreu sobre assuntos diversos sem, contudo, conduzir uma linha de raciocínio, sem compromisso algum de expor a Bíblia. Meu sonho me perturbava. De repente, para minha absoluta surpresa, vi ao meu lado, participando do culto, quatro personagens históricos: Martinho Lutero, João Calvino, João Wesley, Charles Finney e Gunar Vingren, fundador do pentecostalismo no Brasil. Mal podia acreditar que estava cultuando a Deus ao lado de tão ilustres personalidades do mundo evangélico. Muitas perguntas vieram à minha mente: curiosidades, esclarecimentos, dúvidas que precisavam ser sanadas. Todavia, eles é que começaram a me questionar. Lutero mostrava-se indignado pelo que parecia uma volta da igreja à Época Medieval, dos amuletos, relíquias e indulgências. Expliquei-lhe que a igreja brasileira está inserida em uma cultura muito mística. Falei da herança católica medieval, disse que os índios brasileiros eram animistas. Para ele, a Palavra deveria ser suficiente para produzir fé e não havia necessidade de "pontos de contato" para o poder de Deus fluir em nós. A preocupação de Calvino, entretanto, era entender o porquê de tanto descaso com a Bíblia. Falou-me que, até o avanço dos protestantes na Europa, cultuar a Deus resumia-se a assistir a um ritual. A liturgia era mais importante que a exposição do texto sagrado.  Wesley, por sua vez,  encontrava-se aturdido. Ele me disse que, por aquele culto, percebia que havia muitos chavões, mas pouco compromisso ético na igreja. Por duas vezes, perguntou-me: "Será possível conduzir a obra de Deus apenas prometendo triunfo, sem jamais questionar a vocação profética da igreja?"Charles Finney também se aproximou de mim, querendo entender o que se passava. Falou-me de como eram os cultos evangelísticos de seus dias e de como as pessoas encaravam o novo nascimento. Ele fazia o apelo para que as pessoas que estavam "ansiosas" por salvação tivessem um tempo para refletir e saber se realmente desejavam um compromisso real com Cristo. Sua inquietação com o culto do qual participávamos, vinha da maneira tão trivial como as pessoas encaravam a conversão e o discipulado! Gunnar Vingren, não aceitava que todo o sacrifício dos pioneiros do movimento pentecostal desmoronasse em uma teologia tão imediatista. Ele disse que não havia Pentecostes sem a cruz.  Comecei a suar. Sem conseguir dormir de novo, ainda em minha cama, orei e pedi a Deus que  levantasse no Brasil um povo comprometido em ter apenas a  Bíblia como regra de fé e prática. Pedi-lhe que levantasse pastores que cuidem do povo como rebanho de Deus, e não como um investimento que pode ser capitalizado no futuro. Orei para que os seminaristas não confundissem sucesso com um ministério aprovado por Deus. Os sonhos muitas vezes mostram o que não queremos ver. Talvez, a maior necessidade da igreja, a nossa necessidade, seja a de olhar-nos criticamente. Se fecharmos os olhos para a trivialização do sagrado, para a falta de compromissos éticos e proféticos, para a transformação do culto em espetáculo, não só nos condenaremos a sermos irrelevantes para a nossa geração como envergonharemos muitos herois que já deram a suas vidas pela causa de Cristo!

Idolatria

Pedro Marques Pereira — Portugal

 

 No Antigo Testamento o pecado da idolatria é explicitamente condenado no primeiro e segundo mandamentos: “Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança... não te encurvarás a elas, nem as servireis; porque eu, o Senhor teu Deus, sou Deus zeloso” (Ex 20.4,5). O seu castigo, no caso de transgressão nacional, está claramente determinado (Dt 4.15-28). Os judeus viveram em um mundo repleto de ídolos. Os Egípcios representavam as forças naturais através de suas deidades em várias formas humanas-animais, como o sol (Re ou Atum), o céu (Nut), e a terra (Geb). Esta prática influenciou muito o povo judeu. Ao sair do Egipto, o povo pediu a Arão que fizesse a imagem de um deus visível, o qual construiu um bezerro de ouro (Ex 32.1-4). O culto aos ídolos remonta da idade patriarcal (Gn 31.19; 35.2). Desde o princípio Deus adverte o seu povo contra a idolatria, mas o seu coração sempre foi voltado aos ídolos (II Rs 17.12). Na sociedade moderna ou contemporânea existem valores pessoais colectivos que por vezes põem em causa a nossa crença, fé e abalam a nossa estabilidade espiritual (At 17.16). Paulo comoveu-se em seu espírito pela idolatria praticada em sua época (At 17.16). Um dos ídolos era o dinheiro para o qual avisa Timóteo, dizendo que este era a raiz de todos os males (I Tm 6.9-11), e outros dos ídolos era o sexo, na forma da deusa Diana ou Artêmis, da cidade de Éfeso (At 19.28). Portanto, o ídolo é uma figura representativa da divindade. Idolatria é o culto prestado aos ídolos, numa deferição restrita. Duma forma mais ampla é todo tipo de adoração, mesmo inconsciente, ou algo a quem damos mais valor do que Deus, e um só mediador entre Deus e os homens, Jesus Cristo homem (I Tm 2.5).

Os Ídolos do Templo!

Dorcas Copque — EUA

 

Texto Áureo da Lição: 2 Cr 29:5

Santificai-vos, agora, e santificai a Casa do Senhor, Deus de vossos pais, e tirai do santuário a imundícia.


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: A IGREJA UNIVERSAL — 375 da Harpa Cristã.

 

 

1. O mundanismo nos costumes

  • A irreverência da conduta:1 Co 5:1,2,9,11; Hb 12:7,8; Tt 1.10,11,16 e Pv 23:20,21.

  • A extravagância dos costumes: 1 Co 11:15,16; 1 Tm 2:9,10 e 1 Pe 3:2,3.

  • O conformismo espiritual: 1 Tm 6:3-5; 1 Co 3.3; 1 Pe 1:13,14 e Rm 12:1,2.

2. O mundanismo na liturgia

  • A mensagem sem conteúdo divino: Ez 2:3,5; 1 Tm 4:2:9,10 e 2 Cr 18:4-6.

  • A música sem inspiração divina: Sl 137:3,4; 126:2 e 1 Sm 16:16-18.

  • O culto sem adoração divina: Mt 15:8,9; At 20:28-30 e Sl 51:15-17.

3. Combatendo o mundanismo idólatra

  • Com uma vida santa: 1 Pe 1:15; Sl 93:5; Ef 5:27 e 1 Ts 5:23.

  • Com o verdadeiro louvor: Sl 100:4; Hb 13:15 e Ef 5:19.

  • Com a pregação da Sã Doutrina: Jz 21:15; 2 Tm 2:15 e 1 Tm 4:13,16.

 

Texto da Lição:

 

2 Crônicas 33:1-7

 

1 Tinha Manassés doze anos de idade quando começou a reinar e cinqüenta e cinco anos reinou em Jerusalém. 2 E fez o que era mal aos olhos do SENHOR, conforme as abominações dos gentios que o SENHOR lançara de diante dos filhos de Israel. 3 Porque tornou a edificar os altos que Ezequias, seu pai, tinha derribado, e levantou altares a baalins, e fez bosques, e prostrou-se diante de todo o exército dos céus, e o serviu. 4 E edificou altares na Casa do SENHOR, da qual o SENHOR tinha dito: Em Jerusalém estará o meu nome eternamente. 5 Edificou altares a todo o exército dos céus, em ambos os pátios da Casa do SENHOR. 6 Fez ele também passar os seus filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom, e usou de adivinhações, e de agouros, e de feitiçarias, e consultou adivinhos e encantadores, e fez muitíssimo mal aos olhos do SENHOR, para o provocar à ira. 7 Também pôs uma imagem esculpida, o ídolo que tinha feito, na Casa de Deus, da qual Deus tinha dito a Davi e a Salomão, seu filho: Nesta casa, em Jerusalém, que escolhi dentre todas as tribos de Israel, porei eu o meu nome para sempre.

  (ARC)