Fort Lauderdale, Florida, 12 de Novembro de 2000 Ano VIII  Nº 46


 

Tenho Saudades!

Autor Desconhecido

Necessito desabafar, abrir o meu coração. Entretanto, não quero parecer paranóico. Será que há uma conspiração satânica contra os pastores? As baixas são evidentes. Para ser pastor hoje, já não basta ser piedoso, íntegro e terno de coração. Necessitamos, também, ser empresários. Sei que os pastores de antigamente gastavam muito tempo orando, jejuando e buscando a direção de Deus para suas igrejas. Já me alertaram para o fato de que o meio acaba definindo a mensagem. Ouvi que os cultos devem ser objeto  de entretenimento, que não se reflita com profundidade sobre nenhum assunto. Concordei, mas entendo que estamos numa corrida de sobrevivência e se o nome de nossa igreja não ficar conhecido, continuaremos obscuros e pequenos! Na igreja, anunciam uma mensagem muito açucarada, só prometendo prosperidade, cura ou alívio para os sofrimentos. Sinto saudade daquela antiga pregação do evangelho sobre o pecado, arrependimento, o poder da cruz em salvar o pecador, o discipulado cristão e a esperança da vinda de Cristo. Por outro lado, quando me levanto em meu púlpito para pregar, sei que meu auditório está cada vez mais vazio, e as cadeiras, uma a uma, se despendem do seu dono! Minhas reflexões caracterizam-se pela superficialidade, pois as pessoas dos dias de hoje não aceitam muitas exigências. Já não devo falar muito em temas como: negar a si mesmo e tomar a cruz; crucificar o velho homem com suas paixões, sofrer por amor a Cristo. Faz anos que não ouço mensagem sobre os caminhos estreito e largo; somente prosperidade, fama, saúde mental e boa vizinhança.  Especializei-me em ensinar a orar reivindicando os nossos direitos de filhos de Deus. Nossa igreja sabe desfazer maldições espirituais. Se as pessoas não praticam o evangelho em suas vidas é problema delas; para mim, basta que nossos cultos sejam uma festa. As pessoas parecem não ter raízes. Disseram-me que nós, os pastores, somos responsáveis por criar consumidores de religião! Enfim, que mal pode haver se as pessoas procuram um bom programa religioso, boa música e ambiente confortável? Recuso-me a perder o resto de minha platéia propondo solidez de princípios bíblicos!  Mas com cadeiras vazias, quem paga minhas contas? Chega de purismos, chega de missões, chega de objetividade! O espírito de nossa época é mesmo de pouca fidelidade. Para que tentar lutar contra as tendências de uma geração? Darei o que as pessoas querem. Darei? Convidarei bons cantores; trarei pessoas com testemunhos de impacto; pregadores manipuladores de multidões. Convidarei? Darei uma cara nova aos nossos cultos. Construirei uma mega igreja. Quem tem mais gente pode mais no mundo religioso. Sim, gente! Reconheço que o diabo é ardiloso, mas temos tido o cuidado de "amarrá-lo". Com orgulho, nos especializamos em guerra espiritual. Basta promover bons cultos de libertação e seremos vitoriosos. Não há necessidade de entender as estruturas do sistema pecaminoso que nos envolve, da perdição eterna e da salvação condicional! A perversidade do ambiente cultural não é tão preocupante assim. Um grupo de irmãos unge as janelas do templo todas as semanas para que poderes malignos não nos toquem. Martinho Lutero, o reformador, sabia dos perigos de comer na mesa dos reis e de se vestir com roupas cedidas pela corte. Nos dias que o antecederam, a promiscuidade religiosa começou quando profetas perderam a voz, e não podiam mais dizer: assim diz o Senhor! Cederam ao conto da sereia política.  Mas isso não acontecerá comigo, começo a respirar o monóxido letal! Primeiro, acreditaram que poderiam mudar sua geração por meio dos mecanismos políticos. Logo perceberam que esse meio exige muita negociação e alianças sórdidas. Conheci alguns pastores que viveram uma espiritualidade diferente, mas a geração deles está passando. Resta um remanescente de homens piedosos, creio que em extinção. O perfil do pastor de hoje evoluiu muito. Os resultados são visíveis, palpáveis. Ando triste e cansado, cambaleando. Alguma coisa me rasga por dentro. Preciso de ajuda, e urgente!

Neustã

Manuela Barros - EUA

 A história deste ídolo remota da rebelião do povo de Israel contra o Senhor, nas fronteiras de Edom, quando Deus castigou-os com mordidas mortíferas de serpentes abrasadoras. A solução para este problema, foi a colocação de uma serpente de bronze, levantada no meio da congregação, como resposta do clamor de Moisés ao Senhor (Dt 21:6). Todo aquele que, ao ser mordido, olhasse para aquela serpente de metal era sarado. Depois deste episódio, esta serpente foi guardada pelo povo por mais de 700 anos, e neste meio tempo transformou-se num ídolo, chamado Neustã, ou seja, ídolo de bronze, ao qual o povo queimava incenso (2 Rs 18:4). Foi quando então Ezequias, ao assumir o reinado de Judá, fez aquela serpente de metal em pedaços, entre tantos outros que destruiu. Sem dúvida recebeu fortes oposições, sobretudo da elite religiosa, pois aquele era considerado um objeto sagrado, uma relíquia. Paulo verbaliza seu cuidado à Igreja de Roma, quanto à tendência humana de construir o visível para ser adorado em lugar daquilo que ele representa — “E mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem do homem corruptível, e de aves, e de quadrúpedes, e de reptis” (Rm 1:23). A mesma tendência horrenda ocorreu com os israelitas, construindo um bezerro de ouro, por ocasião do regresso de Moisés do Monte Sinai (Ex 32:1-7). A serpente de bronze foi um dos mais gloriosos tipos de Cristo e da sua Cruz! Hoje, no melhor sentido da palavra e da inspiração, contemplamos esta Cruz e este Cristo vulgarizados na apresentação trivial dos ourives e suas jóias! Obviamente, se alguém usa essa ou aquela jóia como objeto estético, a Cruz torna-se para aquele, como nos dias de Ezequias, uma mera peça de metal! Não deverá ser nunca o instrumento da morte de Cristo adorado, e sim, aquele que nele se entregou para que todos  pudéssemos ser perdoados e livres! Entretanto, se o visível objeto — o cordão, a pulseira, o brinco, o broche, o anel — substitui o invisível soberano Deus, este deve ser jogado fora, porque tornou-se,  nada mais e nada menos, que uma pueril Neustã!

Neustã - A idolatria das Bênçãos Divinas!

Miss. Vania DaSilva — EUA

 

Texto Áureo da Lição: Hc 3:18

Todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação.


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: EU TE LOUVO — 10 da Harpa Cristã.

 

 

1. Quando o sagrado leva à profanação

  • Quando a aliança traz a corrupção: Js 9.14-16; 1 Rs 11.2,4 e 2 Cr 19.2.

  • Quando a vitória traz a apostasia: Jz 8.27; 2 Cr 26:16-19 e 2 Co 2:14.

  • Quando um monumento traz a derrota: Mt 24.1,2; 1 Rs 12.28-30 e Mt 7:3,4.

2. Quando o homem se aparta da verdade

  • Esconde seu fracasso na história: Jo 8.33 e 1 Rs 19:2,3,10.

  • Esconde sua ambigüidade no triunfalismo: Jz 16.20 e 2 Co 12:6-10

  • Esconde sua rebelião na religiosidade: Jo 8.39 e 1 Sm 15.13,23,30

3. Quando a Palavra de Deus é aplicada

  • O temor à Deus é vivificado: Ne 8.9 e 2 Cr 19.

  • Os subterfúgios são destruídos: 2 Rs 18.4 e Ap 19:18-20.

  • A purificação é restaurada: 2 Cr 29.5,16 e Is 52:1-3.

 

Texto da Lição:

 

Dt 21:4-9

 4 Então, partiram do monte Hor, pelo caminho do mar Vermelho, a rodear a terra de Edom; porém a alma do povo angustiou-se neste caminho. 5 E o povo falou contra Deus e contra Moisés: Por que nos fizestes subir do Egito, para que morrêssemos neste deserto? Pois, aqui, nem pão nem água há; e a nossa alma tem fastio deste pão tão vil. 6 Então, o SENHOR mandou entre o povo serpentes ardentes, que morderam o povo; e morreu muito povo de Israel. 7 Pelo que o povo veio a Moisés e disse: Havemos pecado, porquanto temos falado contra o SENHOR e contra ti; ora ao SENHOR que tire de nós estas serpentes. Então, Moisés orou pelo povo. 8 E disse o SENHOR a Moisés: Faze uma serpente ardente e põe-na sobre uma haste; e será que viverá todo mordido que olhar para ela. 9 E Moisés fez uma serpente de metal e pô-la sobre uma haste; e era que, mordendo alguma serpente a alguém, olhava para a serpente de metal e ficava vivo.

 2 Rs 18:4,5

 4 Este tirou os altos, e quebrou as estátuas, e deitou abaixo os bosques, e fez em pedaços da serpente de metal que Moisés fizera, porquanto até àquele dia os filhos de Israel lhe queimavam incenso e lhe chamavam Neustã. 5 No SENHOR, Deus de Israel, confiou, de maneira que, depois dele, não houve seu semelhante entre todos os reis de Judá, nem entre os que foram antes dele. (ARC)