“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida.” (Rm 5.18). “E ele é a propiciação pelos nossos pecados e não somente pelos nossos, mas também pelos de todo o mundo”.(1 Jo 2.2). “Porque a graça de Deus se há manifestado, trazendo salvação a todos os homens”.(Tt 2.11). “Como Deus pode autorizar seus servos a oferecer perdão aos não-eleitos se Cristo não os comprou para ele? Este é um problema que não incomoda aqueles que crêem na Redenção Geral, pois é mais razoável proclamar o Evangelho a todos se Cristo morreu por todos”. O conselheiro reformado Jay Adams comenta: “Como um cristão reformado e transformado, o escritor crê que os discipuladores não devem aconselhar uma pessoa não salva que Cristo morreu por ele, pois eles não podem dizer isso. Ninguém sabe exceto o próprio Cristo quem são seus eleitos por quem ele morreu.” O teólogo Robert Lightner comenta: “A crença na expiação limitada, os os salvos, salvos para sempre, significa que a boa nova da graça salvadora de Deus em Cristo não pode ser personalizada. Aqueles que crêem em tal posição não podem dizer a alguém a quem eles estão dando testemunho que Cristo morreu por ele, pois este alguém pode, de fato, não ser um daqueles por quem Cristo morreu”. Em Mt 1.21, quando um anjo disse a José, “E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados”, as palavras “seu povo” parece estar fazendo referência especificamente ao povo de Israel, não ao completo grupo dos eleitos de Deus (que inclui não-israelitas ou gentios). Todavia, como Norman Douty pergunta, “Quem crê que o povo judeu tem o monopólio da graça salvadora de Cristo? Todos defendem as verdades bíblicas, que esta graça vai além de seus limites, até o mundo gentio também”. Gálatas 2.20 declara que Cristo amou Paulo e se entregou por ele — “A vida que agora vivo na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus, o qual me amou, e se entregou a si mesmo por mim”. Mas isto não significa que Cristo se entregou somente por Paulo. Acrescentando, Cristo não se entregou somente por Paulo, ou somente por Israel, ou somente pela igreja, mas por todos os homens.
Justificação é a ação ou efeito de justificar, significa absolver, declarar justo, imputar justiça; o oposto de condenar. A justificação é um ato próprio do juiz, pois “ser justificado” quer dizer: obter um veredito. A Epístola aos Romanos trata principalmente da justificação aos gentios por parte de Deus. Para o Apóstolo Paulo, a justificação é uma benção fundamental de Deus, pois ela não somente salva do passado, como assegura o futuro. Por um lado significa perdão e o fim da hostilidade entre o homem e Deus (At 13.39; Rm 5.9). Pelo outro lado significa aceitação, e o direito a todas as bênçãos e promessas aos justos (Gl 4.4,5; Rm 5.1,2). O Apóstolo Paulo declara que a justificação traz tanto a paz com Deus, como a esperança da glória de Deus. Essa esperança é uma certeza, já que a justificação é um ato pelo qual o homem passa do pecado ao estado da graça, e se torna digno da vida eterna. O indivíduo que é justificado pode estar seguro que nada será capaz de separá-lo do amor de Jesus Cristo (Rm 8.33-39). A inquisição futura, ou seja, o Tribunal de Cristo (Rm 14.10; 2Co 5.10) poderá privá-lo de certos galardões específicos (1Co 3.15), entretanto jamais de sua posição de justificado. Deus trata com a humanidade, segundo esclarece Paulo, pelo intermédio de dois homens representativos: O primeiro homem Adão, e o ultimo Adão, que é Jesus. O primeiro Adão trouxe condenação e morte a humanidade ao desobedecer o mandato de Deus. O último Adão, por sua obediência, tornou-se o autor da justificação e da vida eterna, para todos os que nele creem (Rm 5.16,17). A fé em Cristo é o meio pelo qual a justiça é recebida e a justificação é proporcionada. O pecador é justificado pela fé no Filho de Deus, o qual tomou a maldição penal da lei e o pecado de toda a humanidade sobre si. Através de um só ato de justiça de Jesus, os pecados dos judeus e gentios foram julgados e expiados. Sua vida sem pecado e sua morte trouxe a graça sobre todos os homens.