Israel é o povo de Deus, filhos da promessa de Deus a Abraão por Isaque (Gn 17.7,8,19). Este povo toma a quase totalidade do relato bíblico direta ou indiretamente. Deus separou para si uma linhagem em Abraão para revelar-se à humanidade, e, por esta nação, revelar ao mundo seu plano para a salvação daqueles que em Adão foram destituídos da graça de Deus (Rm 3.23). Abraão não era especial, nem os israelitas são, mas o propósito de Deus é especial, e em sua incontestável soberania, Ele elegeu a Israel para levar a cabo seu empreendimento, tornando então Abraão e sua descendência um povo especial. Esta foi a nação dos patriarcas, foi para ela que Deus levantou Moisés para libertá-los do Egito e entregar-lhes a Lei de Deus. Este povo viveu e deu testemunho ao mundo das maravilhas e da soberania do único Deus verdadeiro no decorrer de sua história. Por causa da desobediência e rebeldia deste povo à Deus, Ele teve que por vezes corrigí-los e até chegar ao extremo de enviá-los a cativeiros em nações pagãs. Israel tinha a Lei, as cerimônias que tipificavam o Messias, os profetas que profetizavam do Messias, mas quando Deus envia este Messias, Jesus, este povo não o reconheceu, não o recebeu e até o encaminhou para sua morte de cruz. Deus não foi pego de surpresa, era mister que o Cristo fôsse crucificado e ressucitasse para a salvação de todo aquele que cresse nele. Muitos judeus creram, e muitos gentios também, e aqueles que criam tornavam-se salvos, tornavam-se igreja. No entanto a nação israelita fechou seu coração para o Messias, e Jesus, já aproximada a hora de sua partida, ao entrar em Jerusalém, chorou sobre ela e disse: “Ah! Se tu conhecesses também, ao menos neste teu dia, o que à tua paz pertence! Mas agora, isso está encoberto aos teus olhos. Porque dias virão sobre ti, em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, e te sitiarão, e te estreitarão de todas as bandas, e te derribarão, a ti e a teus filhos que dentro de ti estiverem, e não deixarão em ti pedra sobre pedra, pois que não conheceste o tempo da tua visitação.” “Eis que a vossa casa vos ficará deserta.”(Lc 19.41-44; Mt 23.38) Esta profecia foi cumprida à risca no ano 70d.C. A cidade foi sitiada por cinco meses, foram um milhão e cem mil mortos e os 97 mil restantes foram levados cativos, depois a cidade foi invadida e destruida até aos alicerces, inclusive o do templo. Os judeus então foram espalhados por todas as nações e a terra de Israel tornou-se um verdadeiro deserto por séculos (Lv 26.33,36,37). Como nada foi surpresa para Deus, Ele tinha revelado a Daniel, a sequência dos impérios que iriam dominar o mundo (Daniel 2). Aparece então nas profecias de Daniel e outros profetas o termo “no fim dos dias”, o que nos leva ao conhecimento da revelação de Deus para o futuro. Deus ainda revela a Daniel a cronologia do tempo para o fim – as setenta semanas. O consenso geral dos escatólogos é de que estas são semanas de anos, e sim estavam aí profetizados os fatos e o tempo da vinda do Messias e da destruição de Jerusalém, a qual ocorreria na semana 69. Depois Daniel profetiza do Anticristo o qual aparecerá no início da septuagésima semana. A cronologia do tempo estava determinada para Israel. Mas então porque nós e Israel ainda vivemos na Terra, e as profecias do fim ainda não se cumpriram? Porque Deus parou o relógio de Israel e abriu a dispensação da graça para os gentios, a qual terminará com o arrebatamento da Igreja (Lc 21.24; Rm 11.25). Imediatamente depois, a última semana de Daniel começa a contar, e estes últimos sete anos são os revelados a João no Apocalípse, a Grande Tribulação. Deus volta a lidar com Israel, inclusive para sua salvação, afinal, Deus não se esquecera de Israel nem da sua promessa para com eles. No entanto os discípulos de Jesus, assim como nós também, desejam saber os sinais para quando as profecias do fim iriam se cumprir. Jesus deu-lhes o sinal da figureira, Israel; e Deus deu a Ezequiel a clarevidência do que ocorreria com Israel antes da guerra que iniciaria a Grande Tribulação, e o processo de salvação, e a final restauração de Israel. “Eis que eu tomarei os filhos de Israel de entre as nações para onde eles foram, e os levarei à sua terra. E deles farei uma nação na terra, nos montes de Israel...” “E dirão: Esta terra assolada ficou como jardim do Éden; e as cidades solitárias, e assoladas, e destruídas estão fortalecidas e habitadas.” (Ez 37.21,22; 36.35) Isto cumpriu-se no ano de 1947, quando as Nações Unidas (ONU), tendo por líder da assembléia o brasileiro Osvaldo Aranha, cedeu aos judeus o direito de retornarem à terra de Israel. Renasceu então, em 14 de Maio de 1948, a nação de Israel. Entre o ano 70 d.C. e o ano 1948 d.C., o povo judeu padeceu horrores, mas agora parece que abriu-se um novo horizonte. No entanto, a sequência da profecia de Ezequiel, capítulos 38 e 39, mostra que algumas nações se levantarão contra Israel para dizimá-la, mas o Senhor Jeová pelejará pelo seu povo e terá seu nome glorificado entre as nações (Ez 38.14-16). É esta guerra que marcará a transição das dispensações, entre a da graça estendida aos gentios e a última semana de Daniel, pela qual Deus punirá a humanidade que rejeitou o Evangelho e salvará física, política e espiritualmente sua amada Israel.
Gamos (gr) - casamento ou cerimônia do enlace matrimonial. Nos tempos bíblicos, o primeiro passo para um casamento era dado pelo homem ou por sua familia (Gn 4.19; 24.2-4), os quais falavam com o pai da moça, e se este aprovasse, um dote (pelo menos de 50 ciclos de prata) era oferecido pela mão da jovem. O dote nem sempre era dinheiro, mas podia ser roupa, joias ou até trabalho (Gn 24.53; 29.18). O dote mais estranho foi dado por Davi, quando o rei Saul pediu o prepúcio de 100 filisteus, pela mão de sua filha Mical (1 Sm 18.25). Antes de casar-se, ambos assinavam o contrato de desposório. Apesar de não ter nenhuma aproximação física, ambos estavam civilmente comprometidos (Mt 1.18). No dia das bodas, a noiva se banhava, vestia-se de roupas brancas, se adornava, se cingia com um cinto, colocava um véu sobre sua cabeça e esperava pelo noivo (Mt 25.1; Jr 2.32; Is 61.10). O noivo de igual forma, se ataviava com a melhor roupa e uma coroa na cabeça (Ct 3.11). Apesar da noiva estar bonita, o noivo era o centro da festa (Sl 19.5). O noivo saia cortejado com seus amigos (Jo 3.29) a buscar a noiva na casa dos pais dela. Dali, os noivos, os pais, e os convidados trajados de roupas nupciais, íam ao som de musica e danças até a casa do noivo, onde um banquete era oferecido (Mt 22.1-10). Se o cortejo fosse feito pela noite, o uso de lâmpadas era necessário para o percusso (Mt 25.7). A parte mais importante da cerimônia, era o pronunciamento da benção de Deus sobre os noivos. Ao entardecer, os pais da noiva a acompanhavam até a recâmara nupcial, a fim de guardar a evidência da virgindade da filha (Dt 22.13-19). As bodas eram realizadas nas quartas-feiras. Em caso que a jovem não fosse virgem, teria tempo de ser julgada pelos anciãos, sem interromper a cerimônia do Sábado. A festa continuava no dia seguinte e durava uma semana (Gn 29.27; Jz 14.12).