"Vós sois o sal da terra; e se o sal for insípido, com que se há de salgar? para nada mais presta senão para se lançar fora, e ser pisado pelos homens." Esta foi uma colocação feita pelo próprio Jesus, quando depois do seu conhecido Sermão da Montanha, diante de uma grande multidão, ele torna-se para os seus discípulos trazendo esta palavra de grande peso. Ele ensinava o que vivia na cultura do seu povo. O sal tinha uma grande importância na vida primitiva da sociedade de Israel, bem como para os moradores de Canaã e das regiões circunvizinhas. Os judeus usavam o sal para dar sabor à comida e preservá-la (Jó 6.6); para assepsia do recém-nascido antes de enfaixa-lo (Ez 16.4); como antídoto para cárie dos dentes e tratamento para dor; para conserva de azeitonas e vegetais; como parte das ofertas de manjares (Lv 2.13; Ez 43.24), simbolizando o concerto perpétuo entre Deus e Israel (Nm 18.19); e como esterelizador, a fim que a terra não produzisse fruto, como fez Abimeleque na cidade de Siquém (Jz 9.45) e pelos inimigos quando conquistavam uma cidade (Dt 29.23). Após a destruição das cidades da campina do Jordão (Sodoma, Gomorra, Admá e Zeboim), o Mar Morto tornou-se uma inesgotável provisão de sal para Israel até o dia de hoje. Ora, pensando na molécula do sal, observa-se que dois fatores seriam causa de uma insipidez ou perda de valor. Um deles é a ação do próprio tempo, causando a perda de suas propriedades. E o outro, dar-se-ia ao misturá-lo com um componente neutralizador, impedindo assim a reação proposta às moléculas que formam esta substância. Segundo a Bíblia Sagrada, se isto se lograsse, o sal já não teria mais utilidade, poderia ir para o lixo. Como não podia deixar de ser, esta é a estratégia do inimigo de nossas almas para os fiéis — a insipidez. A tentativa é de que com o passar do tempo, nos possa acomodar à religião, à Palavra de Deus, às pregações, à unção e até à presença poderosa do Espírito no meio da igreja, fazer-nos fastiados, indigestos a tudo. E, se o tempo não o fizer, o inferno trás, depois de muito calcular, a substância ideal, que trabalhará, conquistando cada partícula da molécula do sal, e neutralizando pouco a pouco, toda a utilidade para a qual o Senhor a formou. Mas Deus, conhecedor de todas as coisas, soberano, por sua imensa GRAÇA, entra na vida do crente, na vida da igreja, na hora exata, para polarizar com o sal, e trazê-lo ao exercício total de suas atividades, com todas as suas propriedades. Quem sabe quão insípido está ficando o sal da igreja no presente Século? Infelizmente, contemplamos, com muito pesar, que ele já está sendo desvalorizado e desprezado em meio a esse mundo perdido e incrédulo! Mas pela misericórdia do amoroso Pai, ele nos tem atingido com sua graça, para com ele poralizarmos e recebermos de volta as nossas propriedades adquiridas, para agora, mais do que nunca, salgarmos este mundo com a manifestação do verdadeiro Evangelho, de poder, de verdade, e de graça, do qual temos o privilégio de desfrutar.
Santidade é a base de todos atributos morais da Divindade. É uma profunda separação entre Deus e o pecado; é a qualidade daquele que é santo (1 Pe 1.16; Is 6.1,2). No entanto, Deus comparte seus atributos morais com o homem. "Mas, como é santo aquele que vos chamou, sede vós, também santos em toda vossa maneira de viver" (1 Pe 1.15). Existem duas palavras provenientes do grego que querem dizer santidade, mas com sentidos diferentes. A primeira é HAGIOS significa santidade absoluta. Posição do crente no reino de Deus. O crente salvo é separado do mundo num processo instantâneo efetuado por Deus. O segundo é HAGIASMO, processo de santificar ou manifestação da posição do salvo em Cristo. É responsabilidade do crente, manter-se separado do mundo em sua caminhada cristã, no seu dia-a-dia. O apóstolo Paulo ao escrever sua cartas chama aos crentes de “santos”, "santificados em Cristo". Isto não significa que estes já não pecam. O apóstolo João escreve em sua carta: quem diz que não peca é mentiroso. Mas se algum salvo santificado pecar é somente confessar a Jesus, e o seu sangue purifica de todo pecado e torna suas vestes espirituais limpas outra vez. Deus providenciou meios para cada cristão manter-se (hagiasmos) santo diante de Deus. O sangue de Jesus tem tal poder espiritual. O sangue de animais do antigo concerto só cobria o pecado, não tinha poder de limpar, mas santificava (separava) os utensílios do tabernáculo como ritual. A palavra de Deus ajuda a manter o crente separado do mundo quando ele lê, medita e a pratica. A presença do Espírito Santo no coração do salvo, é como um "termômetro" que sempre alerta a condição do salvo, ajudando-o a manter-se santo. A vida cristã é uma vida de santificação diária. Jesus ensinou a seus discípulos que este mundo jaz no maligno, está contaminado pelo mal, o pecado. Por isso, a Palavra de Deus está repleta de exemplos, de servos e servas de Deus que viveram uma vida santa, não obstante as circunstâncias que os cercavam. Enoque em sua conduta agradou a Deus. José, filho do patriarca Jacó, viveu em santidade, em casa de seu pai diante de seus malfazejos irmãos; como prisioneiro diante dos demais presos acima de tudo como escravo em casa de Potifar, fugiu da oferta do pecado. Jó se desviava do mal, isso incomodava a Satanás. Daniel e seus companheiros no cativeiro não se contaminaram com o império pagão da Babilônia. Os discípulos de Jesus, Paulo, Ana e tantos outros foram fiéis, rejeitando as influências do mundo. No Antigo Testamento, o sumo-sacerdote trazia em sua mitra escrito," santidade ao Senhor" como memorial ao filhos de Israel. Santidade é um requisito indispensável para entrada no céu. Lá não há, nem pode entrar pecado. Todos aqueles que desejam chegar à presença do Deus Elohim, devem viver em santidade. Esta abarca corpo, alma e espírito. O espírito regenerado, santificado; a alma, coração santificado pela Palavra de Deus e o corpo, apartado da prostituição. Somente aqueles que estiverem preparados ouvirão a trombeta no dia do arrebatamento. "Segui a paz com todos e a santificação sem a qual ninguém verá ao Senhor" (Hb 12.14).