Trezentos anos de perseguição, motim, segregação, terminou com a maligna estratégia orquestrada pelo bispado de Flavius Valerius Aurelius Constantinus! Tentando recuperar o império dividido e perdido de Roma, ofereceu uma grande porta para amenizar o sofrimento da Igreja! Durante os sangrentos, porém áureos dias da Igreja Primitiva sobre a terra, confessa Tertuliano: Somos de ontem, e já enchemos as cidades, as ilhas, os castelos, os acampamentos, as aldeias e os campos; só deixando vazios os vossos templos. Nos retirassem, o império ficaria desolado. Que afirmação, aleluia! Apóstolos, doutores, profetas, evangelistas e pastores nasciam a cada dia nos horrendos guetos da Macedônia e nos sepulcros vivos das catacumbas romanas — era a igreja santa, separada do Estado, do intelectualismo vão, da confissão positiva, da quarta dimensão negociada, do mundanismo corruptor, dos putrefatos e vis costumes mundanos, da super fé, da prosperidade interesseira, do espírito da igreja emergente, da política partidária eclesiástica e do anelo pela ignóbil fama! Com um toque ecumênico, Constantino fez soar os sinos pacifistas dos campanários, dizendo: a igreja do Deus Vivo não sofrerá mais fome, humilhação, segregação e perseguição! Pelo contrário, será hóspede de sua Corte, assentar-se-á nos congressos, comporá as colunas dos representantes legais dos Fóruns e dos abomináveis secretariados romanos! A Noiva do Cordeiro trocou suas vestes brancas por um enegrecido manto de uma virgindade traída! Que maldita armadilha! Que falta fazia as graves cartas Paulinas; que falta, por certo fez, nas noites sombrias das masmorras da Babilônia mariolátrica, as deprecações de Pedro; que falta de um grito de alerta! Somos historicamente conscientes que a chamada divina é feita a homens, e não a um sistema eclesiástico qualquer; que a salvação é pela graça, mediante a fé, conferida a indivíduos não ao coletivismo marxista. Deste naufrágio doloroso, somente foram resgatados os escombros da Igreja nos idos de 1750! Por longos quatorze séculos as cinzas da Igreja ficaram inertes nos altares de um fétido sistema, de uma Igreja Estado, chamada pela Bíblia de morada de demônios: “E ouvi uma outra voz do céu que dizia: sai dela, povo meu, para que não sejas participantes dos seus pecados” (Ap 18.4)! Sim, não há união entre Deus e Baal; entre o material e o espiritual; entre a Igreja e o Estado; entre a noivado Cordeiro e a prostituta do Anticristo!
Ao receber a chamada divina de pregar o Evangelho aos gentios, cuja missão foi entregue ao apóstolo após sua conversão em caminho de Damasco, Deus declara: “Eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. Durante o período de seu ministério, um pouco mais de 31 anos, a Bíblia declara que Paulo sofreu várias perseguições e atentados de morte. Em sua segunda carta aos Coríntios ele faz uma defesa do seu ministério e relata seu sofrimento: 5 quarentenas de açoites menos um (199), 3 vezes açoitado com varas, apedrejado, 3 naufrágios, em perigos de rios, de salteadores, dos judeus, dos gentios, em perigos na cidade, no deserto, no mar, entre os falsos irmãos, em trabalhos, em fadiga, em vigílias, muitas vezes em fome e sede, em jejum, em frio, e em nudez. Durante as suas viagens missionárias, Paulo foi por um curto espaço de tempo encarcerado em Filipos. Também foi julgado pelos magistrados em Corinto, mas liberado por não haver razões justificáveis para seu aprisionamento. Ao regressar à Jerusalém, Paulo é advertido pelo Espírito que prisões o esperavam. E ao entrar no templo, os judeus da Ásia alvoroçaram todo o povo, acusando Paulo de profanar o templo. Após ser arrastado para fora, o tribuno é avisado da confusão na cidade e arranca Paulo das mãos dos judeus que o querem matar, sendo levado à fortaleza Antonia, a fim de ser interrogado. Devido a conspiração dos judeus contra Paulo, Claudio Lísias envia-o até a sede do governo romano em Cesaréia, a fim de ser apresentado diante do governador Félix. Em Cesaréia, Paulo esteve preso por dois anos (ano 57-59 d.C.), testificando a governadores e reis, como foi a Félix, Drusila, Pórcio Festo, Rei Agripa e Berenice (At 24 e 25). Durante uma de suas defesas, sabendo que os judeus queriam leva-lo de regresso à Jerusalem para o matar, Paulo apela para Cesar (At 25.9-12). No outono do ano 59 d.C. Paulo acompanhado de Lucas parte em direção a Roma como prisioneiro. Sua viagem é interrompida por um naufrágio que o leva a ficar em Malta por 3 meses (At 27 e 28). Ao atracar em Putéoli, o apóstolo é levado pela grande Via Ápia até Roma; um percurso de 190 Km que levava sete dias. Ao chegar na capital do império, foi-lhe permitido ficar em prisão domiciliar, em uma casa que ele alugara, recebendo a todos quantos vinham vê-lo (At 28.16). Pregando o reino de Deus e ensinando com toda a liberdade as coisas pertencentes ao Senhor Jesus Cristo, sem impedimento algum, durante dois anos, até o seu primeiro julgamento (At 28.30,31). Possivelmente os acusadores de Paulo não compareceram ao julgamento, e Paulo recebe então liberdade condicional (2 Tm 4.16,17). Neste período, crê-se que o apóstolo realizou mais uma viagem missionária indo até a Espanha (Rm 15:24). Tempos depois, o imperador Nero manda prender a Paulo, e este fica confinado por algum tempo na prisão Mamertina aguardando ser executado (2 Tm 4.6-8). O apóstolo esteve um total de cinco à seis em prisão durante o seu ministério. Durante este tempo, Paulo escreve cinco de suas cartas, conhecidas como epístolas da prisão: 2 Timóteo, Colossenses, Filemom, Efésios e Filipenses. Ainda que preso, o apóstolo enviou todos os seus companheiros em trabalhos missionários: Crescente foi para a Galácia, Tito para a Dalmácia, Tíquico para Éfeso, Erasto para Corinto, Trófimo para Mileto, estando apenas Lucas com ele até a sua morte (2Tm 4.10-12,20). Por isso ele suplica a Timóteo que venha ter com ele depressa, antes do inverno e que viesse acompanhado de João Marcos, o qual lhe era muito útil para o ministério (2 Tm 4.9,13). O grande apóstolo dos gentios, segundo a Tradição da Igreja, por ser um cidadão romano, foi decapitado em junho do ano 63 ou 64 d.C na Via Ostia. Deixando todo o sofrimento e marcas que carregava consigo do Evangelho, o apóstolo Paulo entra pelos portais celestiais a esperar a vinda do Senhor Jesus Cristo, com quem se encontrou no caminho de Damasco.