Eu desejo compartilhar com o amado leitor uma mensagem em 1 reis 7.21, onde lemos: “Depois levantou as colunas no pórtico do templo; e levantando a coluna direita, pôs-lhe o nome de Jaquim; e levantando a coluna esquerda, pôs-lhe o nome de Boaz”. Não sabemos se por descuido ou mesmo de forma proposital, mas sempre tem alguém que procura tirar o brilho de Deus da Igreja. Veja, não somos retrógrados ou atrasados, como alguém pode pensar, mas somos conservadores, por isso preservamos os fundamentos da Igreja do Senhor Jesus. Quando o doutor Lucas registrou Atos 2.42, ele estava vivendo o que escrevia: “E perseveravam na doutrina dos apóstolos, na comunhão, no partir do pão e nas orações”. Prezado leitor, a Assembleia de Deus está fundada no forte alicerce da doutrina, no partir do pão e oração, e estes ingredientes fortalecem a vida espiritual do cristão. Prezado pastor, se algum integrante de seu ministério ainda estiver alicerçado nesta doutrina, ele vai clamar, os céus vão se abrir e a glória de Deus vai descer! O texto que lemos fala das colunas do Templo de Jerusalém. Elas possuiam um brilho, mas o que chamava atenção é que a Bíblia afirma que as duas colunas estavam entrelaçadas por fio para lhe dar firmeza. Ora, coluna não se move, não sai do seu lugar, porque ela sustenta a construção. Portanto, todos nós, como colunas, temos responsabilidade diante de Deus, como membros do corpo de Cristo que somos. E o que vemos hoje? Vemos que há muita “coisa” por aí se parecendo com a Igreja, mas quando olhamos para a Bíblia, nós concluímos que não passam de pequenos clubes sociais que convocam o povo para um momento de diversão. Quem preserva os fundamentos da Bíblia não aceita este modernismo que está surgindo em determinadas igrejas pseudo-evangélicas. Em alguns lugares, já persebemos que a firmeza doutrinária está sendo esquecida. Recebi um telefonema de alguém reclamando do seu pastor. Durante o diálogo, meu interlocutor disse que a conduta do seu líder era de um homem “atrasado” e citou como exemplo o fato de o líder ainda utilizar a Harpa Cristã nos cultos e ele queria mais agitação. Perguntei se ele era um novo convertido, mas ele confessou que havia “nascido no evangelho”. Respondi: “Meu filho, vá buscar Jesus, porque você está desviado!”. A igreja não se reúne para se divertir, mas para adorar a Deus, porque o templo é lugar de adoração.
Mestre é um homem que ensina, um instrutor, um Rabi. Existem cinco palavras hebraicas e sete gregas que descrevem o vocábulo mestre. No Antigo Testamento aparecem pelo menos cinco termos. O primeiro e mais comum é ãdohôn que significa senhor de escravos, quando se refere a homens e não a Deus, e se repete 96 vezes. Como foi Potifar, o amo de José no Egito (Gn 39:1-3). O segundo do grego oikodespotes quer dizer senhor proprietário, denotando ao chefe de uma casa (Jz 19:22,23; Mt 10:25). Rabh grande, mais velho, é palavra que ocorre por quatro vezes, com a tradução, chefe dos eunucos (Dn 4:9). No Novo Testamento, o termo mais frequente é didaskalos, mestre, instrutor. Que é encontrado por 47 vezes em todos os evangelhos. Epistales, superintendente, supervisor; uma palavra encontrada no evangelho de Lucas, onde se repete 6 vezes, sempre quando os discípulos se dirigiam a Jesus. Kyrios, senhor é usado com muita frequência significando Deus ou Cristo (Ef 6:9). A palavra mais usada Rhabbi, rabino, derivado do hebraico rabbi, meu mestre é usada exclusivamente a respeito de Jesus. Jesus no seu ministério era chamado de bom mestre, por causa da sabedoria com que pregava e ensinava a Palavra de Deus. Aos 12 anos já disputava com os doutores da lei no templo. O povo reconhecia este ministério nele. Nicodemos era mestre em Israel, mas afirmou ser Jesus mestre vindo de Deus. Gamaliel foi o mestre que instruiu a Paulo nas escrituras. No período mais antigo, no período bíblico, os tutores ou mestres eram os próprios pais desempenhando assim um papel importante. O lugar exclusivo de ensino era no lar. O ministério do mestre ou também conhecido como doutor, das escrituras, é tão importante no Novo Testamento que é listado nas três listas dos ministérios (Rm 12.6-8; 1 Co 12.28; Ef 4.11). A Bíblia nos mostra o caso de Apolo (At 18.24), um homem que tinha grande eloquência para refutar judeus e provar pelas Escrituras que Jesus era o Cristo. Apolo viajava constantemente para ensinar e instruir os irmãos na Palavra. No judaísmo, os escribas eram copistas e mestres do Torah (escrituras sagradas). Eram chamados também de doutores da Lei ou intérpretes da Lei (Mt 22:35). O mestre era encarregado de conservar, transmitir e interpretar as Escrituras e preservar a tradição apostólica. Na dispensação da graça, Jesus dá cinco ministérios à Igreja para edificação da mesma. E um deste é o de Mestre — aquele que descortina textos bíblicos. Essa tarefa só é possível se o indivíduo tiver o dom concedido por Cristo. Não basta saber algumas regras da didática e ter inclinação natural, tem que ter o chamado. Quando a pessoa tem o ministério do ensino, deve dedicar-se, para dar o melhor para o Reino de Deus. Por exemplo, o ministério de Apolo foi visto por Paulo como irrigador (1 Co 3.6). Aquilo que o apóstolo dos gentios plantou, foi preservado e cuidado por Apolo. Por isso, ser mestre no sentido bíblico não significa ter formação acadêmica, contudo, ela não pode ser desprezada. A obra do mestre é edificar o corpo de Cristo, portando a Sã doutrina. A função do verdadeiro mestre é clarificar o que foi preservado nas Escrituras, e expor o sentido claro do texto. Dessa forma, o crente cresce solidamente e consegue resistir as sutilezas heréticas, que sempre de novo tentam se infiltrar na Igreja. Basta estudar um pouco a história da Igreja para ver a importância de mestres, como foi Irineu de Lyon, que preservou a tradição apostólica com zelo e força contra os gnósticos, seita que tentou transformar o cristianismo em mais uma filosofia de vida..