Mateus 26.6-13; Mc 14.3-9; Lucas 7.41-43; Jo 12.2-8: Nesta parábola, exposta por Jesus durante o jantar oferecido por Simão, o fariseu, existiam dois devedores que não podiam quitar suas dívidas: o fariseu, que devia pouco — a nação de Israel; e a pecadora, que devia muito — os gentios! Um jantar, nessa época, era o mais provido de fidalguia, respeito cultural e social pela família convidada. As mesas eram postas na varanda da casa, não somente para apresentar publicamente os convidados, assim como, também, mostrar a fidalguia e abundância daquele jantar. Ambos, o convidado de honra, assim como o hóspede daquela área de Naim, sentavam-se oblíquos à mesa, a fim de oferecer os devidos cumprimentos e, respectivamente, acompanhar os participantes do jantar! nesse ambiente de gala judaica, de honra familiar e cerimônia religiosa, sem que fosse por muito notada, adentrou pela fina cortina uma mulher pecadora, e se abaixou ao lado de Jesus, começando a lavar e beijar seus pés, e ungir o seu santo corpo. Determinada como estava, essa mulher trouxe consigo um vaso de mármore translúcido, com perfume de nardo puro, o qual lhe custou toda sua fortuna para adquiri-lo. Ali se encontrou a morte com a vida; a tristeza com a alegria; a vergonha com a honradez! Ali estavam presentes os representantes da religião judaica — o fariseu; o da plebe — a mulher pecadora; os da nação — os demais convidados; e do convidado por excelência — Jesus! Segundo a tradição farisaica da época, uma pessoa sem ser convidada, pecadora e impura, adentrar na intimidade de uma festa dessa, resultava na quebra total e irreconciliável do protocolo da cerimônia! Simão resmungava entre os dentes e alma: "se ele fosse o Messias, não permitiria que essa mulher o tocasse, pois devia conhecer que ela era uma mulher fácil" — uma pecadora! Mas Jesus, como o Messias prometido, sabia da íntima necessidade daquela pobre mulher — “O SENHOR teu Deus te levantará um profeta do meio de ti, de teus irmãos, como eu; a ele ouvireis” (Dt 18.15); a pecadora, de igual forma sabia, que somente Jesus poderia lhe perdoar os muitos pecados — “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). Nas três oportunidades que Jesus teve de cear com membros dessa comunidade judaica e gentílica, doutor Lucas, particular e humanamente, mostra o lado da graça, da verdade e do amor de Deus através do Verbo encarnado! Um dos importantes princípios, o da causa e do efeito, foi abordado pelo próprio Jesus em todo o seu ministério: a pecadora não foi perdoada porque o tinha amado; ela profundamente o amou, porque foi grandemente perdoada! Nesse momento de verdade, Jesus olha para o fariseu e examina seu cinismo, propondo-lhe a parábola histórica dos Dois Devedores: um devia ao seu credor 500 unidades, e outro apenas dez por cento desta quantia. O credor sabia que nenhum deles poderiam satisfazer as suas obrigações, e os perdoou! O mais paradoxal foi que a mulher pecadora, sem Deus, sem culto, sem templo e sem Lei, sabia que ele a podia perdoar a sua imensa dívida, pois “no seu nome os gentios esperarão.” Ela sabia que sua vida seria transformada — “Todos nós andávamos desgarrados como ovelhas; cada um se desviava pelo seu caminho; mas o Senhor fez cair sobre ele a iniquidade de nós todos” (Is 53.6). A conduta da mulher pecadora foi diametralmente oposta ao do fariseu, e por isso, e por sua fé, Jesus lhe disse: “os teus pecados te são perdoados.” (Lc 7.48). Simão, o pobre fariseu, foi objeto da mais profunda graça de Deus, quando, ao seu tempo, Jesus queria apenas que ele o amasse pouco! Entretanto, para que Simão pudesse o amar pouco, ele deveria, no mínimo, ter crido um pouco, o que faria ele ser perdoado do tão pouco, e herdar tanto no Reino dos Céus! Que lástima! Sem outro mais argumento, Simão o fariseu, contemplou o último amorável veredito do Messias: “E ele lhe disse: Julgaste bem. E, voltando-se para a mulher, disse a Simão: vês tu esta mulher? Entrei em tua casa, e não me deste água para os pés; mas esta regou-me os pés com lágrimas, e mos enxugou com os seus cabelos. Não me deste ósculo, mas esta, desde que entrou, não tem cessado de me beijar os pés. Não me ungiste a cabeça com óleo, mas esta ungiu-me os pés com ungüento. Por isso te digo que os seus muitos pecados lhe são perdoados, porque muito amou; mas aquele a quem pouco é perdoado pouco ama” (Lc 7.44-47). Sua censura foi incontestável, quando acrescentou a Simão: “nem sequer um ósculo, como culturalmente usado entre essa comunidade; nem uma bacia de água para retirar a poeira dos meus cansados pés; nem sequer um pouco de ordinário azeite para umedecer o meu rosto ressequido do pela dureza do meio ambiente. Nada!” Simão silenciou, pois bem testificava a sua consciência que, para Deus, tanto pouco como muito pecado, em grau ou em número, separa o homem de Deus!
É sinônimo de roubar, desfraldar, tomar a pertença de outrem sem a devida autorização, adquirir algo fraudulentamente, etc. O furto é uma transgressão da lei divina, assim como um crime judicial do código penal a nível mundial. Ele também pode ser feito através de duas maneiras: (1) Furto por intermédio da violência, como aconteceu na narrativa da parábola do bom samaritano, em que um viajante fora assaltado quando descia de Jerusalém para Jericó (Lc 10:25-37); (2) Furto sem o consentimento do proprietário (Mt 24:43-44). O segundo livro do Pentateuco é bem enfático sobre as consequências do furto: (1) Remuneração múltiplica. “Se alguém furtar boi ou ovelha, e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois, e pela ovelha quatro ovelhas” (Ex 22:1), (2) Morte Acidental. “Se o ladrão for achado a minar uma casa, e for ferido de modo que morra, o que o feriu não será réu de sangue” (Ex 22:2). Portanto, a oitava lei moral do Decálogo é “não furtarás” (Ex 20:15, Lv 19:11). Deus exorta ao povo de Israel a não roubar a Deus nos dízimos e nas ofertas (Ml 3:10). Zaqueu era cobrador de impostos e roubava ou defraudava ao seu tributários, mas depois de ter um encontro com Jesus, como ele conhecia a lei, ao abandonar a vida de pecado, remunerou quadruplicadamente (Lc 19:1-10). É dever do crente honrar ao SENHOR com seus bens e com as primícias do seu rendimento (Pv 3:9-10). O oitavo mandamento do Decálogo era tão conhecido entre o povo de Deus, ao ponto de que na época de Jesus, um rico foi ter com ele perguntando-lhe como ele alcancaria a vida eterna; pensando que somente era necessário observar os dez mandamentos (Lc 18:18-29). A narrativa veterotestamentário aborda que Acã furtou a capa babilônica que não lhe pertencia e isso o levou a morte (Js 7:1-26). No entanto, como novas criaturas que somos, o que roubava não roube mais, porque nos vestimos do novo homem (II Cor 5:17, Col 3:10). No dias atuais o furto pode ser efetuado das seguintes maneiras: (1) Por intermédio de empregadores que exploram a seus empregados, não dando a devida remuneração; (2) Por intermédio de empregados que roubam a seus empregadores, furtando horas de trabalho; (3) Instituições roubando os seus clientes através de um mercado neocapitalista, etc. O autor do furto é Lúcifer, que quiz usurpar a glória de Deus (Is 14:12). Ele é o ladrão que veio para roubar, matar, e destruir (Jo 10:10). Ele é o lider dos ladrões, porque ele não entra pela porta do curral das ovelhas, mas sobe por outra parte (Jo 10:1). Por isso é que todo o cristão em sua vida quotidiana deve evitar os atalhos e até mesmo de exaltar-se. Portanto, Herodes foi comido de bichos porque tentou usurpar a glória de Deus (At 12:19-23). Deus não comparte a sua glória com outrem (Is 42:8). A narrativa neotestamentária afirma que Judas Iscariotes roubava do tesouro, por fim nasceu a ganância no seu coração, vendendo assim o seu Mestre (Lc 22:1-6). De conformidade com a cultura judaica, não somente nos tempos remotos, como nos dias de hoje, o ladrão era penalizado fortemente, sendo preso ou até mesmo morto por sua ações. Em algumas culturas mais tradicionais as mãos do ladrão eram cortadas para que ele não voltasse a realizar a mesma ação. Em suma, o crente deve vacinar-se contra o furto, obedecendo a lei moral de Deus, e assim vencendo o mal com o bem (Rm 12:21).