Editorial

OS TALENTOS

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente Região Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.

Jesus saindo do templo com os seus discípulos pelo Vale de Cedrom, à caminho do Monte das Oliveiras, pronunciou um dos mais veementes veredictos sobre a nação, seus líderes e o próprio lugar do culto sagrado judaico, o Templo: “Eis que a vossa casa vai ficar-vos deserta; porque eu vos digo que desde agora me não vereis mais, até que digais: Bendito o que vem em nome do Senhor” (Mt 23.38-39)! No prolongado sermão escatológico, Jesus tomou como seu epílogo as duas parábolas semelhantes: As Dez Virgens e Os Talentos. No sequencial exegético, não há nenhuma quebra de narrativa, dando a entender que a mensagem nelas contida era a mesma! Na Parábola das Dez Virgens a atenção fora chamada para o caráter interior; quando na dos Talentos, havia a necessidade de cuidar dos bens do seu senhor. Enquanto a mensagem das Dez Virgens nos exorta à prontidão espiritual para a vinda de Cristo nas nuvens; a dos Talentos nos lega um apelo, com nos dias de Neemias, que trabalhemos enquanto o Mestre não chega! A mensagem conclusiva, portanto, foi: trabalhemos e vigiemos! Sentados no cimo do monte, seus rostos avermelhados pelo pôr do sol africano, seus corações palpitavam ao lado do Mestre, anelando que esse dia chegasse, e chegasse pronto: quando acontecerão estas coisas? O cenário aqui se dá a caminho do Monte das Oliveiras, pelo Vale de Cedrom, quando Jesus explicita o que haveria de ocorrer imediatamente à sua retirada da terra, e o início do aparecimento do anticristo e a destruição do povo de Deus e da sua cidade — “E depois das sessenta e duas semanas será cortado o Messias, mas não para si mesmo; e o povo do príncipe, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário, e o seu fim será com uma inundação; e até ao fim haverá guerra; estão determinadas as assolações” (Dn 9.22)! Nessa época, por existir um limitadíssimo tempo para que os planos de Deus fossem executados, as duas parábolas, da Mina e dos Talentos, foram um urgente apelo para que todos nós pudéssemos estar imbuídos e determinados na pregação dos Evangelhos, e no resgate maior possível das almas, quer gentílica ou judias. Os dons proporcionados por Deus aos evangelistas da Graça atual e do Reino vindouro, deveriam surtir grande e imediatos efeitos. Ao ponto que, o servo que escondeu o seu talento, foi posto para fora, nas trevas exteriores! A oportunidade foi única e justa igualmente dada a todos os servos: chamou, entregou e deu a cada um! A ênfase colocada pelo Senhor foi a fidelidade e a responsabilidade, e não a quantidade granjeada pelos servos — “E o seu senhor lhe disse: bem está, servo bom e fiel. Sobre o pouco foste fiel, sobre muito te colocarei” (Mt 25.20). Enfim, Deus não necessita de nada, pois Ele é soberano e dono de todas as coisas. Apesar da soma entregue aos servos ter sido enorme nessa época, e como hoje, o Senhor declarou: Sobre o pouco foste fiel! Hoje vivemos nos últimos momentos desta dispensação, e a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo está tão próxima como não imaginamos! A Parábola dos Talentos nos mostra muito claro que, os que trabalharam fielmente, não importando quantos talentos tenham recebido, entrarão no gozo do seu Senhor — “...cada um receberá o seu galardão segundo o seu trabalho” (1 Co 3.8). Portanto, a eliminar não impedirá que o julgamento seja aplicado para os que, recebendo o chamado, sendo a eles entregue e dado os dons e oportunidades, forem infiéis e displicentes! O infiel adjetivou o seu senhor de injusto, de vingativo e sem misericórdia! Por suas palavras o servo mau se condenou: i. pela sua negligência — “O que é negligente na sua obra é também irmão do desperdiçador” (Pv 18.9); ii. pela sua contradição — “Provai, e vede que o SENHOR é bom; bem-aventurado o homem que nele confia” (Sl 34.8); iii. pela sua injustiça — “O povo meu; que te tenho feito? E com que te enfadei? Testifica contra mim” (Mq 6.3). Pela sua profunda negligência, sua contradição e sua injustiça, ele foi removido do privilégio de adentrar no Reino Messiânico, sendo o seu julgamento sumário e imediato! Sem nenhuma questão, ele foi jogado nas trevas exteriores — “Mas estes, como animais irracionais, que seguem a natureza, feitos para serem presos e mortos, blasfemando do que não entendem, perecerão na sua corrupção” (2 Pe 2.12)! O relógio de Deus corre sem parar e, portanto, pouco tempo está à nossa disposição: usemos ou percamos os talentos! Uma decisão que hoje, todos devem para ela seriamente atentar!

Glossário

E V A N G E L I S T A

João Luis Cabral Estados Unidos

Angolano, Diácono, Diretor da Divisão de Música, músico.

O substantivo é derivado do grego, que significa aquele que traz Boas Novas ou anunciador de Boas Novas. Seu vocábulo veterotestamentário provem do hebraico, como está escrito: “Tu, anunciador de boas novas a Sião, sobe a um monte alto. Tu, anunciador de boas novas a Jerusalém, levanta a voz fortemente; levanta-a, não temas e dize as cidades de Judá: Eis aqui está o vosso Deus” (Is 40.9). Em outras palavras, evangelista é aquele que anuncia, proclama e prega o evangelho de Boas Novas do Senhor Jesus Cristo, com ousadia e veemência (At 2.14-41). Todos os crentes, salvos e remidos pelo sangue de Jesus, foram e são imperativamente convocados para anunciar as virtudes do Senhor que os salvou das trevas para a sua maravilhosa luz (2 Tm 1.9; 1 Pe 2.9). Quando o Senhor Jesus comissionou os seus discípulos a pregar, ensinar e a batizar, ele mesmo disse: “Ide” (Mt 28.19; Mc 16.15). O elemento preponderante e vital para realizar esta obra é o Espírito Santo de Deus (Lc 24.49; Mc 16.17; Mt 28.18). A unção e poder do Espírito Santo é que fazem a diferença na dinâmica da igreja pelo evangelho que ela vive e prega (At 1.8). “E eles, tendo partido, pregaram por todas as partes, cooperando com eles o Senhor, e confirmando a palavra com os sinais que se seguiram” (Mc 16.20). Evangelista é um dos cinco ministérios que Jesus deu a sua igreja (Ef 4.11). O ministério é dado a varões pela autoridade espiritual, bíblica e hierárquica do Senhor à sua igreja (At 20.24; 1 Tm 3.2; 4.6-16). Sendo chamado para a obra do santo ministério, o evangelista tem a nobre missão de ser um representante dos céus na propagação das Boas Novas de Cristo Jesus. Enquanto o apóstolo, chamado por Deus representa a igreja que o enviou abrindo obras; o profeta prediz o futuro pela inspiração do Espírito Santo, como porta voz de Deus; o pastor apascenta o rebanho de Deus que o Senhor o deu responsabilidade; os doutores cuidam da doutrina do Senhor em seu estudo minucioso; e o evangelista anuncia o evangelho de Jesus do calvário à glorificação e eternidade com Cristo (Ef 4.11-13). O Senhor Jesus, que os chamou, é o modelo a seguir, e ele disse: “O Espírito do Senhor é sobre mim, pois que me ungiu para evangelizar os pobres, enviou-me a curar os quebrantados do coração, a apregoar liberdade aos cativos e a dar vista aos cegos; a por em liberdade os oprimidos; e anunciar o ano aceitável do Senhor” (Is 60.1-2; Lc 4.18-19). Cada crente é uma testemunha da obra do evangelho em sua própria vida (Rm 10.13-15). Em contrapartida, o evangelista além do seu testemunho pessoal, recebe um chamado ministerial, como de um arauto de justiça e juízo de Deus às almas perdidas (Ez 3.18-19; Jo 16.8-11; 2 Pe 2.5). Embora o termo evangelista apareça apenas três vezes no Novo Testamento, seus ministros e obras estão patentes. Os evangelhos retratam o exemplo de Jesus, a comissão dos doze e dos setenta (Mt 10.1-19; Lc 10.1-20). Dentre vários exemplos no livro dos Atos dos Apóstolos, o doutor Lucas faz menção de Filipe, o evangelista (At 21.8). Este Filipe é um dos sete irmãos eleitos para o ministério diaconal (At 6.1-7). Filipe com poder e autoridade pregava a Cristo, e milagres aconteciam (At 8.5-13). Ele, compungido pelo Espírito, evangelizou ao etíope, eunuco de Candace, o qual creu no evangelho e foi batizado. Filipe, o evangelista, é o único discípulo que foi transladado de uma cidade para outra, em função da propagação do reino de Deus na terra, ele prossegue pregando o evangelho de Cristo (At 8.26-40). Mesmo não sendo apóstolo, ele foi um evangelista de marcas indeléveis e um exemplo de anunciador de Boas Novas (At 8.40; 21.8-9). O evangelista é o verdadeiro legado de Deus para as almas perdidas. Os maiores sofrimentos no ministério de Paulo foram por ocasião pela pregação do evangelho e pelo cuidado da igreja do Senhor (2 Co 6.4-10; 11.22-33; Gl 2.20). Pelo seu exemplo ministerial de fé e dependência de Deus, Paulo admoesta, com súplicas, a seu filho na fé, Timóteo, a pregar, a redargüir, a repreender, e a exortar com longaminidade e doutrina; e, antecipando apostasia, ele o conjura dizendo: “Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra dum evangelista, cumpre o teu ministério” (2 Tm 3.14 – 4.5). “Quão suaves são sobre os montes os pés do que anuncia as boas novas, que faz ouvir a paz, que anuncia o bem, que faz ouvir a salvação...” “... ó vós, os que fazeis menção do Senhor, não haja silêncio em ti“ (Is 52.7; 62.6). Amem.

Esboço

O MINISTÉRIO DE EVANGELISTA

Sokoloko Bangu Cabral Estados Unidos

Angolana, camerógrafa, Grupo Shebach, cooperadora e professora da EBD



Texto de Memorização
"Mas tu sê sóbrio em tudo, sofre as aflições, faze a obra de um evangelista,cumpre o teu ministério." (2 Timóteo 4.5).
Texto da Lição
Atos 8.26-35;
Efésios 4.11 (ARC)

At 8.26 - E o anjo do Senhor falou a Filipe, dizendo: Levanta-te, e vai para o lado do sul, ao caminho que desce de Jerusalém para Gaza, que está deserta. 27 - E levantou-se, e foi; e eis que um homem etíope, eunuco, mordomo-mor de Candace, rainha dos etíopes, o qual era superintendente de todos os seus tesouros, e tinha ido a Jerusalém para adoração, 28 - Regressava e, assentado no seu carro, lia o profeta Isaías. 29 - E disse o Espírito a Filipe: Chega-te, e ajunta-te a esse carro. 30 - E, correndo Filipe, ouviu que lia o profeta Isaías, e disse: Entendes tu o que lês? 31 - E ele disse: Como poderei entender, se alguém não me ensinar? E rogou a Filipe que subisse e com ele se assentasse. 32 - E o lugar da Escritura que lia era este: Foi levado como a ovelha para o matadouro; e, como está mudo o cordeiro diante do que o tosquia, Assim não abriu a sua boca. 33 - Na sua humilhação foi tirado o seu julgamento; E quem contará a sua geração? Porque a sua vida é tirada da terra. 34 - E, respondendo o eunuco a Filipe, disse: Rogo-te, de quem diz isto o profeta? De si mesmo, ou de algum outro? 35 - Então Filipe, abrindo a sua boca, e começando nesta Escritura, lhe anunciou a Jesus. Ef 4.11 - E ele mesmo deu uns para apóstolos, e outros para profetas, e outros para evangelistas, e outros para pastores e doutores.
    1. A GRANDE COMISSÃO
  1. É abrangente - para todo crente: Mc 16.15; Lc 38,39; At 11.19-21,16.32
  2. É imperativa - ordem de Jesus: Mt 28.19,20; Mc 16.15; Lc 10.3-9
  3. É urgente - o mundo está perdido: Lc 19.10; Rm 3.10-12,23, 5.12
    2. A MENSAGEM EVANGELÍSTICA
  1. De arrependimento e perdão: Mt 3.1,2; At 2.38, 10.43, Rm 5.8; 1 Jo 1.9
  2. De cura e libertação: Is 53.4,5; Mt 11.28; Lc 4.18,19; At 3.1-7
  3. De fé, salvação e vida eterna: Jo 3.16,17; At 16.31; Rm 6.23, 10.8-10
    3. AS MARCAS NO MINISTÉRIO DE EVANGELISTA
  1. Amor na pregação das Boas Novas: At 8.35,40; 1 Co 1.17
  2. Paixão pelas almas perdidas: Mt 9.36,37; At 17.16; Rm 5.5
  3. Convicção da chamada: At 16.10, 21.8; Ef 4.11,12; 2 Tm 4.5