Imaginemos que uma robusta embarcação, feita para superar toda a intempérie proveniente dos tempestuosos ventos e fortes correntes marítimas, a qual levaria seus oito tripulantes ao redor do globo, numa viagem de 371 dias, ancora nas Cordilheiras do Ararate, em nossa Armênia de hoje. O Dilúvio foi o resultado da condensação dos vapores do gigantesco volume de água elevados acima da atmosfera por ocasião da criação (Gn 1.7); do rompimento de bilhões de metros cúbicos de água dos lençóis freáticos subterrâneos e o precipitar das águas acumuladas nas nuvens. Agora, milagrosamente ancorados nas montanhas, Noé desce do transatlântico e, se esgueirando para um próximo platô, alça sua vista tão longe quanto possível a fim de descobrir onde poderia armar sua tenda e iniciar o preparo da terra antes que o suprimento da Arca findasse! É meado do ano 601 a.C., perto do Rio Tigre, cercado de espanto até a alma, os oito voltam a Arca, espavoridos pela eterna imensidão de terra às suas vistas. Enfim, já tinham se acostumado ao aconchego dessa longa jornada cuidando dos animais à luz das lamparinas! Entretanto, Deus não se esqueceu desses passageiros, e envia um majestoso Arco-íris para guiá-los e confortar nessa emigração:
"Deus lembrou-se de Noé, de todos os animais e de todo o gado, que estavam com ele na arca; e Deus fez passar um vento sobre a terra, e as águas começaram a diminuir"
(Gn 8.1). Bem de manhã, no próximo dia da exploração, os oito passageiros desceram para a conquista ordenada pelo Senhor Deus. Terras e águas se avultavam e se cercavam como um horizonte infindável. Os brotos de uma geração nova de árvores se mostram indeléveis às marcas profundas do dilúvio. Envolve-se a esse episódio uma nova geração, uma nova família, uma nova esperança! Não existem mais as badaladas noites de orgias dos da primeira geração de Adão; não mais gritos espavoridos por um morto ali, e outro acolá; nenhuma preocupação por suspeita de roubos pelas intermináveis madrugadas! Paira um silêncio e uma inefável paz na terra entre os sete de Noé. No terceiro dia Noé reúne a família e realiza o primeiro culto ao Senhor Deus, o qual recebeu com muito prazer (Gn 8.21). Uma decisão imediata deveria ser tomada: aceitar o desafio frente o alvorecer de uma nova terra, de uma nova nação e de uma nova oportunidade de servir ao Senhor Deus de todo o coração (Dt 6.5)! Para trás ficaram os pesadelos e as insônias; para frente o companheirismo de Deus através do Arco e da assistência do Espírito Santo:
"Pelo que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo" (2 Co 5.17). Com o alvorecer, vem um novo ar rarefeito; uma nova brisa; uma nova terra; e uma nova oportunidade de se fazer o que não se pode ser feito entre os da antiga dispensação! Paira sobre cada um de nós a responsabilidade de não falhar nesta nova dispensação, a Dispensação do Governo Humano!
Primeiro, adorar ao Senhor Deus, onde estivermos, e com que tivermos;
segundo, devemos plantar, pois existe uma terra fértil e abundante semente no celeiro da
Arca; terceiro, devemos crescer e multiplicarmos como indivíduo, família e igreja! O Senhor Deus será com cada um de nós
neste novo ano de 2014 — O Ano do Alvorecer!
Nome dado ao segundo livro do Pentateuco. Êxodo quer dizer saída, escape, e o livro relata três etapas do povo de Israel: a primeira de sua saída do Egito, onde foram escravos por 400 anos (Gn 15.13; Ex 1-12); a segunda de sua peregrinação no deserto (Ex 13-18); e a terceira de sua estadia no Monte Sinai (Ex 19-40). O autor do livro foi a pessoa de Moisés, que toma um lugar de grande importância para o povo judeu até o dia de hoje. Como libertador e legislador de Israel, Moisés é um tipo de Jesus, o qual veio séculos mais tarde libertar o povo de seus pecados. O livro também abrange três etapas da vida de Moisés: no palácio, em Midiã, e no deserto. O livro inicia sua história com a morte de José e o crescimento do povo hebreu na terra do Egito, cobrindo um período de 400 anos em seus sete primeiros versículos. O livro de Êxodo relata grandiosos milagres operados pela mão divina, começando com o livramento de Moisés da morte quando criança, sua chamada através de uma sarça ardente, as 10 pragas enviadas ao Egito, a abertura do Mar Vermelho, a coluna de fogo e de nuvem guiando o povo, o envio do maná e de cordonizes, águas amargas se tornam doces, água é tirada da rocha e a promulgação da Lei no Sinai. Um dos mais lindos símbolos da redenção do homem se encontra no livro de Êxodo, quando o sangue de um cordeiro foi espargido nos umbrais da porta, livrando os primogênitos de cada familia israelita do anjo da morte. Este evento é celebrado até o dia de hoje por Israel na Festa da Páscoa. Jesus, o nosso cordeiro pascoal, foi imolado na cruz do calvário, pagando o preço da nossa redenção; e hoje a Igreja celebra este memorial através da Santa Ceia. A nação agora liberta precisava de mandamentos e preceitos para caminhar, e por isso ao chegar no Monte Sinai, Deus dá ao povo a Lei. A mesma Lei apontava os pecados na vida do povo, e por isso Deus estabelece os sacrifícios, pelos quais o povo poderia ter o perdão de seus pecados pela fé. Conhecendo a necessidade do povo cultuar, Deus estabelece a construção do Tabernáculo, onde sua presença estaria no meio deles. O Escritor Eugene H. Merrill resume o grande significado do Êxodo em seu livro História de Israel no Antigo Testamento: “O Êxodo é o evento teológico e histórico mais expressivo do Antigo Testamento, porque mostra a magnificente ação de Deus em favor do seu povo, uma ação que os conduziu da escravidão à liberdade, da fragmentação à unidade, de um povo com uma promessa à uma nação estabelecida.”