E pode ser isso? Quando a Palavra de Deus não é a verdade? O que significa: Não é a verdade? Quer dizer: Mentira? Então? E a Palavra de Deus pode ser mentira? Isso é blasfêmia!!! É blasfêmia, sim! Mas, acontece. E muito! Elias, o grande profeta, ao ser perseguido por Jezabel, a ímpia rainha de Israel, refugiou-se na casa da paupérrima viúva de Zarefate. Prodigiosamente o Senhor multiplicara-lhe o pão e o azeite tendo em vista o sustento do ministério de Elias. Enfermara o filho da pobre viúva, vindo a morrer. Aflitíssima, a mãe reclamou do profeta:
“Que tenho eu contigo, homem de Deus? Vieste tu a mim para trazeres à memória a minha iniquidade, e matares a meu filho?” (1 Rs 17.18). Clamou ao Senhor Elias e o rapaz ressuscitou. Ao contemplá-lo redivivo, em grande júbilo, a mãe exclamou:
“Nisto conheço agora que tu és homem de Deus, e que a Palavra do Senhor na tua boca é
verdade.” (1Rs 17.24). Na boca de Elias a Palavra de Deus é a Verdade. Na boca de Moisés, de Abraão, de Davi, de Daniel, de Isaías, de Jeremias, de João Batista, de Paulo a Palavra de Deus é a Verdade. Na boca de Jesus Cristo, o próprio Verbo Divino, a própria Verdade, a Verdade por excelência, a Palavra de Deus é a Verdade. Porém, a Palavra de Deus na boca do diabo ao induzir Eva, ao investir contra o Mestre, ao tentar os pobres mortais, é mentira. A Palavra de Deus na boca dos escribas e fariseus, conhecedores das Escrituras, é mentira. Na boca de Herodes, de Judas Iscariotes, dos falsos profetas, de Anás e Caifás, do médium espírita, do pastor mercenário, do missionário curandeiro, do sacerdote católico, na boca do diabo é mentira. A Palavra de Deus na boca de quem contrafaz a mensagem divina é mentira. Em si mesma, em sua intrincidade, a Palavra de Deus sempre é a Verdade! Torna-se mentira quando contrafeita, quando deturpada, quando inquinada, quando infectada, quando poluída, quando podada, quando enxertada, quando forçada, quando subjugada a maus propósitos, quando avacalhada por seus falsos e hipócritas seguidores. Enquanto os espíritas e macumbeiros querem encontrar nos Evangelhos um Cristo dando passes, os padres querem encontrar nos gestos de Jesus Cristo a base para suas benzeduras e sacramentos, obras de feitiçaria. O Evangelho é o Poder de Deus! É o poder de Deus em favor de quem? De todo aquele que crê. Para quem não crê deixa de ser o poder de Deus. Para o incrédulo, o ímpio, o contrafeitor, torna-se em
mentira.
As sociedades antigas não proviam de leis e documentação para reforçar um ato legal. O cumprimento de um ato ou de um pacto dependia da integridade de uma pessoa. Na ausência de um sistema judicial moderno, a sociedade dependia que o povo falasse a verdade um para com o outro. Neste sentido, o juramento mantinha a obrigação do povo em falar e fazer seus negócios honestamente. O uso do juramento era frequente nos pactos e confederações solenes. Era um apelo a Deus para que servisse de testemunha em um pacto ou a uma verdade a ser dita (Gn 21.23; Gl 1.20). A violação de um juramento tinha resultados sérios (Ez 17.13,16,18-19). Os juramentos judiciais eram reconhecidos pela Lei (Ex 20.7; Lv 19.12), mas o perjúrio, a menção profana e vã do nome de Deus, a menção de ídolos e outras coisas criadas eram radicalmente proibidas (Js 23.7; Mt 14.3-12). Os juramentos eram usados para confirmar um pacto; esclarecer controvérsias; estabelecer concertos; mostrar a imutabilidade do conselho de Deus; definir as responsabilidades sacras; e no cumprimento de atos judiciais. O juramento poderia ser feito ante o rei, ante objetos sagrados, ante o altar; e usava-se entre o rei e seus súditos (1Rs 2.43), entre o patriarca e o povo (Gn 50.25), entre o senhor e o servo (Gn 24.2-9), entre um povo e outro (Js 9.20) e entre um indivíduo e outro (Rt 1.17). Atos simbólicos eram utilizados no juramento, como o levantar a mão direita ou ambas as mãos aos céus (Dn 12.7) e colocar a mão sobre a outra pessoa (Gn 24.2,9; 47.29). Também ao jurar, eram usadas diversas expressões: Assim Deus me faça e outro tanto (1Sm 3.17); Vive o Senhor (Jz 8.19); Viva a tua alma (1Sm 1.26) e Te conjuro pelo Senhor (1Rs 2.42). O juramento estabelecia limitações no falar das pessoas e delineava a conduta humana (Nm 30; Dt 23.21). No Novo Testamento, Jesus ensina a seriedade que deve haver em nossas palavras, e como o nosso falar não deve ser medido pelos nossos juramentos, mas sim por nossa integridade. Uma pessoa de caráter e honesta, não precisa usar de juramentos para provar suas atitudes ou palavras. Jesus também ensinava que não devemos ser pessoas dúbeis e volúveis, mas que nossa palavra seja "sim" ou "não" (Mt 5.33-37). As palavras de Jesus contra os juramentos feitos em nome de Deus e do Templo, eram contra o uso profano e negligente de faze-lo nos simples casos da vida temporal (Tg 5.12). O próprio Senhor, quando foi interrogado, respondeu sob esconjuração (Mt 26.63,64). Outras passagens bíblicas nos mostram a gravidade da profissão de um juramento mal pensado ou sem responsabilidade. Pedro negou a Cristo - ele negou conhecer Jesus (Mt 26.70). Pela segunda vez, um juramento acompanhou as sua palavras (Mt 26.72). E pela terceira vez suas palavras se seguiram de juramentos e praguejos (Mt 26.74). Nossas palavras expressam o que somos - A boca fala daquilo que o coração está cheio
(Mt 12.34).
O CUIDADO COM AQUILO QUE FALAMOS
Vania DaSilva Estados Unidos
Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária da BPC, na Flórida - Estados Unidos.
Provérbios 6.16-19; 15.1,2,23; 16.21,24
(ARC)
6.16 - Estas seis coisas o Senhor odeia, e a sétima a sua alma abomina:
17 - Olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente,
18 - o coração que maquina pensamentos perversos, pés que se apressam a correr para o mal,
19 - a testemunha falsa que profere mentiras, e o que semeia contendas entre irmãos.
15.1 - A resposta branda desvia o furor, mas a palavra dura suscita a ira.
2 - A língua dos sábios adorna a sabedoria, mas a boca dos tolos derrama a estultícia.
23 - O homem se alegra em responder bem, e quão boa é a palavra dita a seu tempo!
16.21 - O sábio de coração será chamado prudente, e a doçura dos lábios aumentará o ensino.
24 - As palavras suaves são favos de mel, doces para a alma, e saúde para os ossos.
1. O PODER E INFLUÊNCIA DA PALAVRA
2. O FALAR QUE DEUS ABOMINA
3. A DISCIPLINA CRISTÃ DO FALAR