Editorial

AS DEZ VIRGENS

Rev. Eronides DaSilva Brasil

Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, Presidente Região Sudeste – CONFRADEB, na Flórida, EUA.

O cerne da interpretação desta parábola é o arrebatamento da Igreja. No entanto é possível, em segundo plano aplicá-la como símile para a salvação de Israel, quando Cristo venha em glória para instalar o Julgamento Final e a inauguração do Milênio. Nessa parábola, a noiva não aparece somente o noivo e as dez virgens como elementos principais da história! A noiva é a igreja na incorporação das dez virgens, pois em todas as dispensações a igreja foi sempre um mistério“Como me foi este mistério manifestado pela revelação, como antes um pouco vos escrevi... o qual noutros séculos não foi manifestado aos filhos dos homens, como agora tem sido revelado pelo Espírito aos seus santos apóstolos e profetas” (Ef 3.3-5). Nas Escrituras Sagradas o dez aparece como uma dispensação ou trabalho completo do homem para com Deus: “Ana, por que choras? E por que não comes? E por que está mal o teu coração? Não te sou eu melhor do que dez filhos?” (1 Sm 1.8). Existia um costume pós-cativeiro que, onde se reunisse mais de dez judeus, alí deveria ser constituída uma sinagoga. Por causa de heterogeneidade do homem sobre a terra, aqui foi, portanto, dividido os dez em duas partes de cinco: prudentes e néscias. O pai do noivo é o Pai celestial; o noivo é Cristo; as dez virgens é a igreja incorporada; das quais, cinco prudentes eram professantes do Reino de Deus, e cinco imprudentes eram confessantes da religião cristã. As lamparinas eram corporativamente a identidade eclesiástica e, como indivíduos, o coração do salvo; enquanto o azeite era a graça de Deus manifestada através da presença do Espírito Santo em suas vidas — “Tendo cuidado de que ninguém se prive da graça de Deus, e de que nenhuma raiz de amargura, brotando, vos perturbe, e por ela muitos se contaminem” (Hb 12.15). A ausência de azeite, portanto, indicava uma vida sem vida, sem salvação! Nenhuma graça, nenhuma vida! À meia noite — término de uma dispensação — ouviu-se o brado: aí vem o noivo! A noiva, as virgens, levantou-se para ir ao encontro do noivo, porém, somente as cinco que tinham azeite em abundância lograram se encontrar com o noivo: “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (1 Ts 4.16-17). Após as bodas do Cordeiro nos céus; Ele e a sua noiva descerão para salvar a Israel no final dos sete anos da Grande Tribulação, e instalar o Milênio, o qual hospedará a grande ceia das bodas do Cordeiro! (Ap 19.9). Finalizando, tenhamos em mente o perfil exegético do segundo plano de aplicação dessa parábola — a vinda de Jesus em glória —, o qual não deve ser confundido com o primeiro plano de sua interpretação — a vida de Jesus para o arrebatamento! Cinco exemplos clássicos hermenêuticos pelos quais não pode ser invertido esse panorama: i. dormiram todas – no final da Grande Tribulação não existirá nenhuma condição para ninguém dormir, ou muito menos cochilar; ii. fechou-se a porta — a porta de acesso à grande ceia, no Reino Messiânico, não se fechará, muito pelo contrário, estará aberta para todos os que ingressarem nesse majestoso período — “...amigo, como entrastes aqui, não tendo vestes nupciais?” (Mt 22.12). O fechou-se a porta aqui, se refere ao encerramento da graça na constituição da igreja aqui na terra: fechou-se para as cinco que representam a igreja professante de Filadélfia, a fim de ingressar no gozo do seu Senhor, e fechou-se para as cinco que representam a igreja nominal de Laodicéia, a qual ficará permanentemente fora do alcance da graça do Deus; iii. tardando o esposo — o esposo, na segunda fase de sua Segunda Vinda chegará precisamente na hora aprazada, no final das sete semanas das 70 de Daniel 9.24-27; iv. finalmente, no arrebatamento ele virá desposado para a igreja; no livramento e salvação de Israel, ele virá já casado com a sua igreja (Jd 1.14)! Portanto, amada igreja do Senhor Jesus, vigiemos, pois não sabemos a que hora Ele virá!

Glossário

SACRIFICIOS

Vania DaSilva Estados Unidos

Brasileira, Missionária, Professora do SWM e Secretária da BPC, na Flórida - Estados Unidos

Sacrifícios e ofertas eram os elementos físicos que o oferente trazia a Deus para expressar sua devoção, gratidão ou necessidade de perdão. O sistema sacrificial de Israel era usado no dia-a-dia da nação, bem como nos dias de suas Festas  Anuais, realizadas no tabernáculo, e posteriormente no templo. Algumas nações antigas tinham o costume de oferecer sacrifícios aos seus deuses, mas não com o significado ou propósito que Israel. Vários personagens bíblicos ofereceram sacrifícios ao Senhor, como Abel, Noé, Jó, Abraão, Isaque, Jacó, Salomão, e tantos outros mais. No entanto, o sistema sacrificial organizado baixo a Lei entrou em vigor a partir do êxodo. O sacrifício exigia uma vítima, sangue derramado sobre o altar. Ao pecar no Éden, o homem teve por preço de sua queda, a morte. Desta feita, para o homem chegar-se a Deus era necessário que uma vítima, limpa e purificada de ofensas, fosse oferecida em substituição. Sangue de bois, ovelhas, carneiros, bodes, cabras, pombas e rolas eram oferecidos diante de Deus para perdoar as ofensas da carne (Hb 9.13,14). O pecado do ofensor era perdoado através de sua fé depositada naquele símbolo, o qual apontava para o Cordeiro de Deus, que havia sido imolado antes da fundação do mundo, mas que haveria de ser revelado na "plenitude dos tempos". Deus exigia que não somente o povo trouxesse sacrificios diários pelas suas culpas, como também o sumo-sacerdote; pois segundo Hebreus, a lei constituia sumos sacerdotes a homens fracos, que necessitavam oferecer sacrificios por eles mesmos. Mas a palavra do juramento constituiu ao Filho, perfeito para sempre. Sua pessoa, seu sangue e seu sacrificio foram perfeitos e finais para salvar a todos aqueles que se chegam à ele por fé  (Hb 7.22-28). A lei estabeleceu, com certas particularidades, os sacrifícios e ofertas que os judeus deviam efetuar. As ofertas eram tomadas tanto do reino vegetal, chamadas de ofertas sem sangue (farinha, trigo torrado, bolos, e vinho), como do reino animal. Com as ofertas sem sangue, era também costume oferecer as ofertas de libação, ou seja, vinho ou azeite eram derramados perante o Senhor (Gn 35.14; Nm 28.14; Fp 2.17). Além dessas ofertas, usava-se também o sal, que era emblema de pureza. Os animais oferecidos deveriam ser sem mancha (defeito), e não podiam ter menos de oito dias. Nunca eram oferecidos peixes, e os sacrifícios humanos eram expressamente proibidos (Lv 18.21). Pela Lei, o oferente deveria se purificar primeiramente (Ex 19.14), e depois levar a vítima para o altar. Voltado então para o santuário, punha a mão sobre a cabeça do animal, o qual era depois imolado geralmente pelo sacerdote (2Cr 29.23,24). Morta a vítima, o sacerdote tomava o sangue em uma bacia e depois o espargia sobre o altar. O animal era cortado em pedaços pelo oferente (Lv 1.6), sendo a gordura queimada pelo sacerdote (Lv 7.31). Em algumas ocasiões a vítima era levantada pelo sacerdote e movimentada - a Bíblia denomina este ato de apresentação ao Senhor como “oferta de movimento” (Lv 8.27; 7.30). O oferente não deveria oferecer o que não lhe custasse; parte dos seus bens era transferido para Deus (2Sm 24.24). Haviam cinco tipos de ofertas oferecidas a Deus. Essas cinco ofertas poderiam ser divididas em duas classes: as ofertas de cheiro suave (Holocausto, Manjares e Pacíficas) e as ofertas pelo pecado (Transgressão e Pecado). A oferta de manjares era a única oferta que não envolvia morte de animal ou sangue derramado, pois o conteúdo da oferta era da farinha pura ou trigo tostado. A oferta de holocausto, por sua vez, era a única oferta em que o animal era queimado por completo, em inteira devoção a Deus, geralmente quando o oferente fazia um voto ao Senhor. Paulo, ao escrever sua epístola aos Romanos, roga aos irmãos de Roma que apresentem seus corpos (seu ser total) em sacrifício (holocausto) vivo, santo e agradável Deus (Rm 12.1).

Esboço

O SACRIFICIO QUE AGRADA A DEUS

Hector Antonio Argueta Estados Unidos

Salvadorenho, professor da EBD, tradutor, Dept. Missões Estrangeiras - Estados Unidos.



Texto de Memorização
Eu te oferecerei voluntariamente sacrifícios; louvarei o teu nome, ó Senhor, porque é bom." (Salmos 54.6)
Texto da Lição

Filipenses 4.14-23  (ARC)

14
- Todavia fizestes bem em tomar parte na minha aflição. 15 - E bem sabeis também, ó filipenses, que, no princípio do evangelho, quando parti da macedônia, nenhuma igreja comunicou comigo com respeito a dar e a receber, senão vós somente; 16 - Porque também uma e outra vez me mandastes o necessário a Tessalônica. 17 - Não que procure dádivas, mas procuro o fruto que cresça para a vossa conta. 18 - Mas bastante tenho recebido, e tenho abundância. Cheio estou, depois que recebi de Epafrodito o que da vossa parte me foi enviado, como cheiro de suavidade e sacrifício agradável e aprazível a Deus. 19 - O meu Deus, segundo as suas riquezas, suprirá todas as vossas necessidades em glória, por Cristo Jesus. 20 - Ora, a nosso Deus e Pai seja dada glória para todo o sempre. Amém. 21 - Saudai a todos os santos em Cristo Jesus. Os irmãos que estão comigo vos saúdam. 22 - Todos os santos vos saúdam, mas principalmente os que são da casa de César. 23 - A graça de nosso Senhor Jesus Cristo seja com vós todos. Amém.
    1. CRISTO, O SACRIFICIO ÚNICO  
  1. Perdoa os pecados: 2 Cr 7.14; 1 Sm 1.18; Mt 9.1,2
  2. Salva da condenação eterna: 2 Ts2.13; Lc 1.76-79; At 4.11, 12; 5.9
  3. Santifica o crente: 1 Ts 4.3a; 2 Ts 2.13; 1 Pe 1.2; Lc 1.74,75
    2. O SACRIFICIO DO CRENTE  
  1. Através da oração: Pv 15.8; Sl 39.12; Lc 1.13
  2. Através do jejum: 2 Cr 20.3; Ne 9.1; Jn 3.5
  3. Através das ofertas: Mc. 12.43,44; At 21.26; Ef 5.2
    3. SACRIFICIO DE OBEDIÊNCIA  
  1. Abraão ofereceu a Isaque: Gn 22.1-13; 1 Sm 15.22; Hb 5.8
  2. Ana ofereceu a Samuel: 1 Sm 1.10-11,28; 1 Pe 1.2
  3. Jesus ofereceu a si próprio: Jo 3.16; 10.18; Fp 2.5-8