Apresento abaixo uma breve sobre o vocábulo povo, no original grego:
Demos — povo em assembléia política
Ochlos — povo como massa, aglomeração
Polis — povo como unidade política, cidade, estado
Ethinos — povo como tradição, cultura
Laos — povo de Deus, o povo que tem relação com Deus.
Até a revelação do grande mistério de Deus, a Igreja, o povo de Deus no mundo era Israel. A Palavra de Deus, a voz de Deus pelos profetas, o agir de Deus através da história diferenciava claramente entre Israel, seu povo, e as demais nações pagãs. Deus pelas leis ditou para Israel sua conduta e sua cultura, suas cerimônia e seus deveres. Toda a lei os diferenciava das demais nações do mundo, e para aqueles que dentre o povo de Deus não quisesse viver segundo os seus ditames, deveriam ser extirpados da congregação de Israel.
Ela, entretanto, esperava um líder formoso, de voz autoritativa, que liderasse o povo em guerra contra Roma e ao vencer, os pusesse por líderes do mundo. Esperava um libertador social, um benfeitor dos pobres e oprimidos. Esperavam um homem que fizesse justiça na terra, e lutasse para que a humanidade vivesse em paz e harmonia. No entanto, esse Jesus se apresentou muitíssimo diferente de suas expectativas, quando disse:
“O meu Reino não é deste mundo... Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz.” (Jo 18.36,37) Jesus veio primordialmente libertar espiritualmente cada indivíduo que nele cresse.
A salvação oferecida por Jesus era e é individual, e não coletiva como advoga os
adebtos do Marxismo!
O fruto da salvação, pela presença do Espírito Santo faz-se sentir no interior de cada vida transformada pela fé em Cristo. Jesus condenando a Israel por sua incredulidade, abriu caminho para todos os indivíduos, quer israelitas ou gentios, para que experimentassem o novo nascimento, promulgado por Jesus a Nicodemos. A Igreja passa a ser, nesse contexto, o povo de Deus na terra. E agora as Escrituras fazem clara separação entre o Povo de Deus — a igreja e o mundo, como a luz das trevas, como a Igreja do Estado laico. A missão do povo de Deus em ambos os Pactos, foi demonstrar que Deus quer salvar o homem, ensinar-lhes o caminho do arrependimento dos pecados, da fé em Jesus, de um novo nascimento, de uma vida eterna e, consequente, morte para o mundo.
Jesus ceitou a injustiça, no entanto nunca foi um líder sindicalista contra a injustiça entre os povos. Jesus andou com os pobres e pecadores porque estes reconheciam com muito mais facilidade sua necessidade do perdão e da graça de Cristo. (Mc 2.17). Paulo nunca fez campanha de alimentos para os pobres do mundo, mas para os necessitados da igreja. Reconhecia ele, que o mundo, através dos instrumentos constituídos e dos impostos pagos pelos membros da sociedade, cuidam os governos. Nenhuma criança deve ser privada de escola e todo jovem deve ter acesso ao ensino superior. Melhor situação econômica para todos é uma extrema necessidade. Mas não nos iludamos: o problema básico do ser humano não é pobreza ou ignorância. O Senhor, através do gesto caritativo da igreja, não permite que nada lhes falte, principalmente aos domésticos da fé, como bem afirmou no Sermão do Monte (Mt 5.3-12).
É antibíblico dizer que a igreja é agente transformador da sociedade, em verdade ela é, espiritualmente, agente transtornador da sociedade (At 17.6).
Jesus não operou transformação da sociedade mas sim transformação dos corações e vidas arrependidas que se chegaram a Ele pela fé.
Agente Transformador, Justiça Social, Teologia Negra e
Teologia da Libertação são primariamente jargões, com cara de filosofia, de uma agenda globalizada ateísta, que veio à luz através do Comunismo e o Facismo na Europa! Infelizmente a igreja em geral, ou pelo menos seus líderes, à semelhança de Israel, abraçou uma agenda politicamente correta e secular, deixando uma vida de obediência à Palavra, uma postura de verdadeira humildade, se esfriando no Espírito, e agora não mais aceitando ser transtornadora da sociedade, à semelhança de seu Mestre. A luz não pode transformar as trevas, se ela chega, as trevas se vão!
Amada Igreja do Senhor Jesus, sejamos luz, luz que incomoda por apontar o pecado do homem, mas luz que mostra o caminho de regresso a Deus. Não sigamos a história de Israel que quis um Messias defensor abrangente dos pobres e oprimidos, um que melhorasse a sociedade. O Anticristo será esta figura no princípio de seu governo; um líder social que tentará fazer do mundo um lugar melhor, mais igual e mais sem Deus! Jesus sim, depois do arrebatamento da Igreja, e na posterior instalação do Reino dos Céus, reinará nesta terra por mil anos em perfeição, santidade e justiça. É de tremer por dentro e por fora, ao vermos
alguns seguimentos das nossas Assembléias de Deus, no Brasil (marco indelével da Sã Doutrina bíblica), nos Estados Unidos, na Europa e em outras regiões mais carentes do hemisfério, ensinando um evangelho emergente que se mescla com o mundo — no perfil socialista do Austríaco Friedrich A. Hayek — no engano de fazê-lo melhor, mas comprometendo a verdade Divina. O Reino de Deus não é deste mundo, e nós em breve sairemos dele — Ora vem Senhor Jesus!
Cidade portuária e proeminente de Trácia, na provincia romana da Macedônia Oriental, situada ao norte da Grécia, a 10 milhas do Mar Egeu, na importante Via Ignaciana entre Roma e Ásia. Filipos era um importante centro mercantil, no cruzamento das rotas comerciais entre a Europa e Ásia. Outras cidades como Tessalônica, Bereia, Anfípolis e Apolônia, também faziam parte da mesma região (At 17.1,10). O nome da cidade é derivado de Filipe II, rei da Macedônia, pai de Alexandre Mago, que a reedificou no ano 356 a.C. Era uma cidade onde se explorava o ouro, chamada de Krenides, antes de sua conquista por Filipe II. Filipos juntamente com todo o reino da Macedônia cairam sob o domínio romano em 200 a.C.. No ano 42 a.C., após uma terrível batalha contra Cássio e Brutus, conspiradores do assassinato de Júlio César, a cidade se tornou uma colônia romana. A fundação da Igreja em Filipos se deve a Paulo e Silas por volta do ano 52 d.C., em sua segunda viagem missionária, após a visão do jovem macedônio (At 16.9-40). Foi em Filipos que, pela primeira vez, se pregou o evangelho na Europa. Por não haver uma sinagoga, ou um número representativo de judeus na cidade, e sendo estes não mui inclinados a ouvir a mensagem de Paulo, o apóstolo dirige-se a um local público e informal para pregar, à beira do rio Gangitis (At 16.13). Como resultado de sua pregação, a primeira alma a se converter foi Lídia, uma negociante e vendedora de púrpura, natural de Tiatira. Ela e sua casa foram batizadas nas águas, e hospedaram Paulo e seus companheiros de viagem, Silas, Timóteo e Lucas. Caminhando para a oração, Paulo se depara com uma jovem que tinha um espírito de adivinhação, a qual clamava: “Estes homens são servos do Deus vivente” (At 16.16,17). Ao fazer isso por muitos dias, Paulo repreendeu o demônio e a jovem foi liberta. Porém os homens daquela cidade enviaram-los aos magistrados, e dali foram açoitados e sentenciados à prisão. Após um terremoto abrir todas as portas da prisão, Paulo ganha mais uma alma para Cristo, o carcereiro. Ele e toda sua família foram batizados na mesma noite (At 16.26-34). Paulo tornou a visitar a cidade em sua terceira viagem missionária. Filipos era uma igreja fiel, amorosa para com Paulo e contribuia financeiramente para a obra missionária (Fp 2.25,28). O apóstolo ao estar preso em Roma escreve uma de suas epístoloas àquela igreja, a qual foi encaminhada pelas mãos de Epafrodito (Fp 4.15,16). Nela, Paulo faz um resume de sua biografia, daquilo que ele foi anteriormente baixo a lei. As excavações arqueológicas da área descobriram um grande e bem preservado forum, um teatro, a suposta prisão de Paulo e diferentes igrejas da época bizantina.