A MAIOR CISÃO DA HISTÓRIA
Rev. Eronides
DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro, Pastor Fundador do SWM, da IPB e do STB, na Flórida – EUA |
"Diz-lhes Jesus: Nunca
lestes nas Escrituras: A pedra,
que os edificadores rejeitaram,
Essa foi posta por cabeça do
ángulo; Pelo Senhor foi feito
isto, E é maravilhoso aos nossos
olhos? Portanto, eu vos digo
que o reino de Deus vos será
tirado, e será dado a uma nação
que dê os seus frutos."
(Mt 21.42-43) A interpretação
desse texto e a de Jo 1.5b,
vista a olhos razos, parece-nos
que Deus não soube entender o
homem:
“E a luz resplandece nas
trevas e as trevas não a
compreenderam”! Mas não é
tanto assim como podemos
imaginar superficialmente.
Existem dois significados para o
verbo entender –
katalambanoo
do grego moderno: 1) tomar
posse, absorver e apoderar-se de
alguma coisa, jogando-se sobre
ela; 2) entender e absorver com
a mente. O ser humano que está
colhendo o resultado dos seus
pecados, não pode, a princípio,
entender à luz do Evangelho a
ele manifestado.
“Ora, o homem natural não
compreende as coisas do Espírito
de Deus, porque lhe parecem
loucura; e não pode entendê-las,
porque elas se discernem
espiritualmente.” (1 Co
2.14). João Marcos, um dos líderes da igreja primitiva é autor do segundo Evangelho que leva o seu nome. Era ele filho de Maria, em cuja casa os discípulos oravam quando Pedro tinha sido preso a mando de Herodes Agripa (Atos 12.120). Algumas vezes ele era chamado pelo seu nome
hebraico, João, e às vezes pelo
latim, Marcos. Sendo ele influenciado pelo seu tio Barnabé (Cl 4.10), após ter terminado uma tarefa de ajuda humanitária à Jerusalém, partiu, juntamente com ele e Paulo à Antioquia da Picídea (Atos 12.25). Durante o percurso entre Antioquia, Chipre e Panfília (Atos 13.5), Marcos deixou Barnabé e Paulo, regressando à Jerusalém (Atos 13.13). A razão mais provável era porque Paulo se tinha transformado um
missionário apaixonado pelos Gentios (Atos 13.4-12). Mas
esta cisão ocorreu por causa
desses seguintes fatos: a) o plano milenar
de Deus foi calculadamente
rejeitado (Jo
19.15); b) o reino de Deus foi
tranferido aos
gentios (Ef 2.15,16) e c) a
incersão do milagre do
novo nascimento. Ao
Apóstolo Paulo, o legado de
Deus aos gentios, lhe foi
revelado o grande mistério da Encarnação e o da
Noiva Cordeiro — a
igreja! Na linguagem judaisante
do Novo Testamento, descobrimos
que ela é um povo zelozo e de
boas obras (Tt 3.14). Povo
oriundo de dois povos: judeus e gentios (Rm
10.11), chamados por um decreto
(Rm 8.28), alistado para uma
milícia (1 Tm 2.3-4), combatendo
contra o mal, contra os inimigos
da cruz de Cristo (Fp 3.18), e a
favor dos salvos (Cl 3.12).
Paulo nos seus ensinos exorta
aos fiéis a permanecerem firmes,
esperando o novo céu e a nova
terra, quando Deus limpará todas
as lágrimas dos que paumilharam
neste mundo caliginoso, por amor
a Cristo (Fp 3.20; Ap 21.4). O
pragmatismo que a igreja vive hoje,
e que deve ser profundamente
agradecida a Deus por esta cisão,
foi resultado direto destes
históricos eventos: "E Isaías ousadamente diz: Fui achado pelos que não me buscavam, Fui manifestado aos que por mim não perguntavam."
(Rm 10.20). Foi por
causa dessa rejeição que os gentios
- zambujeiros
foram inseridos na oliveira -
Israel: "Porque, se tu foste cortado do natural zambujeiro e, contra a natureza, enxertado na boa oliveira, quanto mais esses, que são naturais, serão enxertados na sua própria oliveira!
Porque não quero, irmãos, que ignoreis este segredo (para que não presumais de vós mesmos): que o endurecimento veio em parte sobre Israel, até que a plenitude dos gentios haja entrado."
(Rm 11.24-25). E, porque estão agora na
Oliveira,
têm, fluindo em si mesmo, uma nova
seiva.
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G E N T I O S
Mbaxi Divaldo Cabral
Estados Unidos |
Angolano, Diácono, professor da Escola Bíblica Dominical, músico |
Termo oriundo do hebraico
goyim, do grego
ethnoi e do seu correspondente do latim
gens, cujo significado refere-se a um clã, grupo ou nação que não é civilizada, que vive numa aldeia, ou que é rústica. Entretanto, biblicamente o vocábulo faz alusão a qualquer povo pagão que não pertence a linhagem judaica. Este substantivo em seus diferentes gêneros gramaticais é citado aproximadamente 150 vezes no Velho Testamento e 97 vezes no Novo. As nações gentílicas eram caracterizadas por sua
crença politeísta nos deuses pagãos tais como: Baal (Jz 6:25, 1 Rs 16:31), Moloque (Lv 18:21, Am 5:26), Astarote (Jz 2:13, 1 Rs 11:5, Assera (1 Rs 18:18, 2 Rs 21:6); assim como também por suas práticas idólatras. A expressão “incircunciso” também é usada para distinguir o povo gentílico do povo de Deus. Por esta razão, o salmista Davi usou esta expressão quando soube que Golias, sendo filisteu, estava afrontando os exércitos de Israel
— "...Quem é, pois, este
incircunciso filisteu..." (1 Sm 17:26,36). Os livros históricos fazem pelo menos menção de duas narrativas trágicas na vida do Rei Salomão e de Sansão por abrirem o seu coração para as mulheres gentílicas (Jz 16:4-31; 1 Rs 10,11). Desde o período da
Dispensação Patriarcal até a Dispensação da Lei, Deus usou todos os meios para fazer com que o seu povo pudesse viver uma vida de comunhão com Ele. Entretanto, seu povo o rejeitou. Existem duas portas dispensacionais para os Gentios nas Escrituras Sagradas: a porta do
domínio político, e a
porta da salvação espiritual. A porta de domínio político, estende-se desde a imigração de Israel para o Egito até o final da Grande Tribulação; quando Cristo tenha vitória sobre o Anticristo (Lc 21.24). Entretanto, a porta da salvação espiritual, conhecida como porta da graça de Deus oferecida aos Gentios, estende-se desde a ocasião da rejeição do Messias pelos Judeus (Jo 1:11; Mt 21:43) até o arrebatamento da igreja (Dn 9:24). Não é que a graça de Deus vai acabar, mas que o período da porta de salvação espiritual aberta graciosamente para todas as
gentes terminará —
"mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus" (Jo 1:12). Na dispensação da graça, o plano salvifico foi estendido para os gentios, alcançando a mulher Siro-Fenícia (Mt 15:24-28, Mc 7:24:30), a Cornélio (At 10), e todos quantos aceitarem a Cristo (Jo 3:16, Hb 2:1-4). Paulo, denominado de Apóstolo dos Gentios, foi um instrumento de muita valia na propagação do evangelho por todo o mundo, começando com suas viagens missionarias pela Ásia Menor (Col 1:27; 2 Tm 1:11). No final dos tempos, as nações que ajudarem ao povo de Israel terão a oportunidade de fazer parte do Reino Milenial de Cristo; o qual Jesus ilustra em sua parábola
na separação dos bodes e das ovelhas (Mt 25.31-46).
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