O Adeus
a Hong-Kong (1)
Rev.
Eronides DaSilva
Brasil |
Brasileiro, pastor,
professor, conferencista e escritor. |
Estive em Hong Kong várias vezes. Na última, em Setembro de
1994, cuidadosamente observei a pujança da cidade e do porto, a
eletrificante vida dos transeuntes, a euforia dos cantonenses
por vislumbrarem o futuro próximo de sua independência, o fervor
de ver pelas costas os estrangeiros que ocupavam posições mais
favorecidas, e os guetos de uma população pobre, alienada,
porém, esperançosa por uma vida melhor. Um relógio de contagem
regressiva foi instalado num painel visível a olho nú desde a
saida do aeroporto, permitindo que todas as tardes fossem um dia
a menos para os seis milhões aglomerados na província sulista da
China. Durante a histórica Guerra do Ópio, entre 1839 e 1842, a
Inglaterra ocupou a área sul da China -
Xianggang - Hong Kong. Por 156 longos
anos a província cresceu em população, economia e liderança
política, tornando-se a porta de entrada para a encouraçada
China comunista. Por estes longos anos o
Dragão
Vermelho rosnou, esperando o grande dia de golpear a
presa - a sua própria caça. Golpe este por todos esperado, mas
por poucos aplaudido, como temeu o Governador britânico de Hong
Kong e os analistas políticos do Ocidente:
a corrupção chinesa e seu instinto autocrático
destruirá as bases de uma economia e uma liberdade política
estabelecida com muito suor, esforço e coragem britânica.
Debalde seria dizer que não houve injustiças na administração
britânica, assim como no compasso de espera de Beijing. Mas como
se diz no adágio, se vão os anéis e ficam os dedos. Desta feita,
como aconteceu com a Índia, Rodésia, África do Sul, Israel e
Bahamas; chegou o dia das lágrimas descerem dos rostos
bronzeados dos seis milhões que ocupavam o paraíso vermelho de
Hong Kong, e dos alourados do Príncipe Charles, Rainha Elizabeth
II e o Governador Chris Pattern, que disseram:
“é duro
dizer adeus”. Mas que dizer da Banda Real da
Polícia de Hong Kong, que, com muita emoção e conteúdo, e como
quem parte levando saudades, tocou:
Amazing
Grace e
Land of Hope
and Glory! Sim, à meia noite da Segunda-Feira, do
dia
30 de junho de 1997, a bandeira inglesa,
hasteada por quase dois centênios, desceu silenciosamente do seu
mastro, para dar lugar à bandeira chinesa. Segundos depois do
dia primeiro de julho, o hino nacional chinês,
Marcha dos
Voluntários, foi ecoado nos envidraçados de Vitória,
enquanto um batalhão de 4.000 soldados de Beijing desceram por
terra, mar e ar, para tomar conta para sempre da pequena, mas
estratégica, Hong Kong.
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Escatologia
Rev.
Eronides DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro, pastor,
professor, conferencista e escritor. |
Escatologia é o ensino doutrinário
concernente as últimas coisas, ou coisas futuras que haverão de
acontecer a nível mundial. O vocábulo grego, eschatos,
significa último, final. O que a Teologia Sistemática define a
Escatologia como estudo das últimas coisas a nível universal, quer
seja para os homens em geral, para Israel ou para a Igreja.
Portanto, no âmbito da Escatologia Individual ou Universal, os
aspectos globais da salvação ou condenação do homem, e o destino
final da humanidade é amplamente abordado. Na Escatologia Individual
observa-se o plano para a salvação do homem providenciado por Deus
(Jo 3.16), sua respectiva condenação pela rejeição à única
alternativa a ele oferecida (Jo 3.18) e, finalmente, seu juízo e
destino final e eterno para cada criatura, juntamente com as hostes
angelicais caídas (Ap 20.7-11). Entretanto, na Escatologia
Universal, envolve o Estado de Israel, a Igreja e as demais gentes
(1 Co 10.32): (1) Israel – sua diáspora, restauração política,
provação, restauração espiritual e instalação do seu Reino
Teocrático; (2) a Igreja - sua fase militante, como Local e
Universal, na sua fase triunfante, comparecendo ao Tribunal de
Cristo, às Bodas do Cordeiro e celebrando a grande Ceia das Bodas,
durante o Milênio; (3) as Gentes - continuando seu domínio sobre o
Povo de Deus, recebendo a tutela do Anticristo, a maior parte
substancial sendo destruída na volta de Cristo em glória e, a menor
parte, depois de viver durante o Milênio, dizimada no final da
corrida do ser humano sobre a terra. Entender a interpretação da
escatologia não é uma tarefa, a princípio, difícil. Dois aspectos
devem ser tomados em conta: primeiro, é que uma pequena parte da
escatologia bíblica já foi cumprida, segundo, é que a maior dela
ainda resta a se cumprir, como a vinda de Cristo para a Igreja, o
Tribunal de Cristo, as Bodas do Cordeiro, a Grande Tribulação, a
vinda de Cristo com a Igreja para salvação de Israel, o Julgamento
das Nações, a última ressurreição, o Milênio, a glorificação de
Israel, o julgamento dos homens e dos anjos, o novo céu e a nova
terra.
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