A
Teologia em Crise
Rev. Ricardo Gondim
Brasil |
Brasileiro, pastor,
professor e escritor |
Sou um professor de Teologia em crise. Não com minha fé ou com
minhas convicções, mas com a dificuldade que eu e outros colegas
enfrentamos nos últimos anos diante dos novos seminaristas
enviados para as faculdades de teologia evangélica. No início de
meu ministério docente, recordo-me que os alunos chegavam aos
seminários bastante preparados biblicamente, com uma visão
teológica razoavelmente ampla, com conhecimentos mínimos de
história do cristianismo e com uma sede intelectual muito grande
por penetrar no fascinante mundo da teologia cristã.
Ultimamente, porém, aqueles que se matriculam em Seminários
refletem a pobreza e mediocridade teológica que tomaram conta de
nossas igrejas evangélicas. A grande maioria dos novos
vocacionados chega aos Seminários influenciada pelos modismos
que grassam no mundo evangélico. Alguns se autodenominam
"levitas". Outros, dizem que estão ali porque são vocacionados a
serem "apóstolos". Tento fazê-los compreender que os levitas, na
antiga aliança, não apenas cantavam e tocavam instrumentos no
Templo, como também cuidavam da higiene e limpeza do altar dos
sacrifícios. Porém, hoje em dia, para os "novos levitas" basta
saber tocar três acordes e fazer algumas coreografias aeróbicas
durante o louvor para se sentirem com autoridade até mesmo para
mudar a ordem dos cultos. Outros há, que se auto-intitulam
"apóstolos". Dentro de alguns dias teremos também "anjos",
"arcanjos", "querubins" e "serafins". Nunca pensei que fosse
escrever isso, pois as pessoas que me conhecem geralmente me
chamam de "progressista". Entretanto, ultimamente, ando é muito
conservador, "saudosista" ou "nostálgico". Tenho saudades de um
tempo em que havia um encadeamento lógico nos cultos
evangélicos, em que os cânticos e hinos estavam distribuídos
equilibradamente na ordem do culto. Muitas pessoas vão à Igreja
muito mais por causa do "louvor" do que para ouvir a Palavra que
regenera, orienta e exige de nós obediência. Percebo também que
alguns colegas pastores de outras igrejas freqüentemente
manifestam a sensação de sentirem-se tolhidos e pressionados
pelos diversos grupos de louvor. O mercado gospel cresceu muito
em nosso país e, além de enriquecer os "artistas" e insuflar
seus egos, passou a determinar até mesmo a "identidade" das
igrejas evangélicas. O apóstolo Paulo dizia que a Palavra não
está aprisionada. Mas, em nossos dias, os ministros da Palavra,
estão – cativos da cultura gospel. Um aluno disse-me que, no dia
em que os evangélicos tomarem o poder no Brasil acabarão com o
carnaval, os cinemas, os bares e as danceterias. Acabarão? Nunca
houve tanta afluência de jovens nos seminários como nos últimos
anos. A preocupação dos colegas era: onde colocar todos esses
novos pastores? Na minha ingenuidade, sugeri que seria uma
grande oportunidade missionária: enviá-los para iniciarem novas
comunidades em zonas rurais e na periferia das cidades. De fato,
percebi que alguns realmente se mostravam decepcionados ao
saberem que teriam que começar seu ministério em um lugar
pequeno, numa comunidade pobre, fazendo cultos nos lares,
cantando às vezes "à capela" e sem o apoio dos amplificadores e
mesas-de-som. Na maioria dos Seminários hoje, os alunos sabem o
nome de todas as bandas gospel, mas não sabem quem foi Wesley,
Lutero ou Calvino. Sei que muitos que lerem esse desabafo, não
concordarão em nada com o que eu disse. Mas não é a esses que me
dirijo, e sim aos saudosistas como eu, nostálgicos de um tempo
em que o cristianismo evangélico no Brasil, era realmente
referencial de uma religiosidade saudável, equilibrada e madura
e em que a Palavra lida e proclamada valia muito mais que o
último CD da onda, e os “glórias a Deus” e os “fala Deus“,
ecoavam no santuário!
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A Pessoa de Cristo
João Luís
Cabral
Estados Unidos |
Angolano, diácono,
professor e diretor da Divisão de Música. |
Cristo Jesus, o Filho de Deus, e o
centro da Bíblia, da Teologia, da Escatologia, da Igreja e da
Historia. “Sem ele nada do que foi feito se fez ” e “ nele
habita corporalmente toda a plenitude da Divindade ” ( Jo 1.3;
Cl 2.9 ). O nome de Jesus aparece cerca de 949 vezes nas Santas
Escrituras. No Novo Testamento e a forma grega do nome Josué, que
por sua vez provem do hebraico Yehoshua, cujo significado é Jeová
Salvador. Jesus e o nome humano, terreno, do Filho de Deus (Mt
1.1-17; Hb 2.17). No Entanto, o nome Cristo, do hebraico, Messiah,
e do grego, christhos, ambos tem o significado Ungido. Cristo
é o nome divino do Filho de Deus, o Verbo Divino, a segunda pessoa
da Trindade (Jo 1.1-3,14 ). Como pessoa, possui as três qualidades a
si inerentes, Inteligência (Intelecto), Volição (Vontade Própria), e
Consciência Moral (Sensibilidade) (Mt 4.23 – ensinar; Mt 20.28 – deu
sua vida; Lc 19.41 – chorou). O mais impressionante testemunho e o
de Pedro, quando por revelação direta do Pai, dise a Jesus: “ Tu
es o Cristo, o Filho do Deus Vivo. ” Posteriormente, esta
revelação foi confirmada pelo Espírito Santo, quando Pedro pregou no
Dia de Pentecostes: “ A esse Jesus, a quem vos crucificaste, Deus
o fez Senhor e Cristo ” ( Mt 16.16; At 2.36 ). Ha mais de 1000
profecias no Antigo Testamento referentes a vinda do Messias, que e
o Cristo, o Filho de Deus. O Messias, sendo Deus, possui os mesmos
atributos naturais inerentes a divindade, Eternidade, Imutabilidade,
Onipotência, Onipresença e Onisciência; como, também, os mesmos
atributos morais, Amor, Justiça, Verdade, Sabedoria e Santidade. A
encarnação confere a Cristo, tríplice Ministério em conexão com a
sua obra redentora, sendo Profeta, Sacerdote e Rei. O Ministério
Profético, ele o desempenhou durante sua vida aqui na terra, em
carne (Mt 21.11) no Período da Lei. Agora, ele esta a destra de Deus
Pai, exercendo o Ministério Sacerdotal (Rm 8.34), durante este
Período Dispensacional da Graça. No Entanto, durante o Período
Milenar, Cristo Jesus exercera o Ministério de Rei (1 Tm 6.14,15 ).
Jesus Cristo, o Emmanuel, Deus entre os homens, possuía duas
naturezas; a natureza humana e a natureza divina; não deixando,
sombra de duvidas, do seu sofrimento na cruz como homem, para a
salvação da humanidade; “Mas aniquilou–se a si mesmo, tomando a
forma de servo, fazendo–se semelhante aos homens; e, achado na forma
de homem, humilhou–se a si mesmo, sendo obediente ate a morte e
morte de cruz ” ( Fp 2.7-9 ). Cristo desceu do céu como Verbo
Divino (Jo 1.14) viveu no mundo como Emanuel (Mt 1.23); foi tentado
como homem ( Mt 4.1-11); operou maravilhas como Profeta ( Lc
7.11-16); ensinou como Raboni de Deus ( Jo 3.1,2 ); levantou os
mortos como Ressurreição e Vida ( Jo 11.25 ); saciou a fome de
muitos como Mana Celestial e Pão da Vida ( Jo 6.48-51 ); foi
rejeitado como Pedra Angular ( At 4.11; Ef 2.20 ), foi ao calvário
como Cordeiro de Deus ( Is 53.7; Jo 1.29 ); consumou a obra da
redenção, o Justo ( Is 53.11; Jo 17.4; Hb 5.9 ); triunfou obre o
pecado como Filho do Homem ( Mt 9.6; Mc 10.45 ); venceu o inferno e
a morte como Deus Forte ( Mt 28.18; Cl 2.14,15 ); e cumpriu o plano
de Deus, o Pai, como servo ( Jo 17.4; Fp 2.7-11 ). As Escrituras
atribuem ao Senhor Jesus Cristo outros nomes, títulos e figuras:
Advogado ( I Jo 2.1 ), Alfa e Omega ( Ap 1.8; 22.13 ), Autor e
Consumador da Fé ( Hb 12.2 ), Bom Pastor ( Jo 10.14 ), Caminho e
Verdade ( Jo 14.6 ), Jesus Nazareno ( At 3.6 ), Leão da Tribo de
Judá e Raiz de David( Ap 5.5 ), Legislador, Juiz e Rei ( Is 33.22 ),
Lírio dos Vales e Rosa de Saron ( Ct 2.1 ),Luz do Mundo ( Jo 8.12 ),
Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da
Paz ( Is 9.6 ),Mediador ( I Tm 2.5 ), Messias ( Jo 4.25,26 ), Noiva
da Igreja ( Ap 19.7; 21.2,9 ), Nossa Páscoa , Nosso Precursor ( Hb
6.20 ), Palavra, Poderoso na Guerra, Porta, Príncipe da Vida, Rei
dos reis, Rei dos Judeus, Ressurreição e Vida, Rocha, Salvador,
Semente da Mulher, Senhor dos senhores, Sumo Sacerdote, Ultimo Adão,
Ungido de Deus, Unigênito, Videira Verdade; “ O qual e a imagem
do Deus invisível, o primogênito de toda a criação; porque nele
foram criadas todas as coisas que ha no céu e na terra, visíveis e
invisíveis,sejam tronos, sejam dominações, sejam principados, sejam
potestades: tudo foi criado por ele e para ele. Ele e antes de todas
as coisas, e todas as coisas subsistem por ele “(Cl 1.15-17). O
Filho de Deus possuía duas linhagens, a Vertical, do Céu (Lc 3.24-38
) e a Horizontal, terrena ( Mt 1.1-16 ). Cristo Jesus tinha
consciência da sua Deidade, Humanidade e Obra. Sua filiação esta
manifesta em três estágios: 1) Filho Amado, no Céu; 2) Filho Gerado,
na Encarnação; e, 3) Filho Glorificado, na ressurreição. Ele
prometeu e breve vira buscar Sua Igreja com Poder e Grande Gloria (
Jo 14.1-3; 1 Ts 4.13-18 ). “E sabemos que já o Filho de Deu e
vindo e nos deu entendimento para conhecermos o que e verdadeiro; e
no que e verdadeiro estamos, isto e, em seu Filho Jesus Cristo. Este
e o Verdadeiro Deus e a Vida Eterna. ” “ Digno es, Senhor, de
receber Gloria, e honra, e poder, porque tu criastes todas as
coisas, e por tua Vontade são e foram criadas ” ( 1 Jo 5.20; Ap
4.11 ). Amem!
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