O Desiquilibrio de um
Equilibrio
Rev.
Eronides DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro, pastor
da Igreja Pentecostal Betania. |
Estamos vivendo tempos de profundas especulações e perguntas
teológicas. Tempos difíceis. Sem dúvida alguma se fossemos
convidar pastores que viveram nas décadas de cinquenta e sessenta
para tomarem assentos nas reuniões convencionais atuais, ler
atentamente os livros que esboçam assuntos pentecostais do momento
e tomarem parte de comitês de evangelismo explosivo carismáticos
em nossas arenas, certamente veríamos um a um saírem de cabeça
baixa. Tempos trabalhosos! Mas a pergunta surge: o evangelho não é
o mesmo? Os tempos não são os mesmos? Os reinos da luz e das
trevas não são os mesmos? Sim, são! Mas os homens mudaram, e
mudaram para pior! Em ciência política como na teologia existem os
famosos três; naquela, os da direita, os da esquerda e os do
centro; nesta, as linhas de pensamento contemporânea, moderada, e
conservadora. A sagrada doutrina do dízimo não ficou fora deste
pêndulo. Aqueles que defendem a Linha de Pensamento
Conservadora (os formalistas), possivelmente temerosos de
perderem os membros de suas igrejas, ou denominações, afirmam que
o dízimo foi coisa do passado, coisa da Lei. Os que defendem a
Linha de Pensamento Contemporânea (os liberais), fugindo dos
princípios básicos da hermenêutica bíblica, afirmam ser o dízimo o
requisito da lei para manter minimamente o sustento sacerdotal.
Eles afirmam: “não estamos debaixo da lei e sim da graça, debaixo
da medida bem sacudida e bem recalcada.“ O dízimo
para eles é figurativo na quantia e na virtude: o dízimo pode ser
dez, vinte ou cinquenta por cento da receita, do tempo ou dos
talentos individuais, dependendo sempre quem seja o recipiente!
Entretanto, os que aceitam a Linha de Pensamento Moderada
(os fundamentalistas), entendem que a virtude do dízimo está na
fidelidade da sua contribuição e do seu valor biblicamente
estipulado. E sabem eles, que, sendo os crentes obedientes à
Palavra, Deus os fará prosperar materialmente e espiritualmente. E
desta prosperidade, ele dará livremente os dízimos sagrados e
contribuirá com as ofertas alçadas para o engrandecimento do Reino
de Deus e a propagação do Evangelho.
|
Dinheiro
Mbaxi
Cabral
Estados Unidos |
Angolano,
professor e diretor dos jovens. |
Moeda corrente; quantia; qualquer espécie de
numerário. É utilizado como uma medida por diferentes povos em troca
de algo de valor, para pagamento de bens adquiridos ou serviço
prestado. O livro de Gênesis afirma que do suor do nosso rosto
ganharíamos o pão, e, por conseguinte, o dinheiro é símbolo da
recompensa de nossa labuta diária. Entretanto, “o amor ao
dinheiro é a raiz de toda espécie de males; e nessa cobiça alguns se
desviaram da fé e se traspassaram a si mesmos” (Gn 3:19, 1Tm
6:10). Nos antigos tempos, as pessoas usavam a prata como forma
monetária, e o metal se tornou um fator importante no comércio
oriental. O valor da prata era determinado pelo seu peso (Gn 23.16;
1Cr 21.25). Com ela, tributos eram pagos pelas nações (1Rs 9.14) e
adoradores a traziam como oferta ao Templo de Jerusalém (1Cr 29.4).
A palavra dinheiro aparece no Antigo Testamento 112 vezes (KJV),
como tradução da palavra hebraica para prata. A Bíblia diz que do
Senhor é a terra e toda sua plenitude, e que o ouro e a prata são do
Senhor! (Ag 2.8) Quando Deus deu à Israel a terra de Canaã como sua
possessão e herança, era esperado que eles fossem os mordomos da
terra, e que cuidassem daquilo que Deus os confiou. Isto incluía
suas propriedades, bens, família, dinheiro e tudo que fosse de valor
(Ex 15.17-18; Lv 25.23). Portanto, tudo que nós recebemos vem do
Senhor, e Ele é que nos dá energia e força para trabalhar. Por esta
razão, devemos ser mordomos das nossas finanças, sabendo as
administrar. Existem três tipos de ensinamentos fundamentais sobre
os deveres do crente que podemos extrair do Velho Testamento acerca
das finanças: I. Dízimo: a décima parte do salário
que todo membro deve oferecer em sua igreja local (Dt 14.22,28);
II. Dízimo dos dízimos: concerne ao dízimo de todos os
ministros que trabalham a tempo integral na igreja e são sustentados
por ela (Nm 18.26); III. Oferta alçada: oferta
voluntária que cada pessoa põe à parte e oferece ao Senhor, segundo
a sua prosperidade, e que diz respeito a todo cristão (1Co 16.2; Nm
18.8,19). Este mandamento não só foi para o Velho Testamento, mas
Jesus o ensina também, quando diz aos fariseus: “Ai de vós,
escribas e fariseus, hipócritas! Pois que dizimais a hortelã, o
endro e o cominho, e desprezais o mais importante da lei, o juízo,
a misericórdia e a fé; deveis, porém, fazer estas coisas, e
não omitir aquelas” (Mt 23:23). É importante realçar que
como cristãos devemos ajudar uns aos outros, como descreve o doutor
Lucas, que a igreja tinha tudo em comum (At 2:44,45).
|