Uma Inquestionável Posição!
Rev. Eronides DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro, pastor,
professor, conferencista e articulista |
“Fiz-me
como fraco para os fracos, para ganhar os fracos. Fiz-me tudo pata
todos, para por todos os meios chegar a salvar alguns”
(1 Co 9.22). Como ser um homem ou uma mulher de inquestionável
posição no meio de uma geração incrédula e materialista? Um
obreiro cristão tem a solene tarefa de aprender ser um homem ou
mulher de Deus, de excelente valor e inequívoco testemunho, no
meio de uma multidão de sentidos e valores vãos, como a qual
convivemos, mas não conivemos! Nunca devemos protestar a Deus,
dizendo: se tão-somente estivéssemos num diferente lugar ou
posição, seria tudo mais fácil! O povo de Deus, apesar da sua
íntima e peculiar dificuldade, é povo ordinário, porém, que foi
feito extraordinário para uma extraordinária finalidade pelo
próprio Deus. A menos que tenhamos finalidades intelectualmente
corretas em nossas mentes e propósitos amoráveis em nossos
corações, estaremos correndo o risco iminente de nos desviarmos do
propósito ser útil a Deus. Nós não servimos ao Senhor pela nossa
própria escolha, mas foi ele mesmo que nos escolheu e nos elegeu:
“Sabei que o SENHOR é Deus; foi ele, e não nós, que nos fez
povo seu e ovelhas do seu pasto”. (Salmos 100.3);
“E sabemos que todas as coisas contribuem
juntamente para o bem daqueles que amam a Deus,
daqueles que são chamados por seu decreto”.
(Romanos 8.28). Algumas pessoas escolhem
deliberadamente ser trabalhadores do Evangelho, mas não possuem
nos seus objetivos a graça Divina e a virtude de sua Palavra — por
isso fracassam! O coração, a mente, e a alma inteiros de Paulo
foram consumidos com o propósito grande e nobre do Evangelho em
que Jesus veio anunciar, e nunca perdeu de vista esse objetivo:
“Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja alcançado; mas uma
coisa faço, e é que, esquecendo-me das coisas que atrás ficam e
avançando para as que estão diante de mim, prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus”. (Filipenses
3.14,15). Nas adversidades da vida, nós como obreiros da Grande
Seara, devemos sempre lembrar: “Não me escolhestes vós a mim,
mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis
fruto, e o vosso fruto permaneça, a fim de que tudo quanto em meu
nome pedirdes ao Pai ele vos conceda.” (João 15.16). Mantenha
estas palavras como uma forte lembrança em sua teologia: não foi
você que se chegou a Deus, mas foi ele que lhe alcançou com sua
divina graça! Até hoje, meu caro irmão minha cara irmã, ele não se
esqueceu nem se cansou de nós, muito pelo contrário, segue,
arduamente, trabalhando em nós, até que o vaso sirva de honra em
sua casa, no seu Reino! Não arrisque ser um trabalhador do
Evangelho, mas uma vez que Deus colocou a chamada sobre seus
ombros, sofra para que nunca se desvie “de todas as palavras
que hoje te ordeno, nem para a direita nem para a esquerda...”
(Deuteronômio 28.14). Contemple neste mundo perverso, que foi de
lá que Deus lhe tirou, e fez de você o que agora neste momento é —
uma nobre pessoa numa inquestionável posição neste mundo! Deixe-o
ser o Oleiro, e permita você mesmo ser o vaso!
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Tricotomia
Manuela
Barros
Estados Unidos |
Brasileira, professora,
Tesoureira da Igreja |
A dissociação linguística da palavra tricotomia revela sua
significação: divisão em três partes. Foi assim que aprouve a Deus
à sua semelhança, criar o homem. Um Deus trino criou um homem triuno
— espírito (em heb. rüah; em grego pneuma),
alma (em heb. nephesh; em grego psyche) e corpo
( grego sõma) (1
Ts 5.23). Estas três divisões se diferenciam em natureza e
funcionalidade uma da outra, ainda que estejam interligadas entre
si. Com o seu corpo o homem é perfeitamente capaz de se comunicar
com o mundo físico exterior que o cerca, nomeadamente através de
seus cinco sentidos (audição, olfato, tato, paladar e visão).
Através da alma o homem sente impulsos advindos de ambos corpo e
espírito; é através dela que ele se alegra ou entristece, provoca
sentimentos ou reações psicológicas (Sl 42.11). O espírito do homem
como o nome já sugere é de natureza espiritual, portanto mesma
natureza da divindade. Como fatal consequência do pecado o homem
passou a ser vitimado pela morte: física, através da deterioração de
seu corpo e espiritual, uma vez que o espírito de Deus se separou do
espírito do homem. Mas para o autor da criação não há
impossibilidade quanto à redenção do ser total humano. O espírito é
automaticamente regenerado pela presença do próprio Espírito Santo
quando no ato da conversão. A alma do homem é atingida pela Palavra
de Deus e caminha paralela ao espírito que recebeu a santificação
imediata (hagios), e é pela Palavra mantida em santificação
até o dia da regeneração total do homem ( Hb 4.12;
1
Tm 4.5). A alma é portanto o elemento volitivo que determinará a
salvação ou perdição do homem “A alma que pecar, essa morrerá”
(Ez 18.20). Finalmente o corpo que é o último a ser atingido pela
regeneração a obterá quando for glorificado, revestido da
incorruptibilidade, no momento da ressurreição (
1
Co 15.50-54). |