Fort Lauderdale, Flórida, 02 de Novembro de 2003 Ano XI  Lição Nº 44


 

Nosso Mundo de Abstracismo!

Rev. Eronides DaSilva   Estados Unidos

Brasileiro, pastor, professor, conferencista e articulista

  

“Jesus tomou consigo a Pedro, a Tiago, e a João, e os levou sós, em particular, a um alto monte; e transfigurou-se diante deles”. (Marcos 9.2). Vivemos, respiramos e sonhamos num mundo de ilusões! Alguém já chegou a afirmar que sonhar faz bem, e afirmo, faz, pois faz parte do mundo abstrato em que vivemos e nos movemos. Na odisséia vivida pelos discípulos no Monte Tabor, não foi tão diferente: eles optaram pelo abstracismo do monte do que pelo pragmatismo do vale! Sonharam demais: “Mestre, bom é que nós estejamos aqui, e façamos três cabanas, um para ti, outra para Moisés, e outra para Elias” (Marcos 9.5). Esse lirismo ocorre em nossas vidas, quando passamos por momentos de êxtase e singular felicidade. Não queremos sair dali! Em 1987, quando estive em Israel gravando a programação para o Renascer — programa televisivo evangélico para a comunidade Portuguesa, durante o meu ministério em Montreal, Canadá — senti o mesmo sintoma. Não queria sair de lá! O ar fresco, as memórias eterna da visita do Mestre àquele lugar, o sussurro de Cana, em fim, estávamos fora do atropelo do mercado árabe, do zig-zag dos turistas e das brigadas israelitas! E, assim é, muito de nós, obreiros leigos ou experimentados, têm passado tempos formidáveis na presença do Senhor, e em hipótese nenhuma queremos sair de onde ele nos levou. É muito salutar, é muito bom estar com ele! Mas a ironia chega a seu destino, quando Deus nunca permite que fiquemos lá. Somos provados em nossa vida cristã quando temos que descer, e experimentamos de que o poder de Deus é manifestado em nossas vidas quando renunciamos o nosso monte. Oh quão difícil é! Lembro-me fresco, tínhamos terminado o magnífico Seminário Pleno de Evangelização, em Angola (o SEP é uma escola bíblica intensiva do Sepoangol), onde a glória de Deus foi manifestada em todos os momentos daqueles inesquecíveis onze meses. No regresso, fizemos um escala em Bruxelas, e no período de espera do próximo avião para Nova Iorque, fomos tomar um rápido lanche ocidental, do qual tínhamos saudade. Por lapso de minutos percebemos que a nossa pasta de mão, contendo algum dinheiro e a maioria das passagens, tinha sido roubada. Após angariarmos uma quantia para compra de algumas passagens de trem de Bruxelas para Lisboa, despedimos a família Rodrigues com lágrimas na alma. O frio, a fome, e estrangeiros naquela terra, fizeram nossos olhares se voltarem para o nosso saudoso monte — Angola, e as lágrimas desceram copiosas sobre as nossas faces magras e gélidas. Foi difícil, confesso, descer daquele monte. Foi muito forte! Entretanto, aprendi uma inesquecível lição: necessitamos de energia para subirmos ao nosso monte, mas muito mais carecemos para vencermos a inércia da descida e enfrentar os confrontos que nos esperam no seu sapé. Aleluia! É muito gratificante ficar no monte, mas se não descermos, nunca um prisioneiro de satanás será liberto, nunca outro seminário será realizado, nunca outros povos ouvirão de Cristo! Necessitamos descer, é compulsório! Amados, não fomos chamados pelo Senhor para vivermos petrificados em nossos formosos montes, em nossos pôr-do-sol, em nossos infindos e coloridos horizontes! Ele nos chamou para sentimos o aroma ameno dos nossos vales; para presenciarmos as vitórias extraordinárias do nosso dia-a-dia; e para que a nossa histamina e nossa energia espiritual sejam provadas como ouro no crisol. É bem verdade que o nosso “Monte Tabor“ é bom e momentaneamente indispensável para as nossas vidas. Nele, somos perdoados, reanimados e  fortalecidos pelo Espírito Santo. Entretanto, temos de deixar o nosso mundo de abstracismo, e descer com graça e transbordante amor pelos perdidos que jazem no vale deste mundo — “E Jesus disse-lhe: Se tu podes crer; tudo é possível ao que crê. E logo o pai do menino, clamando, com lágrimas, disse: Eu creio, Senhor; (Marcos 9.23-24)!

Corpo Humano

Neuza Rocha Estados Unidos

Brasileira,  professora e seminarista.

 

A teoria da evolução, ensinada a nível escolar, insinua que o homem originalmente pertencia a uma classe inferior e foi progressivamente ascendendo até tornar-se o homo sapiens — ser desenvolvido, o homem total de hoje. Entretanto, as Escrituras Sagradas, assim como a descomprometida ciência, afirma ser o homem uma classe distinta, separada de todas as demais, espécie humana, com natureza própria, dotada de personalidade e de constituição físico, psíquico e espiritual. “E disse Deus: façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança” (Gênesis 1.26). O homem foi criado do pó da terra — adamah, tendo sua forma arquiteta desenvolvida pela mente eternamente sábia do soberano Deus, que, depois do extraordinário engenho, afirmou: “E viu Deus tudo quanto tinha feito, e eis que era muito bom” (Gênesis 1.31). A formação do seu corpo faz pasmar o mais leigo aluno de anatomia! Consistindo de ferro, ouro, cobre, fósforo, açúcar, sal e cálcio, revela o engenho mais perfeito da criação. Com 263 ossos, 600 músculos, 1.800 quilômetros de vasos sangüíneos, vinte mil pêlos no sistema auditivo e com um coração que pulsa 4.200 vezes por dia, deixam, sem dúvida alguma, médicos, professores, advogados, teólogos, engenheiros e leigos em geral estupefatos! Numa sagrada metáfora a Bíblia Sagrada apresenta a Igreja como corpo de Cristo (1 Co 12.12); desenvolvendo a idéia do corpo como forma essencial de expressão pessoal. O uso neo-testamentário do vocábulo corpo, mantém o mesmo significado no hebraico, ainda que Paulo empregue a expressão "corpo do pecado" como termo teológico paralelo à carne. Para o ser humano total, temos no Novo Testamento a distinção clara entre corpo, alma, e espírito (Mt 10.28; 1 Ts 5.23; Tg 2.26).  O nosso corpo é de fato propriedade de Cristo (1 Co 6.15), por uma união espiritual com ele, o qual deve ser instrumento para o seu uso, e habitação do Espírito Santo (1 Co 6.19). O ser humano é tricotômico, e não pode  perder sua identidade total. Numa analogia, se o corpo peca o espírito morre, se o espírito se alegra o corpo se aformoseia. O código genético do homem lega a cada átomo do indivíduo uma identidade, assim como o DNA de cada pessoa não confunde com outra, preparando o cristão para o mistério da ressurreição.  O nosso corpo não pode ser vilipendiado, mutilado, corrompido ou destruído por nós, pois somos uma propriedade particular de Deus, ele nos comprou, e tanto a parte física como o espiritual deve estar preparado e conservado para o dia da redenção.

A MORDOMIA DO CORPO

Rev. Eronides DaSilva Estados Unidos

Brasileiro, pastor, professor, conferencista e articulista.

 

Texto Áureo da Lição

 “Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo que  habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos”        (1 Co 6.19).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: NÍVEA LUZ, número 91 da Harpa Cristã.

 
1.  A ORIGEM DO CORPO
A sua origem histórica — origem comum: At 17.26.
A sua origem filológica — língua comum: At 2.8.
A sua origem psicológica — essência comum: Fp 4.8.
2. A CONSERVAÇÃO DO CORPO
Porque ele é a coroa da criação: Gn 1.27,28; At 17.26.
Porque ele é a imagem do Criador: Gn 1.26; 1 Co 15.46-48.
 Porque ele é templo do Espírito: 1 Co 3.16-17; 6.19; At 7.48.
3. A MUTILAÇÃO DO CORPO
Sua fisiologia deteriorada: 1 Co 5.12-16; Rm 1.25-28.
Seus sentidos deteriorados: 2 Pe 2.14; Ef 5.18; 1 Tm 2.8.
Sua anatomia deteriorada: Lv 1.19; 1 Pe 3.3; Pv 23.29.

Texto da Lição:

1 Coríntios 6.12-20

12
Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.
13
Os manjares são para o ventre, e o ventre, para os manjares; Deus, porém, aniquilará tanto um como os outros. Mas o corpo não é para a prostituição, senão para o Senhor, e o Senhor para o corpo.
14
Ora, Deus, que também ressuscitou o Senhor, nos ressuscitará a nós pelo seu poder.
15
Não sabeis vós que os vossos corpos são membros de Cristo? Tomarei, pois, os membros de
Cristo e fá-los-ei membros de uma meretriz? Não, por certo.
16
Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne.
17
Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito.
18
Fugi da prostituição. Todo pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo.
19
Ou não sabeis que o nosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos?
20
Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.

(ARC)