deste ninguÉm escapa!
Pr.
Robinson
Brasil |
Brasileiro, pastor, escritor e
articulista. |
O que a avareza, a luxúria, a ira, a gula, a inveja e a preguiça
têm em comum? Se você respondeu: "são os sete pecados capitais",
sua resposta está parcialmente certa. São pecados capitais, mas
falta aquele que está na raiz de todos: o orgulho. Esta
classificação de pecados capitais e veniais é da teologia
católica-romana, e embora não seja aceita pelos meios
protestantes, explicita a verdade de que há transgressões que são
mais sérias do que outras, seja pelas conseqüências que provocam
ou por quem atingem. O orgulho encontra-se no limite entre o
exercício saudável do que Deus nos dá e as falsas sensações que
podemos ter. Por exemplo, o orgulho está intimamente relacionado
ao exercício do poder e à falsa sensação de onipotência. O
exercício do poder em suas múltiplas formas (liderança, domínio,
avanço tecnológico, criatividade, etc) é mais do que desejável. O
mandato cultural dado por Deus ao homem é o de transformar a
natureza, respeitando-a e protegendo-a contra abusos, num
desenvolvimento sustentável. Assim também deve ser a organização
social e política que, deveriam usar o bem público para o
benefício de todos. Infelizmente, nem sempre é isto que se vê, com
a natureza ou com a sociedade humana. Há uma falsa sensação de
onipotência, cujo remédio é a consciência da prestação de contas,
seja aos homens ou diante de um Deus santo e justo. O orgulho
também está intimamente relacionado ao exercício da liberdade e à
falsa sensação de independência. O exercício multifacetado da
liberdade (de ir e vir, de expressar-se, de culto, de divergir, de
escolher etc) é tão fundamental, quanto inquestionável. A
liberdade humana é uma necessidade que faz parte do nosso ser. A
perda dela sempre traz terríveis conseqüências e deveria acontecer
apenas quando infringimos a liberdade do outro. Neste caso, a
minha liberdade termina quando começa a do outro. Paradoxalmente,
a liberdade excreta uma toxina relacional chamada independência
que em ambiente propício dá cria ao individualismo, ao hedonismo,
ao egoísmo etc. Ser livre não é sinônimo de ser independente,
porque independência de tudo ou todos é uma utopia malévola.
Depender de outros, consciente e intencionalmente, é o tratamento
para nosso ensimesmamento. Finalmente, o orgulho está
intimamente relacionado ao exercício da justiça e à falsa sensação
de perfeição. O senso de bem e mal, embora seja culturalmente
transmitido e mensurado, é universal ao ser humano, trazendo-o
para uma categoria sobre-animal. O prazer de organização, de
justiça, de igualdade e de todas as outras virtudes correlatas é o
que nos humaniza. É bom ser moral e desejar o que é certo, o que é
justo, mesmo que isto soe ultrapassado em dias de nova moralidade
e relativismo ético. Lamentavelmente, o senso moral é confundido
com falso moralismo, perfeccionismo, hipocrisia, farisaísmo etc.
Ser moral não é ser perfeito. É o equilíbrio entre o que você
gostaria de ser sempre e o que você normalmente é, conectados pelo
oponente do orgulho: a humildade.
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AMOR
Delmy Ochoa
Estados Unidos |
Hondurenha, professora,
seminarista e membro da Diretoria da Igreja. |
Amor é a expressão de afeto mais profunda e possível entre as
pessoas. É o interesse e busca do melhor para outra pessoa sem
querer nada em troca (Gl 6.10). O amor é a chave de todo
relacionamento ou vínculo perfeito (Cl 3.14), e é um dos componentes
do fruto do Espirito (Gl 5.22). Existem três tipos de amor: 1º
Ágape – o amor Divino: O amor puro e divino, que é a expressão
mais elevada e nobre, o amor de Deus (1Jo 4.16). Este envolve
misericórdia (Ef 2.4,5); graça (Tt 2.11); e bondade (Sl 118.1).
Aquele que é eterno (Jr 31.3), entregou ao seu próprio Filho para
salvar o mundo (Jo 3.16). Esta é a grande prova do amor de Deus para
com o homem – que Cristo morreu quando o homem era seu inimigo (Rm
5.8). Um amor ilimitável, perfeito de Deus Pai (1Jo 4.8-10), Deus
Filho (Ef 3.19; 5.2) e Deus Espírito Santo (Rm 15.30), no qual não
há temor, que excede a todo entendimento e cobre todas as
falhas. 2º Fileu – o amor Fraternal: Amor
mútuo, não fingido, que é exercitado na convivência dos irmãos, e
que espelha a relação humana ideal e genuína (1Pe 2.22; Rm 12.9,10).
É também um dever do crente (Hb 13.1) e um amor demonstrado entre
amigos (1Sm 18.3), pais e filhos (Ef 6.1,2). Se deve amar como a
Palavra de Deus ensina – a Deus com todo o coração, alma e mente (Mt
22.37); ao próximo como a nós mesmos (Mt 22.39; Jo 15.12,13); e aos
inimigos (Mt 5.44). 3º Eros – o amor Conjugal: Amor entre o
esposo e esposa – “Assim como Jesus amou a Igreja e se entregou
por ela” (Ef 5.25; Ct 2.10). A prática deste amor que também se
encontra por meio de Jesus Cristo, produz a unidade entre duas
pessoas, fazendo-lhes honrar uma a outra. Apesar do diabo tentar
corromper o amor, podemos vivê-lo em todas as suas dimensões à luz
das Sagradas Escrituras. Paulo exorta: “Com toda a humildade e
mansidão, com longanimidade, suportando-vos uns aos outros em amor”
(Ef 4.2).
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