A oração dos Santos
Ezequias
Amancio Marins
Brasil |
Brasileiro,
pastor, professor e articulista. |
"Logo que tomou o livro, os quatro seres viventes e os vinte e
quatro anciãos prostraram-se diante do Cordeiro, tendo cada um
deles uma harpa e taças de ouro cheias de incenso, que são as
orações dos santos".
(Apocalípse 5.8). Quando adolescente era aficionado em um grupo de
rock gospel de nome "Rebanhão", e eles tinham uma música que uma
das estrofes era assim: "este mundo está virado do avesso, ninguém
sabe onde é o fim e o começo...". Hoje me lembro dessa letra como
uma constatação de que, de fato, o mundo está completamente
perdido em seu próprio eixo, o que estarrece a humanidade, e deixa
todos nós pensativos e perguntando ao mesmo tempo: "alguém está no
controle disso tudo?". O livro de Apocalípse de João fôra escrito
em um contexto de perseguição. Era imperador de Roma um o
sanguinário Domiciano. Ele, pelo que consta alguns historiadores,
"banhou Roma com o sangue dos cristãos". Ao perceber o contexto
histórico fica mais fácil compreender porque o livro de Apocalípse
capricha tanto em símbolos, analogias e alegorias para comunicar
sua mensagem. Os "quatro seres viventes" são no pensamento
bíblico, segundo a tradição profética, os guardiões dos céus. Eles
são representados pelas figuras do leão (força), do boi (serviço),
do homem (inteligência) e da águia (visão). Já os "vinte e quatro
anciãos" são os representantes das duas tradições históricas
ligadas ao cristianismo (os doze patriarcas somados aos doze
apóstolos). Enfim, são referências de que Jesus foi o cumprimento
de todas as expectativas dos homens nos mais variados momentos
históricos da humanidade. E no texto vemos que tanto os "quatro
seres viventes" quanto os "vinte e quatro anciãos" estavam
prostrados diante do Cordeiro. Isso indica que de fato, todo o céu
está a disposição de comando de Jesus. Quando Jesus orou por mim e
por você em João 17, todo o contingente celestial assumiu a
responsabilidade de zelar por cada um de nós. E isso se torna
ainda mais verdadeiro, quando percebemos que além do louvor que
cada criatura celeste entoava ao Cordeiro, eles tinham nas mãos
uma taça de ouro "cheias das orações dos santos". Os céus levam
bastante a sério suas orações. Não é a toa que as taças não são de
prata, ou de bronze, ou de lata, elas são de "ouro". As orações
dos homens são recebidas por Deus, e todo o contingente celestial
recolhe nossas preces e as tem como preciosas. Não há lata de lixo
no céu para jogar fora nossos pedidos e clamores, Deus e os seus
anjos recolhe cada uma de nossas petições e à seu tempo nos
atende. Não se deve orar apenas por "desencargo de consciência",
como que para expressar uma obrigação religiosa. Se deve orar na
certeza de que o Deus a quem servimos está de ouvidos atentos ao
nosso clamor. Tenho aprendido vários princípios a respeito da
oração, alguns deles são: quando o natural do homem falha, o
sobrenatural de Deus se estabelece; ainda, o tempo cronológico
nunca foi e nunca será problema para Deus; e por último, nunca
haverá grilhões fortes o bastante para impedir a atuação de Deus
nas vidas dos seus filhos amados. É desejo de Deus assumir para si
os seus sonhos e projetos pessoais. Com isso, ele recolherá, na
companhia dos "quatro seres viventes" e dos "vinte e quatro
anciãos", essas suas orações, e ao colocá-las em "taças de ouro",
darão a todas elas um "encaminhamento de graça." Afinal de contas
como disse Eugene O’Neil: "o homem nasceu quebrado. Ele vive se
consertando. A graça de Deus é a cola". Agora, um apelo ao seu
coração: deixe Deus trabalhar em seus sonhos! Não o atrapalhe com
o seu "achismo" ou com a sua pressa obstinada. Deixe Deus ser Deus
na sua vida. Uma vez entregando suas orações e petições, confie.
Pura e simplesmente, confie. Mesmo que o mundo lhe pareça do
avesso, creia que Jesus é o único que pode mudar a sua história.
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Sofrimento
Dorcas
Copque
U.S.A. |
Brasileira, professora e membro da Diretoria. |
Existem vários tipos de sofrimentos. Sofremos
materialmemte quando perdemos algo que nos era de
muito valor; sofremos nos nossos sentimentos quando
perdemos alguém que amamos; ou mesmo espiritualmente
quando lutamos pela causa do Senhor. Sabemos que o
sofrimento entrou no mundo pelo pecado de um homem:
Adão (Gn 3.16,17). Porém nem sempre a origem do
sofrimento do homem é o pecado original; muitas
vezes trata-se da tentação maligna permitida por
Deus na vida do crente, sem dúvida dando-lhe também
o escape (1
Co 10.13). Pode também ser o instrumento
de provação de Deus para com o crente. Nada que o
Senhor permita os seus passarem ou sofrerem é sem
razão. Os frutos advindos do sofrimento permitido
por Deus são de peso eterno: fé, autoridade,
maturidade, fortaleza entre outros. Mas de qualquer
modo o nosso Deus não está alheio ao nosso
sofrimento seja ele qual for, por isso nos enviou a
Jesus. Este veio ao mundo para sofrer por nós; viveu
como nós vivemos e sabe exatamente o que passamos (Fp
2.6-11). O mais seguro de tudo isto, é saber
que todo sofrimento um dia terá seu fim. E será este
dia o mais maravilhoso para a vida de todo aquele
que tem segurança no seu coração das promessas do
nosso Senhor, que um dia voltará (1
Ts 4.16-18).
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