Fort Lauderdale, Flórida, 29 de Dezembro de 2002 Ano X  Lição Nº 52


 

NÃO ESTEJAMOS SOLITÁRIOS

Rev. Ézio Martins Lima Brasil

Brasileiro, pastor, professor e articulista.

"Não consigo dormir; pareço um pássaro solitário no telhado." ( Salmo 102:7 ). A solidão é uma visita indesejável. Ela entra sem pedir licença e incomoda sobremaneira. Quando, então, a solidão deixa de ser visita e se torna uma companhia constante, o coração parece chorar o sofrimento mais difícil de se suportar: aquele que se sofre sozinho. Quando, voluntariamente, decidimos visitar a solidão, ela se transforma em solitude. Solitude é estar só, mas não solitário. É estar só, mas com plena capacidade de estar em comunhão consigo mesmo e com Deus. Quem não consegue estar em solitude possivelmente sofrerá o terrível mal da solidão. E a pior tragédia que acomete aos solitários é o sentimento de vazio interior. Quando estamos vazios de sentido, quando perdemos o norte, a direção, então a solidão invade totalmente nosso ser e, por isso, entramos na crise da existência. A dor que lateja no coração solitário é a dor de estar desacompanhado de si mesmo. É sentir-se perdido dentro de si mesmo. Solidão existencial é a crise do ser humano diante de si mesmo. É a nossa incapacidade de lidar com aquilo que nos é peculiar. Caímos enfermos quando somos acometidos de solidão justamente porque a solidão é a presença da ausência, e sentir-se ausente de si mesmo leva o ser humano a crises cujas conseqüências são desastrosas. A solidão pode acometer-nos quando somos tolhidos da presença daquilo que mais amamos. Quando perdemos a presença daquilo a que damos o nome de "sentido da nossa vida", então a solidão invade e nos domina.  Quando perdemos as coisas e as pessoas, ou sentimos a ausência das coisas e das pessoas que amamos, então o nome perde o sentido por não encontrar o referencial do que é significado. O significante sem o significado torna-se, portanto, vazio. É aí que entra a solidão! É que a solidão é visita que só se faz companhia quando encontra uma casa vazia. A solidão, por isso, tem um aspecto extremamente positivo. Mostra-nos o desajuste no qual nos encontramos por não ter a presença daquilo ao que damos o nome de essencial. Resolver o problema da solidão, portanto, sugere ou que tenhamos aquilo que desejamos, ou que mudemos os nomes que previamente já programamos dentro de nós como essencial para nós. O segundo passo, claro, é  bem mais complexo, contudo pode ser o melhor caminho se o primeiro for inviável, haja vista que geralmente os solitários crônicos não sabem o real motivo da sua solidão. Dizem: "sinto-me sozinho, mas não sei o porquê." Ora, se não se sabe "o porquê", talvez seja por ele não existir mesmo. Alguns teóricos denominam isso de "solidão essencial." A cura para solidão essencial é dar sentido à existência. Damos sentido à existência quando reconhecemos que precisamos buscar a presença que nunca se faz ausente. Ora, não podemos dizer isso em relação às coisas e nem às pessoas, já que coisas podem ser perdidas, roubadas, quebradas, destruídas. As pessoas podem nos abandonar, rejeitar, trair. A Presença, portanto, que nunca se faz ausência é aquela que só podemos encontrar em Deus, na pessoa de seu Filho Jesus Cristo, que disse aos seus discípulos: "eis que estou convosco todos os dias até a consumação dos séculos." Note, ele não disse estarei, estaria ou estive, ele disse: ESTOU!

 

Provação

Mbaxi Cabral U.S.A.

Angolano, professor e músico.

De conformidade com o dicionário de Língua Portuguesa, o substantivo feminino em questão é proveniente do Latim “probatióne que quer dizer: demonstrar com provas; testemunhar; submeter a prova; ensaiar; patentear; degustar para apreciar o estado ou o sabor de algo; padecer; e experimentar. A palavra provação é mencionada nas Escrituras Sagradas no sentido de testar e examinar. É importante realçar que a palavra “provação“ não é sinônimo de “tentação, porque a provação é proveniente de Deus e a tentação é proveniente do diabo. Fazendo uma analogia do tema em questão, podemos observar que todo o ser humano em sua vida quotidiana é provado para que seja aprovado, com o objetivo de adquirir maturidade. Por exemplo: Toda criança vai para uma escola primaria para aprender a ler e a escrever. A medida que ela passa de um nível para outro, ela aprende a informação básica para entender o próximo nível, isto falando sobre o conhecimento educacional. Mas a maturidade é adquirida pelo ser humano de conformidade com a experiência diária, passando por diferentes testes que as circunstâncias da vida lhe oferecem. Da mesma maneira, todo o cristão é provado para que seja aprovado, com o objetivo de que a sua fé seja provada e conseqüentemente aprovada por Deus, para aquisição de madurez espiritual. Este fato foi vivenciado por muitos homens de Deus relatados na Velha Aliança, nomeadamente: que era um homem temente ao Senhor, perdeu tudo que tinha, até mesmo sua saúde, mas não negou ao Seu Deus (Jó 13:15); Abraão que saiu da sua terra e da sua parentela sem saber para onde ia mas obedeceu sem questionar (Gn 12: 1-20); aceitando o desafio de oferecer seu filho Isaac em sacrifício, confiando que o Deus que ele servia, proveria o cordeiro em lugar de seu filho (Gn 22:7,8). Na Nova Aliança encontra-se uma lição de edificação, na vida de Pedro que era um autentico pescador. Entretanto, a Bíblia Sagrada narra que após o apóstolo Pedro e seus companheiros terem pescado a noite inteira sem conseguir apanhar nenhum peixe; ele passou na prova da obediência quando Cristo disse: “Lança a rede para outra banda do barco” (Lc 5:4,5). Em síntese, não existe crente maduro que não passe pela prova de Deus e que não vença a tentação do mundo, do inimigo e até mesmo da sua própria carne; porque a tribulação produz paciência até que o Senhor providencie o escape, e a provação produz madurez espiritual (II Tm 2:15).

A MAIOR PROVA DE ABRAÃO

Neuza Rocha U.S.A.

Brasileira, professora e seminarista.

Texto Áureo da Lição

“Pela fé ofereceu Abraão a Isaque quando foi provado” (Hebreus 11.17).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: ABRAÃO E SEU SACRIFICIO 380 da Harpa Cristã.

 

1.  Oferecer o filho da promessa  
Confiança que Deus cumpre suas promessas: Gn 21.1,2; Nm 23.19; Tt 1.2,3; 2Pe 3.9
Confiança que Deus irá prover o cordeiro: Gn 22.8; Hb 11.17; Jo 1.29
Confiança que Deus tem maior recompensa: Gn 22.16,17; 1Co 2.9; Cl 3.23,24
2.  Exemplo de uma firme determinação e fé
Não questionou: Gn 22.3,7; Jó 1.21,22; Rt 1.16
 Não duvidou: Gn 22.8; Hb 10.22,23; 2Tm 1.12
 Obedeceu: Gn 22.3,18; 6.8,9; Dn 1.8,9; Mc 14.36; At 1.4
3.  A necessidade das provas na vida cristã
Amadurecimento espiritual: Hb 10.36; Tg 1.12; 1Pe 4.12,13
Crescimento da fé: 1Pe 1.7; Tg 1.3,4; Jó 23.10
Maior dependência do Senhor: Dt 8.15,16; Dn 6.26,27; Jó 19.25-27

Texto da Lição:

Gênesis 22.1-3, 6-13

 Gn 21.1 E aconteceu, depois destas coisas, que tentou Deus a Abraão e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
2 E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá; e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi.
3 Então, se levantou Abraão pela manhã, de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque, seu filho; e fendeu lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.
6 E tomou Abraão a lenha do holocausto e pô-la sobre Isaque, seu filho; e ele tomou o fogo e o cutelo na sua mão. E foram ambos juntos.
7 Então, falou Isaque a Abraão, seu pai, e disse: Meu pai! E ele disse: Eis-me aqui, meu filho! E ele disse: Eis aqui o fogo e a lenha, mas onde está o cordeiro para o holocausto?
8 E disse Abraão: Deus proverá para si o cordeiro para o holocausto, meu filho. Assim, caminharam ambos juntos.
9 E vieram ao lugar que Deus lhes dissera, e edificou Abraão ali um altar, e pôs em ordem a lenha, e amarrou a Isaque, seu filho, e deitou-o sobre o altar em cima da lenha.
10 E estendeu Abraão a sua mão e tomou o cutelo para imolar o seu filho.
11 Mas o Anjo do SENHOR lhe bradou desde os céus e disse: Abraão, Abraão! E ele disse: Eis-me aqui.
12 Então, disse: Não estendas a tua mão sobre o moço e não lhe faças nada; porquanto agora sei que temes a Deus e não me negaste o teu filho, o teu único.
13 Então, levantou Abraão os seus olhos e olhou, e eis um carneiro detrás dele, travado pelas suas pontas num mato; e foi Abraão, e tomou o carneiro, e ofereceu-o em holocausto, em lugar de seu filho.


(ARC)