Fort Lauderdale, Flórida, 22 de Dezembro de 2002 Ano X  Lição Nº 51


 

O Relógio de Jesus

Rev. Jose Kleber Calixto Brasil

Brasileiro, pastor, professor e articulista.

“Já se fazia escuro e Jesus ainda não viera ter com eles” (João, 6.17b) AINDA – com essa palavra, João parece denunciar o ambiente de inquietação que se instalava entre os discípulos no meio do mar. Por mais que eles relutassem em tecer tais conjecturas, as altas ondas, o rijo vento, o barco afundando, a hora avançada, as forças mitigadas, o negrume da noite, todas as coisas pareciam apontar para um “atraso” divino, uma dessincronia entre a ação de Deus e as necessidades humanas, uma distração de Deus em face ao desespero humano. Diz o texto que, naquele momento de medo, pânico, perplexidade, e de total incapacidade de não atribuir a Deus a falibilidade humana, Jesus vem andando por sobre as águas e o Seu relógio marcava a quarta vigília da noite. Teria Deus perdido a hora? Dormido no ponto? Havia o relógio divino trabalhado descompensado com a hora do nosso sofrimento? Teria Ele abdicado do compromisso radical que tem com as nossas vidas? Não! Diz o texto enfaticamente: Ele veio na quarta vigília da noite. Por que? Porque é na quarta vigília que a noite se faz mais escura, as ondas mais revoltas e os ventos mais rijos em razão da proximidade do nascer do sol (o texto atesta esse fenômeno quando diz que neste período eles remavam com dificuldade porque “o vento lhes era totalmente contrário”). Como sempre, o relógio de Jesus estava rigorosamente pontual. Veio quando a escuridão era mais densa, as ondas mais encapeladas e os ventos totalmente contrários. O relógio de Jesus é assim: sincronizado com o nosso sofrimento e as nossas dores. Jamais chega atrasado em nossa vida para a manifestação de Sua graça e de Sua misericórdia. Jamais posterga o milagre esperado. Ele sempre aparece quando a noite se faz mais escura e os ventos são totalmente contrários.  Talvez, muitos de nós estejamos, hoje, vivendo essa “síndrome do ainda”. Uma terrível sensação de que Deus perdeu a hora, Deus perdeu o bonde da história de nossa vida; um Deus atrasado em cumprir as Suas promessas. Talvez, muitos de nós estejamos nutrindo em nossas vidas essa idéia de um Deus distraído e incapaz de manifestar a Sua graça no tempo certo de nossos sofrimentos. Precisamos entender isto: o Relógio de Jesus nunca falha. Ele Sempre aparece. Quando as trevas forem mais densas, as ondas mais revoltas e se fizer a “quarta vigília da noite”, louvemos e cantemos ao Senhor. Porque está vindo ao nosso encontro. Creiamos nisto.

 

Ismael

Vania DaSilva U.S.A.

Brasileira,  missionária, professora e secretária da Igreja.

Filho de Abraão com Agar, serva egípcia de Sara. O nome de Ismael quer dizer: Deus escuta (Gn 16.11), e este tornou-se o progenitor de todos os povos ismaelitas – árabes. Ismael nasceu quando Abraão tinha 86 anos, após 10 anos de viver em Canaã (Gn 16.3). Abraão aos 75 anos de idade havia recebido uma promessa da parte de Deus que haveria de ter um filho dos seus lombos. Dez anos passaram, e Sara instigou a Abraão a tomar sua serva e ter filho por ela. Ouvindo esta palavra humana, e de frente as impossibilidades físicas de sua esposa, Abraão assim o fez e Agar concebeu. Esta decisão impensada e sem a direção de Deus, trouxe grandes e trágicas consequências para Abraão e sua posteridade, até os nossos dias. Quando a circuncisão foi instituída por Deus, Ismael tinha 13 anos de idade, e a Bíblia relata que Abraão, Ismael e todos os servos varões de sua casa foram circuncidados no mesmo dia (Gn 17.25). Neste mesmo ano, o anjo do Senhor aparece a Abraão confirmando de que no ano próximo Sara haveria de dar luz à um filho. Quando Isaque nasceu, Ismael tinha 14 anos de idade, e na festa de sua apresentação, Ismael zomba de Isaque (Gn 21.9,10). Este comportamento de Ismael pareceu mal aos olhos de Sara, e em consequência, ela pede a Abraão que expulse a Ismael e Agar de sua casa. Esta atitude deixou Abraão penoso, no entanto, o Senhor disse-lhe que ouvisse a voz de Sara, pois o filho da escrava não iria herdar junto ao filho da promessa (Gn 21.12). Agar sai errante pelo deserto de Berseba juntamente com Ismael, a ponto de quase morrer de sede, porém o anjo apareceu à ela, e mostrou-lhe uma fonte de água que trouxe a salvação para ambos (Gn 21.14-21). Partindo dali, Agar e Ismael se dirigiram ao deserto de Parã, ao sul de Canaã, onde a Bíblia relata que Ismael cresceu, se fortaleceu e tornou-se frecheiro (Gn 21.21). Agar tomou para Ismael uma esposa egípcia, a qual lhe gerou 12 príncipes. Segundo a promessa de Deus a Abraão, Ismael também seria uma nação, pois era semente dele (Gn 21.13; 25.12-16). Os descendentes de Ismael, ou os ismaelitas, habitaram no norte da Arábia, entre Havilá, Egito e Eufrates, e eram tribos nômades (Gn 25.18). Os irmãos de José, o venderam aos mercadores ismaelitas que viajavam entre Canaã e Egito. Como Jacó, Ismael além dos 12 filhos, também concebeu uma filha, a qual veio ser esposa de Esaú, filho de Isaque (Gn 28.9). Quando Abraão morreu aos 175 anos, Isaque e Ismael sepultaram a seu pai. Ismael tinha 89 anos e Isaque 75. Abraão ao morrer deixou tudo o que tinha para o filho da promessa, Isaque. Tempos depois, Ismael morre e é sepultado com 137 anos (Gn 25.17).

 

ISMAEL E ISAQUE - IRMÃOS EM CONFLITO

Rev. Eronides DaSilva U.S.A.

Brasileiro, pastor, missionário, professor e conferencista.

Texto Áureo da Lição

“Não são os filhos da carne que são filhos de Deus, mas os filhos da promessa são contados como descendência” (Romanos 9.8).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: VENCENDO VEM JESUS 525 da Harpa Cristã.

 

1.  A lei da semeadura  
O perigo da contextualização - absorção de AgarGn 16:1; 1Jo 2:16
O perigo da dualidade  - relacionamento com Agar: Gn 16:3; 1Rs 11:1-4
O perigo da injustiça - abandono de Agar: Gn 21:14; 2Sm 12:1-5
2.  A lei da colheita
A intervenção divina - promessa a Ismael: Gn 16:10-12; Mt 25:40
 A intervenção da história - descendência de Ismael: Gn 17:20; 2Cr 1:29-31
 A intervenção de Israel - conflito com os Árabes: Gn 37:26-28; Jo 4:9
3.  A lei do conflito
A escravidão e a liberdade - Agar e Sara: Gl 4:22; Jo 8:32
A Lei e a Graça - Ismael e Isaque: Jo 1:17; Gl 4:4,5
A carne e o Espírito - Moisés e Cristo: Jo 6:63; 2Co 3:6

Texto da Lição:

Gênesis 21.1-13

 Gn 21.1 E o SENHOR visitou a Sara, como tinha dito; e fez o SENHOR a Sara como tinha falado.
2 E concebeu Sara e deu a Abraão um filho na sua velhice, ao tempo determinado, que Deus lhe tinha dito.
3 E chamou Abraão o nome de seu filho que lhe nascera, que Sara lhe dera, Isaque.
4 E Abraão circuncidou o seu filho Isaque, quando era da idade de oito dias, como Deus lhe tinha ordenado.
5 E era Abraão da idade de cem anos, quando lhe nasceu Isaque, seu filho.
6 E disse Sara: Deus me tem feito riso; e todo aquele que o ouvir se rirá comigo.
7 Disse mais: Quem diria a Abraão que Sara daria de mamar a filhos, porque lhe dei um filho na sua velhice?
8 E cresceu o menino e foi desmamado; então, Abraão fez um grande banquete no dia em que Isaque foi desmamado.
9 E viu Sara que o filho de Agar, a egípcia, que esta tinha dado a Abraão, zombava.
10 E disse a Abraão: Deita fora esta serva e o seu filho; porque o filho desta serva não herdará com meu filho, com Isaque.
11 E pareceu esta palavra mui má aos olhos de Abraão, por causa de seu filho.
12 Porém Deus disse a Abraão: Não te pareça mal aos teus olhos acerca do moço e acerca da tua serva; em tudo o que Sara te diz, ouve a sua voz; porque em Isaque será chamada a tua semente.
13 Mas também do filho desta serva farei uma nação, porquanto é tua semente.

(ARC)