O Relógio de Jesus
Rev. Jose
Kleber Calixto
Brasil |
Brasileiro,
pastor, professor e articulista. |
“Já se fazia escuro e Jesus ainda não viera ter com
eles” (João, 6.17b) AINDA – com essa palavra, João
parece denunciar o ambiente de inquietação que se
instalava entre os discípulos no meio do mar. Por
mais que eles relutassem em tecer tais conjecturas,
as altas ondas, o rijo vento, o barco afundando, a
hora avançada, as forças mitigadas, o negrume da
noite, todas as coisas pareciam apontar para um
“atraso” divino, uma dessincronia entre a ação de
Deus e as necessidades humanas, uma distração de
Deus em face ao desespero humano. Diz o texto que,
naquele momento de medo, pânico, perplexidade, e de
total incapacidade de não atribuir a Deus a
falibilidade humana, Jesus vem andando por sobre as
águas e o Seu relógio marcava a quarta vigília da
noite. Teria Deus perdido a hora? Dormido no ponto?
Havia o relógio divino trabalhado descompensado com
a hora do nosso sofrimento? Teria Ele abdicado do
compromisso radical que tem com as nossas vidas?
Não! Diz o texto enfaticamente: Ele veio na quarta
vigília da noite. Por que? Porque é na quarta
vigília que a noite se faz mais escura, as ondas
mais revoltas e os ventos mais rijos em razão da
proximidade do nascer do sol (o texto atesta esse
fenômeno quando diz que neste período eles remavam
com dificuldade porque “o vento lhes era totalmente
contrário”). Como sempre, o relógio de Jesus estava
rigorosamente pontual. Veio quando a escuridão era
mais densa, as ondas mais encapeladas e os ventos
totalmente contrários. O relógio de Jesus é assim:
sincronizado com o nosso sofrimento e as nossas
dores. Jamais chega atrasado em nossa vida para a
manifestação de Sua graça e de Sua misericórdia.
Jamais posterga o milagre esperado. Ele sempre
aparece quando a noite se faz mais escura e os
ventos são totalmente contrários. Talvez, muitos de
nós estejamos, hoje, vivendo essa “síndrome do
ainda”. Uma terrível sensação de que Deus perdeu a
hora, Deus perdeu o bonde da história de nossa vida;
um Deus atrasado em cumprir as Suas promessas.
Talvez, muitos de nós estejamos nutrindo em nossas
vidas essa idéia de um Deus distraído e incapaz de
manifestar a Sua graça no tempo certo de nossos
sofrimentos. Precisamos entender isto: o Relógio de
Jesus nunca falha. Ele Sempre aparece. Quando as
trevas forem mais densas, as ondas mais revoltas e
se fizer a “quarta vigília da noite”, louvemos e
cantemos ao Senhor. Porque está vindo ao nosso
encontro. Creiamos nisto.
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Ismael
Vania
DaSilva
U.S.A. |
Brasileira, missionária, professora e secretária da Igreja. |
Filho de Abraão com Agar, serva egípcia de Sara. O
nome de Ismael quer dizer: Deus escuta (Gn 16.11), e
este tornou-se o progenitor de todos os povos
ismaelitas – árabes. Ismael nasceu quando Abraão
tinha 86 anos, após 10 anos de viver em Canaã (Gn
16.3). Abraão aos 75 anos de idade havia recebido
uma promessa da parte de Deus que haveria de ter um
filho dos seus lombos. Dez anos passaram, e Sara
instigou a Abraão a tomar sua serva e ter filho por
ela. Ouvindo esta palavra humana, e de frente as
impossibilidades físicas de sua esposa, Abraão assim
o fez e Agar concebeu. Esta decisão impensada e sem
a direção de Deus, trouxe grandes e trágicas
consequências para Abraão e sua posteridade, até os
nossos dias. Quando a circuncisão foi instituída por
Deus, Ismael tinha 13 anos de idade, e a Bíblia
relata que Abraão, Ismael e todos os servos varões
de sua casa foram circuncidados no mesmo dia (Gn
17.25). Neste mesmo ano, o anjo do Senhor aparece a
Abraão confirmando de que no ano próximo Sara
haveria de dar luz à um filho. Quando Isaque nasceu,
Ismael tinha 14 anos de idade, e na festa de sua
apresentação, Ismael zomba de Isaque (Gn 21.9,10).
Este comportamento de Ismael pareceu mal aos olhos
de Sara, e em consequência, ela pede a Abraão que
expulse a Ismael e Agar de sua casa. Esta atitude
deixou Abraão penoso, no entanto, o Senhor disse-lhe
que ouvisse a voz de Sara, pois o filho da escrava
não iria herdar junto ao filho da promessa (Gn
21.12). Agar sai errante pelo deserto de Berseba
juntamente com Ismael, a ponto de quase morrer de
sede, porém o anjo apareceu à ela, e mostrou-lhe uma
fonte de água que trouxe a salvação para ambos (Gn
21.14-21). Partindo dali, Agar e Ismael se dirigiram
ao deserto de Parã, ao sul de Canaã, onde a Bíblia
relata que Ismael cresceu, se fortaleceu e tornou-se
frecheiro (Gn 21.21). Agar tomou para Ismael uma
esposa egípcia, a qual lhe gerou 12 príncipes.
Segundo a promessa de Deus a Abraão, Ismael também
seria uma nação, pois era semente dele (Gn 21.13;
25.12-16). Os descendentes de Ismael, ou os
ismaelitas, habitaram no norte da Arábia, entre
Havilá, Egito e Eufrates, e eram tribos nômades (Gn
25.18). Os irmãos de José, o venderam aos mercadores
ismaelitas que viajavam entre Canaã e Egito. Como
Jacó, Ismael além dos 12 filhos, também concebeu uma
filha, a qual veio ser esposa de Esaú, filho de
Isaque (Gn 28.9). Quando Abraão morreu aos 175 anos,
Isaque e Ismael sepultaram a seu pai. Ismael tinha
89 anos e Isaque 75. Abraão ao morrer deixou tudo o
que tinha para o filho da promessa, Isaque. Tempos
depois, Ismael morre e é sepultado com 137 anos (Gn
25.17).
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