O cavalo de Tróia!
Rev.
Eronides DaSilva
Estados
Unidos |
Brasileiro,
pastor, escritor, professor e conferencista. |
O
saudoso
pregador americano, John Ostein, numa de suas vibrantes mensagens
à nação, disse: os homens estão fazendo a Igreja perder a visão
para a qual foi
chamada;
eles estão
igrejando
o mundo, e
mudanizando
a Igreja! Sim, é tempo de despertamos às consciências que Cristo
estabeleceu a Igreja para salvar o mundo
exclusivamente
pela Palavra! Numa defesa bairrista, temos tentado,
a todo custo,
cristianizar
nossa
nação à modelo de
Constantino! Os esforços têm sido politicamente dissipados nas
ruas, com passeatas; à frente das clínicas femininas, com
barricadas; na câmara
e senado, com agudos
protestos; nas assembleias populares, e nos púlpitos das
Igrejas, com intermináveis
argumentos
contra
o
aborto
e o
menor
abandonado,
contra o
divórcio
e
os homossexuais, contra as prostitutas
de ruas
e a
inseminação
artificial, contra o planejamento familiar
e a
abolição da leitura da Bíblia em repartições públicas, contra isso
e aquilo
-
uma agenda
meramente política!
Contrário disso, deveríamos estar
com os nossos joelhos dobrados e suplicando misericórdia por nós
mesmos, pois deixamos os santos caminhos
e nos enveredamos pelas
masmorras deste mundo.
A
igreja
deve ser,
a todo custo,
santa, tenha a estética
ou matiz que tenha! Só então, o mundo que está apodrecendo
por dentro e por fora, submergido
nas trevas da imoralidade, sentirá o sabor do sal e
poderá
ver o
farol que lhes guiará à fonte da vida
eterna
-
Jesus! Saiamos desta estagnação, fujamos deste
processo político virulento, e permitamos, como noiva de Cristo e
anunciadora das boas novas, sair aos
caudais
deste
mundo em busca dos
náufragos do reino de Deus!
É verdade que só há uma Nação, cujo Deus é o Senhor
-
Israel! Porém, tenhamos em mente que Deus amou ao mundo de tal
maneira! Saiamos para salvá‑lo, e não reformá‑lo! Para reformá‑lo,
não nos movamos um palmo da posição que ele nos colocou: existe
outra armadilha sutil à moda de Constantinopla; vem
a
caminho
outro
Cavalo de Tróia; estão chegando os emissários do rei da Babilônia; é outro conto de fadas da velha serpente! Subamos
ao posto de espia; apanhemos as raposinhas que fazem mal às
nossas
vinhas; empunhemos as nossas enxadas e foices e digamos,
nós
dependentes, somos fortes! Queridos obreiros da Seara do Mestre, toquem
forte a buzina em Sião, e digam: proclamai isto entre as
Nações, santificai uma guerra, antes que seja tarde demais!
Não haverá outra reforma; não haverá outro Martinho Lutero, não
haverá outra Igreja de Sardes! O tempo se aproxima, a contagem é
regressiva, pois
como evocionou o pastor de saudosa memória, Paulo Leivas Macalão:
o clarim já nos alerta, nosso coração desperta, pois a
vinda é bem certa de Jesus; de mil anjos rodeados, para o crente
preparado, Cristo volta coroado, aleluia!
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Política
Rev.
Eronides DaSilva
Estados Unidos |
Brasileiro,
pastor, professor, escritor e conferencista. |
Política, do grego politikas, é
a ciência e arte de governar povos. Politicagem,
entretanto, é a habilidade de fazer política
mesquinha e de interesse pessoal. A Bíblia não usa
o termo, mas fala de política
do começo ao fim. Na época de Abraão,
Isaque e Jacó, o sistema de governo era
Patriarcal. Os grandes clãs eram governados
pelos respectivos patriarcas. Circunstâncias
adversas, permitidas e dirigidas por Deus, levaram
José à posição de Governador do Egito (Gn 45.4-8).
No Êxodo e
por toda
a peregrinação de Israel no deserto, esse povo foi
conduzido por Moisés; depois, durante a conquista da
Palestina e por mais alguns anos, Josué foi o líder.
Então, por mais trezentos e cinqüenta anos, Deus
usou os Juízes, lideres carismáticos que faziam as
guerras de Israel e julgavam as causas do povo.
O sistema de governo era
Teocrático — Deus governando o seu povo através
dos seus líderes. Samuel foi profeta e juiz.
Ele conduziu Israel no período de
transição entre a Teocracia e a Monarquia.
Então vieram os reis Saul, Davi,
Salomão, que determinram a sorte política da nação
e muitos outros. Pelo pecado do Israel, o Senhor
usou a política imperialista da Assíria e da
Babilônia para os corrigir. No exílio, Daniel
exerceu cargo de confiança na corte do rei
Nabucodonosor, de Babilônia, e de Dario, da Pérsia.
Depois do exílio, Neemias e Esdras
fizeram política em Jerusalém, reconstruindo a
cidade, combatendo os inimigos e empreendendo uma
reforma religiosa.
No Período do Silêncio, quatrocentos
anos desde o último profeta do Velho Testamento até
o começo do Novo Testamento, Alexandre, o Grande,
estabeleceu o Império Grego. Os judeus na Palestina
e noutras terras foram subjugados e duramente
perseguidos. O Clã dos Macabeus, iniciou uma
revolta, mas não deu muito certo, no fim. Mais
tarde, o Império Grego foi superado pelo Romano.
Mas este, politicamente assimilou muito da cultura e
língua helenista. Jesus nasceu no apogeu deste
Império, nos dias de César Augusto. Deus usou a
estabilidade política desse império, seu veículo de
comunicação e a língua grega para depressa
estabelecer a sua amada igreja e difundir o seu
precioso Evangelho. Alguns judeus querendo colocar
Jesus em dificuldade, lhe perguntaram se deviam ou
não pagar tributos a César, o Imperador Romano.
Jesus, mostrando-lhes a moeda romana, com a imagem
de César, disse-lhes: “Daí a César o que é de
César, e a Deus o que é de Deus” (Mc 12.17).
Ali, Jesus ratifica, em forma definitiva, a
separação da igreja e o
Estado! Em outras palavras:
reconheçam
as circunstâncias políticas em que vocês estão
inseridos e as obrigações que lhes são impostas.
Cumpram seus deveres para com o Estado, e também os
seus deveres para com Deus. Uma coisa não exclui
outra”. Ali, teocracia assume a forma humanisticamente apolítica
para dirigir os negócios de Deus aqui na terra!
Paulo pregou acatamento e obediência às autoridades
constituídas. Disse que estas são “ministros de
Deus” (Rm 13.1-6). Pedro ainda recomendou
sujeição às instituições políticas: “quer seja ao
rei, como soberano, quer às autoridades como
enviadas por ele, tanto para castigo dos
malfeitores, como para louvor dos que praticam o
bem” (1 Pe 2.13-14).
Tudo isto é
política, exercida ou acatada.
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