Fort Lauderdale, Flórida, 20 de Janeiro de 2002 Ano X  Lição Nº 03


 

Missionário, Um Mártir Sem Méritos!

Antonia Leonora Van Der Meer Brasil

Brasileira, missionária em Angola e professora.

 
Missionário! Para mim é um ser santo, uma pessoa chamada para sofrer. É alguém que não se preocupa com as coisas do mundo, totalmente despojado. Um verdadeiro mártir! É assim que muitos vêem o missionário. Um ideal que pode ser admirado e colocado num pedestal, não um modelo para ser seguido. E é claro que uma pessoa que está no pedestal não precisa da nossa ajuda e compreensão. Está ali para ser admirada ou simplesmente ao relento. Muitos missionários voltam dos campos emocionalmente exaustos, confusos, quebrantados, precisando muito de um tempo de renovação, cuidado e repouso. Mas são recebidos ou como heróis, com um programa lotado de compromissos, ou simplesmente sem nenhuma atenção. A igreja deveria ser a família onde estes filhos fossem recebidos com amor, carinho e cuidado. Interesse neles como pessoas e não só no trabalho que eles realizaram. Há cristãos que, quando ouvem relatos de crises ou encontram o missionário doente, magro e exausto, sussurram:  “esse é um verdadeiro missionário!” Mas, quando o mesmo missionário passa por uma fase mais tranquila, facilmente surgem críticas as desconfianças e os gritos febris: “Ele fica viajando por aí com nosso dinheiro... que trabalho realmente está fazendo?” O que significa mártir? Vem da palavra 'ser testemunha', 'dar testemunho'. Mas aí o martírio não é privilégio só de missionários, e sim de todo cristão verdadeiro. O que vemos na igreja primitiva? Certamente houve alguns mártires que morreram pelo seu testemunho. A maioria deles recebia vários tipos de apoio de igrejas e irmãos, e não buscava o sofrimento. Este vinha sem ser convidado, muitas vezes inspirado, e era enfrentado com fé e coragem pelos Discípulos, que até se sentiam honrados por sofrerem pelo Seu nome. Será que estou defendendo a volta de uma busca do martírio? Não! Mas se não estamos dispostos a encarar seriamente essa possibilidade como consequência de nosso ministério em situações de crise, teremos de abandonar muitos dos campos missionários mais carentes. No século 19, muitos missionários iam ao continente africano sabendo que havia um alto risco para suas vidas. 80% morriam de malária, doença que ainda tem matado alguns jovens missionários brasileiros na África. Isso é doloroso, mas não significa o fim de nossa responsabilidade. Mais difícil é a situação em muitos países, onde o fundamentalismo religioso vê o cristão como uma ameaça à sua cultura, família ou nação. Tem havido muitos martírios, a maioria de simples cristãos nacionais, dispostos a arriscar suas vidas no seu testemunho, muitas vezes sendo martirizados, sobrevivendo com salários ínfimos que trás vergonha a qualquer limpador urbano. Que a consciência pela santa obra  missionária, atualmente tão negligenciada pelos Ministérios e Igrejas, possa atrair a muitos santos e santas de Deus para a última colheita de almas dos países pobres e carentes deste mundo perdido, deste mundo de Deus! 
 

Incredulidade

João Luis Cabral Estados Unidos

Angolano, diácono, Diretor de Música e membro da Diretoria.

Vocábulo proveniente do latim ‘incredulitate’, repugnância em crer, desconfiança, ausência de fé nas providências e na força do decreto de Deus. O mesmo aparece cerca de dez vezes no Novo Testamento. É expressa por meio de dois vocábulos gregos no Novo Testamento – apistia e apeitheia. De conformidade com The Vocabulary of the Greek Testament, 1930, a palavra apeitheia, juntamente com apeitheõ e apeithës, ‘denota invariavelmente a desobediência, a rebelião e contumácia’. Assim sendo, o apóstolo Paulo frisa sobre a misericórdia alcançada pelos gentios pela desobediência dos judeus (Rm 11:30). Essa desobediência se origina da apistia, ‘falta de fé e confiança’; esta é um estado de mente, enquanto que  a apeitheia é a sua expressão. A incredulidade em todas as suas formas, é uma afronta directa contra a Veracidade Divina (1Jo 5:10 ), sendo esse o motivo por que é um pecado tão hediondo. Porém, a incredulidade não aniquila a fidelidade de DEUS (Rm 3:3,4; 2Tm 2:13). Os filhos de Israel não entraram no descanso oferecido por DEUS por dois motivos: 1) Faltava-lhes a Fé-apistia, (Hb 3:19); eram desobedientes-apeitheia, (Hb 4:6); a incredulidade encontra sua expressão prática na desobediência (Hb 4:11). A maior incredulidade manifesta-se quando o homem, depois de ouvir a mensagem viva do Evangelho, nesta tão graciosa dispensação, rejeita deliberadamente a Cristo: Porque, se a palavra falada pelos anjos permanece firme, e toda a transgressão e desobediência recebeu a justa retribuição, como escaparemos nós, se não atentarmos para uma tão grande salvação, a qual, começando a ser anunciada pelo SENHOR, foi-nos, depois, confirmada pelos que a ouviram;  — Porque sem fé é impossível agradar a Deus (Hb 2:2,3; 11:6).

A Obstinada Incredulidade de Israel

Rogério da Silva Feital Portugal

Brasileiro, pastor, missionário em Portugal e professor.

Texto Áureo da Lição

Mas quero lembrar-vos, como a quem já uma vez soube isto, que, havendo o Senhor salvo um povo, tirando-o da terra do Egito, destruiu, depois, os que não creram” (Judas 1:5).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: NÃO MURMURES:CANTA — 302 da Harpa Cristã.

  Ouça a Mensagem da Semana no Púlpito

1. A incredulidade leva o ser humano:
 
Por um caminho de regresso - mundo: Jo 21:3.
Por um caminho de perdição - morte eterna: Hb 3:17; 6:4-6.
Por um caminho de engano - cauterização: Jr 5:21; Mc 8:18 Hb 3:13.
2. Os resultados da incredulidade de Israel:
 
Produziu a sua diáspora:  Dt 28:15,25; Ez 12:15; Ap 7:9.
Produziu a perda das bençãos: 2Rs 25:9,13; 2Cr 36:18; Lc 19:42-44.
Produziu o nascimento da Igreja: Is 65.1; Mt 21.43; Rm 11:17; Ef 1:4.
 
3. As evidências da incredulidade de Israel:
Pelo pecado da murmuração: Nm 14:2; 21:5.
Pelo pecado da apostasia: Nm 14:4.
Pelo pecado de rebelião: Nm 16:12; 14:10.
 

Texto da Lição:

 

Números 14:26-32

26 Depois, falou o SENHOR a Moisés e a Arão, dizendo:
27 Até quando sofrerei esta má congregação, que murmura contra mim? Tenho ouvido as murmurações dos filhos de Israel, com que murmuram contra mim. 28 Dize-lhes: Assim como eu vivo, diz o SENHOR, que, como falastes aos meus ouvidos, assim farei a vós outros. 29 Neste deserto cairá o vosso cadáver, como também todos os que de vós foram contados segundo toda a vossa conta, de vinte anos para cima, os que dentre vós contra mim murmurastes; 30 não entrareis na terra, pela qual levantei a minha mão que vos faria habitar nela, salvo Calebe, filho de Jefoné, e Josué, filho de Num. 31 Mas os vossos filhos, de que dizeis: Por presa serão, meterei nela; e eles saberão da terra que vós desprezastes. 32 Porém, quanto a vós, o vosso cadáver cairá neste deserto.

(ARC)