Aprendi ter Coragem!
Wagner
Antonio de Araújo
Brasil |
Brasileiro,
pastor, professor e conferencista. |
Todas as noites, antes de dormir, meu pai me obrigava a pedir
"perdão e bênção": aquilo já era demais.
Eu
tinha que ajoelhar-me e implorar. Desconheço dias, quando pequeno,
em que deitei sem derramar algumas lágrimas de tristeza e
aflição, para dormir. Lembro-me do trauma que tenho até hoje de bola
de futebol. Eu não sabia jogar bola, pois meu pai, além de não
jogar, me proibia de estar com outros garotos da rua. Então, no bar,
surgiu a conversa sobre a virilidade dos garotos. Os amigos do meu
pai gabavam-se dos filhos que se chutavam lá no campo, imundos na
lama. Meu pai, que não queria ficar para trás, chamou-me dizendo:
"Vá jogar bola já!". "Mas, papai, o senhor disse que isso é coisa
pra marginais, eu nunca joguei!" Meu pai deu-me um tapa no rosto e
gritou: "Cala a boca, vá jogar bola, senão eu quebro você aqui
mesmo!" Chorando e tremendo, eu fui para o campinho. Os garotos,
rindo, receberam-me no time sem-camisas. Meu Deus, que dia infeliz!
Eu não sabia chutar, não sabia passar, não sabia driblar, não sabia
absolutamente nada! Quando a bola chegava, eu me desesperava. Como
eu só fazia coisas erradas, apanhei como um cão viralatas naquele
campo. Rolei na lama, fui xingado, agredido, foram os 20 piores
minutos da minha infância. Cresci. Aos quatorze anos entreguei a
minha vida para Cristo!
Que dia
feliz!
Tudo mudou. A covardia oriunda de uma criação acuada e violenta
transformou-se em coragem para servir a Deus e enfrentar a vida,
pois o nosso Salvador é capaz de transformar tragédias em vitórias,
tristezas em alegrias, problemas em soluções, solidão em companhia,
perdição em salvação. Como sou grato a Deus!
Aprendi a ter coragem!
Coragem para enfrentar as limitações. Não serei nunca o melhor, mas
não precisarei ser o pior. Não preciso ter vergonha de dizer "não
sei"! Mas posso muito bem querer saber e buscar aprender! Coragem
para assumir as coisas que digo. Ter coragem não significa ser mal
educado, mas ter a educação de dizer sim para algumas coisas e não
para outras. E essa coragem eu sempre quero ter, na graça e
misericórdia do Senhor.
Coragem para pedir perdão e dizer "eu estava errado;
me perdoe". Errei? Assumo o meu erro e peço perdão. É vergonhoso?
Não, é "dignificante"! É melhor dizer "errei", do que manter um erro
até o fim, destruindo a possibilidade de consertar uma situação.
Coragem para trabalhar. A vida não foi feita para a
preguiça, para a contemplação, para a inatividade. Há muito o que
fazer. Somente com o trabalho digno, trabalho honrado, é que podemos
construir algo duradouro.
Coragem
para morrer. Se alguém não sabe viver, também não saberá morrer.
Cristo nos prometeu vida eterna, prometeu-nos uma morada no Céu,
e a morte será
apenas um trampulim que nos levará à essa eternidade!
Quando
ela
chegar, deveremos acolhê-la com resignação, entregando a Deus o
nosso espírito,
finalizando nossa sublime tarefa aqui.
Finalmente,
é preciso também coragem para seguir avante em Cristo. Muitas vezes
o cansaço do caminho, as tentações do deserto e as vicissitudes do
coração nos levam a titubear. Mas, quando as nossas forças estão
para se esgotar, o Senhor vem até o nosso coração, nos dizendo:
"Não temas, que eu sou contigo; não te assombres, que eu te ajudo".
Tenhamos coragem! |
EpÍstola de Judas
Manuela
Barros
U.S.A. |
Brasileira, professora
e diretora do Evangelismo. |
O nome desta epístola é dado devido ao seu autor, e
este nome é a forma grega de Judá, que significa louvor, celebrado,
festejado. Judas, em sua carta, identifica-se como irmão de Tiago, e
os únicos irmãos citados no Novo Testamento com estes nomes são os
irmãos de Jesus. Foi escrita entre os anos 70 e 80 AD, sem um
destinatário especificado nela. Por isso é classificada como
Epístolas Gerais, como são as de Hebreus, Tiago, Pedro e João.
Acredita-se que Judas foi escrita depois da segunda carta de Pedro,
entre outros motivos, porque há uma citação idêntica a um versículo
em II Pedro (Jd 18 e 2Pe 3.3), a qual o escritor alega ter sido
feita pelos apóstolos. Os escritos de Judas tiveram como propósito
advertir com urgência aos crentes acerca da séria ameaça dos falsos
mestres e suas influências subversivas dentro das igrejas, é a
denúncia mais direta e energética do Novo Testamento contra os tais.
Acerca deles os qualifica como os que causam divisões, são sensuais,
e não têm o Espírito Santo. Exorta a todos os verdadeiros crentes a
“batalhar pela fé que uma vez foi dada aos santos”. O autor ainda
alerta para que se apiede e tenha-se misericórdia daqueles que estão
duvidosos, buscando salvá-los antes que cheguem à apostasia, porém
no cuidado de, fazendo isso, não se contaminar. A epístola é
concluída com uma doxologia referente àquele que pode guardar o
crente de tropeçar neste caminho do pecado e apostasia, e que é
capaz de conservá-lo irrepreensível até ao grande dia. Judas é o
único escritor da Bíblia que faz menção da disputa entre o arcanjo
Miguel e o diabo com respeito ao corpo de Moisés. Segundo a
Tradição, Judas ministrou na Palestina, Siria, Arábia, Pérsia e
Mesopotâmia. |