O Valor de Uma
Testemunha
Maria
Aparecida Ghigliotty
E.U.A. |
Brasileira, seminarista e professora. |
O testemunho de alguém pode ser tanto para condenar
como para absolver uma pessoa. O ser humano tende a aceitar com
facilidade uma palavra de acusação de uma só pessoa, e por isso, se
faz necessário uma investigação minuciosa do caso. A lei mosaica
determinava que todo julgamento deveria ter o testemunho de duas ou
três pessoas, onde era feito o interrogatório para a veracidade dos
fatos e sentença do caso. Durante o curso de nossas vidas, todo ser
humano, de uma forma ou de outra, se encontrará diante de uma
acusação. Jesus, apesar de ser um homem santo e perfeito, enfrentou
várias vezes essa situação, até que o condenaram à morte — o
julgamento mais injusto da história! Houveram falsas testemunhas
contra ele, os quais o acusavam de blasfemo por ele declarar ser o
Filho de Deus. Apesar da inerrância bíblica, desde seu tempo até os
dias atuais, encontramos grupos que negam a sua deidade. No entanto,
Jesus durante o seu ministério terreno recebeu melhor testemunho,
por aqueles que o exaltaram eternamente. No mundo físico, sua
primeira testemunha foi João Batista, o qual pregava: "O que vem
depois de mim é antes de mim, porque foi primeiro do que eu"
(Jo1:15). Quando ele viu Jesus no Jordão, disse: “E eu não o
conhecia, mas o que me mandou a batizar com água, esse me disse:
Sobre aquele que vires descer o Espirito, e sobre ele repousar, esse
e o que batiza com o Espirito Santo." (vv33); "E vi o
Espirito descer do céu como uma pomba e repousar sobre ele"
(vv32). "E eu vi, e tenho testificado que este e o Filho de Deus"
(vv34). Sua segunda e mais excelente testemunha foi a espiritual
dada pelo próprio Pai: "Tu és o meu Filho Amado, em quem me
comprazo" ( Mc 1:11); "...Este é o meu Filho Amado; a ele
ouvi" (Mc 9:7); "Tu és o meu Filho, eu hoje te gerei" (Sl
2:7). Até o reino das trevas teve
de assumir a verdadeira identidade do Filho de Deus: "Ah! que temos
contigo, Jesus nazareno? Bem sei quem és: O Santo de Deus" (Mc
1:24); "Que temos nós contigo, Jesus Filho de Deus? Vieste aqui
atormentar-nos antes do tempo”? (Mt 9:29); "Que tenho eu
contigo, Jesus, Filho de Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não
me atormentes" (Mc 5:7). Jesus é santo, exerce autoridade
divina, e domina de geração a geração, no mundo visível e invisível.
Precisará alguém ouvir outro
testemunho? Se a terra, o céu, e o
inferno já testemunharam, que mais prova poderá existir? Menciono
então o testemunho dos profetas? Eles inquiriram e trataram
diligentemente sobre a graça (Jesus) de Deus. "Porque um menino (filho
de Maria) nos nasceu, um filho (de Deus) se nos deu..." (Is
9:6). O amado Dr. Lucas escreveu: “Tendo pois muitos empreendidos
por em ordem a narração dos fatos que entre nós se cumpriram,
segundo nos transmitiram os mesmos que os presenciara desde o
principio e foram ministros da palavra, pareceu-me também a mim
conveniente descreve-los a ti, o excelente Teófilo, por sua ordem,
havendo-me já informado minuciosamente de tudo desde o principio,
para que conheças a certeza das coisas de que já estas informado"
(Lc 1:1-4). O apóstolo Pedro, diante do sinédrio,
depois de ter sido por eles proibido de anunciar a Cristo,
disse-lhes: " Porque não podemos deixar de falar do que temos
visto e ouvido" (At 4:20). A todas essas provas, acrescentamos
os milhares de testemunhos
da
histórica
igreja:
Jesus é o Filho de Deus e o meu testemunho é
verdadeiro. |
Epístola aos Hebreus
Vania
DaSilva
E.U.A. |
Brasileira, Missionária, Professora e Membro da Diretoria. |
Sendo o décimo-nono livro do Novo Testamento, a Epístola aos Hebreus
é única dentro as outras porque não faz menção de seu autor. A
notificação
de libertação do irmão
Timóteo
da prisão
(13.23), faz muitos
afirmarem ser o apóstolo Paulo o autor
desta carta. A epístola é de caráter doutrinal e foi dirigida aos cristãos judeus em geral, em
volta do ano 64 d.C, antes da destruição do Templo. Nesta época, o
judaísmo exercia muita influência e os novos cristãos enfrentavam
alguns dilemas no que diz respeito aos ensinos rabinicos, a tradição
judaica, o templo em Jerusalém, os laços familiares, e a oposição
dos judeus radicais. Os recipientes desta epístola estavam
respirando um ar de perseguição, tribulação
e desânimo. Estes
judeus, agora crentes em Jesus, eram duramente tentados a recuar em
sua fé. O capítulo 10.32-34 descreve o tempo de perseguição
resistido por estes cristãos. A perseguição ocorrida, parece incluir
a perda dos bens
pessoais. Estes acontecimentos estão de acordo
com o Edito do Imperador Cláudio no ano 49 d.C., quando baniu os
cristãos que habitavam na cidade de Roma. Muitos deles perderam seus
bens
e direitos
como resultado. O autor então adverte que maiores provas eles
passariam. Provavelmente se referindo as perseguições que vieram no
reinado do Imperador Nero no ano 64 d.C. O autor usa de meios
judaicos de interpretação, muito usados nas sinagogas dos seus dias.
A carta aos Hebreus estabelece a excelência de Cristo, de sua obra
redentora e sacerdotal, acima dos anjos, de Moisés, de Arão, do
sistema levítico e dos sacrifícios. Ele afirma a superioridade de
Cristo acima de toda revelação anterior descrita pelos profetas, e
mostra Cristo como revelação decisiva e final de sua glória. As
doutrinas contidas nesta carta, mostram o verdadeiro conhecimento e
aplicação da Lei e de suas cerimônias.
Nela, está contido 30 citações do Velho Testamento, e ilustra a fé
de 12 personagens bíblicos.
Na conclusão, o autor exorta
os hebreus a continuarem a sua vida de fé, no meio das provações
presentes. Os gloriosos privilégios Neo-Testamentários são
apresentados, para fazer conhecer o perigo da apostasia. |