O
Cordão de Três Dobras!
Rev.
eronides DaSilva
E.U.A. |
Brasileiro,
pastor, professor, escritor e conferencista |
O ser humano tem uma
característica bem contraditória; ao mesmo tempo que ele é um ser
gregário, ou seja, tem necessidade de convivência com outras
pessoas, a área de seus maiores conflitos é exatamente na convivência
social com seus semelhantes. Ao mesmo tempo que tem a necessidade de
uma liderança sobre ele, acha grande dificuldade em seguir as
orientações de seus líderes. Um dos artifícios que se usa para
compactuar esta distonância é a reunião em grupos: de pessoas que
tenham um interesse em comum, que tenham um objetivo comum, ou uma
condição econômica comum... E como seria vista a Igreja em todo
este contexto? Não podemos deixar de ter em mente de que a Igreja
Local é formada por seres humanos que em sua estrutura antropológica
carregam consigo todas estas contradições e muitas outras. Vejamos
a resposta que Jesus deu a alguns fariseus quando fizeram uma
insinuação ousada e inescrupulosa, ele diz: "Todo o reino
dividido contra si mesmo é devastado; e toda cidade, ou casa,
dividida contra si mesma não subsistirá." A Igreja de
Cristo não está unida por valores limitados e humanos como gostos
pessoais, condições financeiras ou esteticismos qualquer. Ela está
ligada, harmonizada pelo vínculo do espírito, que é a razão
preponderante de nossa paz. E este paradígma divino não isenta-nos
de possuirmos e utilizarmos os nosso valores como indivíduos, os
quais o próprio Deus nos premiou - somos um cordão de três
dobras! Quando este está bem apertado e sedimentado torna-se difícil
de ser quebrado. E este foi o rogo de Cristo na sua oração
sacerdotal: “E eu dei-lhes a glória que a mim me deste, para
que sejam um, como nós somos um" (Jo 17.22). Amados da Betânia,
ser uma cordão de três dobras é difícil e laborioso, porém, não
é impossível com a constante cooperação daquele que deseja e
almeja que sejamos um!
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Julgamento
Pedro
Pereira
África do Sul |
Português,
seminarista e diretor da Sonetécnica |
Julgamento é o acto ou efeito de julgar. A
administração deste julgamento é apresentado de várias formas na
Bíblia. Nos tempos patriarcais, o pai de família administrava o juízo
entre os seus (Gn 21.8-14). No Egipto, havia funcionários reais que
eram responsáveis de aplicar a justiça, como delegados do rei. No
tempo de Moisés, ele sozinho julgava o povo durante várias horas
do dia, até que Jetro sugeriu que confiasse aquela tarefa a outras
pessoas, que tinham o cargo de julgar os casos menores (Ex
18.13-27). Depois da morte de Josué, Deus levantou juizes que
julgavam o povo e os livrava da mão de seus inimigos. Porém, o
povo caminhava e fazia o que era recto aos seus olhos... (Jz
21.25). Tempos depois, vemos os sacerdotes, profetas e reis,
servindo como juizes do povo (I Rs 3.16-28). No Novo Testamento,
baixo o Império Romano, a nação de Israel tinha liberdade de
julgar suas causas, excepto a pena de morte, que era
responsabilidade do procurador romano (Jo 18.31). Em todo pleito e
julgamento, deveria ser dado ampla oportunidade para o acusado se
defender (Dt 1.16,17), sem fazer distinção de posição ou classe
social. Todo julgamento deveria ter pelo menos duas ou três
testemunhas (Dt 17.6). Toda testemunha falsa, era severamente
castigada (Dt 17.18-21). No caso de sentença de morte, as
testemunhas eram as primeiras pessoas a accionarem o cumprimento da
sentença. Em caso de apedrejamento, eles atiravam as primeiras
pedras, e depois o povo presente dava continuação. (Jo 8.1-7). Os
julgamentos eram feitos na maioria das vezes à porta da cidade (Dt
21.19). A Bíblia apresenta sempre Deus como juiz, e nós peregrinos
como réus. No Salmo 9.8, afirma que “Ele mesmo julgará o
mundo com justiça, julgará os povos com rectidão”, e no
Novo Testamento adverte para que não nos julguemos uns aos outros (Mt
7.1), porque com “a medida com que tiverdes medido vos hão de
medir a vós”. Na verdade se nos julgássemos a nós próprios
nunca o faríamos (I Co 11.31) mas “quando somos julgados,
somos repreendidos pelo Senhor, para não sermos condenados com o
mundo”. Portanto, julgamento é uma tomada de decisão, é
elaborar uma avaliação, e/ou decretar uma sentença.
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