Uma
vez, um Deserto!
Rev.
Eronides DaSilva
E.U.A. |
Brasileiro,
pastor, professor, escritor e conferencista. |
“No
dia imediato, depois que comeram do produto da terra, cessou o maná,
e não o tiveram mais os filhos de Israel; mas, naquele ano, comeram
das novidades da terra de Canaã”.
(Js 5: 12). Você pode imaginar alguém que, tendo saído do
deserto, possa continuar vivendo como se estivesse ainda nele? É
difícil aceitar esta idéia, porque o deserto é algo que nos
amedronta, nos resseca por dentro e por fora! Não nos apavora só
por causa de suas tempestades de areia e falta de água. Ele nos trás
pavor, mesmo estático, porque nos faz confrontar
conosco mesmo.
Caminhar no deserto, consequentemente, significa esforço e
sofrimento. Na verdade o deserto é símbolo de maldição, de
infertilidade, de provação, de renúncia, de benção sob medida,
de desgraça e de sofrimento. Depois de 400 anos de
escravidão no Egito, Moisés, guiado e amparado pelo poder de Deus,
conseguiu libertar o Povo Eleito, iniciando a longa jornada de 40 anos através
do deserto até a Terra Prometida. Ao longo da travessia do deserto,
Deus alimentou o povo com maná e codornizes, com água que fez
jorrar da rocha e moldou-o com os Dez Mandamentos. Depois que o Povo
eleito passou pelo Jordão sob a liderança de Josué, ainda ficaram
onze dias vivendo como se estivesse no Deserto. (Js 5:11-12). Sem
dúvida alguma, hoje muitas pessoas continuam a viver no deserto,
mesmo tendo saído a muito tempo dele. Deprimem-se, pensando ainda
estar debaixo da maldição, da infertilidade, da provação, da benção
sob medida do maná, por terem sofrido durante tanto tempo. Parece
um pesadelo sem fim! Mais do que tirar o deserto de dentro do seu
povo, Deus tirou o Egito, que estava arraigado no coração deles,
trazendo maldição, infertilidade, desgraça e sofrimento. A
entrada do Povo Eleito na terra prometida significou o fim do
deserto, significou libertação permanente! Se o deserto acabou, o
maná tinha que cessar. Havia novidade, era o fim da infertilidade.
Agora a terra produzia, podemos contemplar seus frutos. O maná —
bênção sob medida, é coisa do passado. Passado muito distante!
Foi bom passar pelo deserto, é bem verdade, mas agora eu tenho à
minha frente a terra prometida. Sim, não podemos viver o passado no
presente, mas não podemos entrar no futuro sem celebrar a vitória
sobre o passado! Uma vez, um deserto! Aleluia!
|
Renúncia
Maria
Aparecida Ghigliotty
E.U.A. |
Brasileira,
Seminarista e Professora. |
Do
latim Renuntiare: não querer, deixar, recusar.
É uma palavra que denota maior peso em relação aos
sinônimos
acima citados. Entende-se como o abandono de algo ou de alguém por
uma causa maior, atitude essa que implica sacrifício e revela um
caráter.
A bíblia nos apresenta três referências de profundo cunho doutrinário
1) Mt 16:24 - Para alguém que se candidata ao discipulado de Jesus
lhe é necessário renunciar-se a si mesmo. Assim como o Deus-Filho,
a segunda pessoa da Divindade, despojou-se dos seus atributos para
se encarnar como Filho do Homem para que o homem fosse reconciliado
com o Deus-Pai, esse mesmo homem também tem que despojar-se de
toda tradição (Gl 1:14); filosofias humanas (Cl 2:8); sentimentos
próprios (Cl 3) para que ele seja apto a compreender as
coisas concernentes ao Reino de Deus e ser formado no
caráter
divino. 2) Lc 14:33 - Renunciando a tudo quanto tem - O apóstolo
Paulo disse: “E na verdade, tenho também por perda todas as
coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor, pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as
considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp
3:8). Até a volta de Cristo, o crente deve pensar e buscar as
coisas que são de cima ( Cl 3:1,2). 3) Tt 2:12 - a) Renunciando a
impiedade - Aquele que é nascido de novo com certeza tem o seu coração
voltado para as coisas concernentes a Deus e isto é revelado através
da sua dedicação e amor à Palavra, às reuniões congregacionais
e todo e qualquer tipo de trabalho que se faz em pról do Reino de
Deus. b) Renunciar as concupiscência - Deus demanda santidade
também do corpo do cristão. Fugir de toda a tentação que possa
levar à prostituição e demonstração de sabedoria a qual é
produto do temor de Deus. O mundo não entende muito sobre renúncia
, porém ao crente é fundamental o seu exercício.
|