Fort Lauderdale, Florida, 13 de Maio de 2001 Ano IX  Nº 20


 

Uma vez, um Deserto!

Rev. Eronides DaSilva E.U.A.

Brasileiro, pastor, professor, escritor e conferencista.

“No dia imediato, depois que comeram do produto da terra, cessou o maná, e não o tiveram mais os filhos de Israel; mas, naquele ano, comeram das novidades da terra de Canaã”. (Js 5: 12).  Você pode imaginar alguém que, tendo saído do deserto, possa continuar vivendo como se estivesse ainda nele? É difícil aceitar esta idéia, porque o deserto é algo que nos amedronta, nos resseca por dentro e por fora! Não nos apavora só por causa de suas tempestades de areia e falta de água. Ele nos trás pavor, mesmo estático, porque nos faz confrontar conosco mesmo. Caminhar no deserto, consequentemente, significa esforço e sofrimento. Na verdade o deserto é símbolo de maldição, de infertilidade, de provação, de renúncia, de benção sob medida, de desgraça e de sofrimento. Depois de 400 anos de escravidão no Egito, Moisés, guiado e amparado pelo poder de Deus, conseguiu libertar o Povo Eleito, iniciando a longa jornada de 40 anos através do deserto até a Terra Prometida. Ao longo da travessia do deserto, Deus alimentou o povo com maná e codornizes, com água que fez jorrar da rocha e moldou-o com os Dez Mandamentos. Depois que o Povo eleito passou pelo Jordão sob a liderança de Josué, ainda ficaram onze dias vivendo como se estivesse no Deserto. (Js 5:11-12). Sem dúvida alguma, hoje muitas pessoas continuam a viver no deserto, mesmo tendo saído a muito tempo dele. Deprimem-se, pensando ainda estar debaixo da maldição, da infertilidade, da provação, da benção sob medida do maná, por terem sofrido durante tanto tempo. Parece um pesadelo sem fim! Mais do que tirar o deserto de dentro do seu povo, Deus tirou o Egito, que estava arraigado no coração deles, trazendo maldição, infertilidade, desgraça e sofrimento.  A entrada do Povo Eleito na terra prometida significou o fim do deserto, significou libertação permanente! Se o deserto acabou, o maná tinha que cessar. Havia novidade, era o fim da infertilidade. Agora a terra produzia, podemos contemplar seus frutos. O maná — bênção sob medida, é coisa do passado. Passado muito distante! Foi bom passar pelo deserto, é bem verdade, mas agora eu tenho à minha frente a terra prometida. Sim, não podemos viver o passado no presente, mas não podemos entrar no futuro sem celebrar a vitória sobre o passado! Uma vez, um deserto! Aleluia!

Renúncia

Maria Aparecida Ghigliotty E.U.A.

Brasileira, Seminarista e Professora.

Do latim Renuntiare: não querer, deixar, recusar.
É uma palavra que denota maior peso em relação aos
sinônimos acima citados. Entende-se como o abandono  de algo ou de alguém por uma causa maior, atitude essa que implica sacrifício e revela um caráter. A bíblia nos apresenta três referências de profundo cunho doutrinário 1) Mt 16:24 - Para alguém que se candidata ao discipulado de Jesus  lhe é necessário renunciar-se a si mesmo. Assim como o Deus-Filho, a segunda pessoa da Divindade, despojou-se dos seus atributos para se encarnar como Filho do Homem para que o homem fosse reconciliado com o Deus-Pai, esse mesmo homem também tem que despojar-se de toda tradição (Gl 1:14); filosofias humanas (Cl 2:8); sentimentos próprios (Cl 3) para que ele seja apto a compreender  as coisas concernentes ao Reino de Deus e ser formado no caráter divino. 2) Lc 14:33 - Renunciando a tudo quanto tem -  O apóstolo Paulo disse: “E na verdade, tenho também por perda todas as coisas, pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor, pelo qual sofri a perda de todas estas coisas, e as considero como esterco, para que possa ganhar a Cristo” (Fp 3:8). Até a volta de Cristo, o crente deve pensar e buscar as coisas que são de cima ( Cl 3:1,2). 3) Tt 2:12 - a) Renunciando a impiedade - Aquele que é nascido de novo com certeza tem o seu coração voltado para as coisas concernentes a Deus e isto é revelado através da sua dedicação  e amor à Palavra, às reuniões congregacionais e todo e qualquer tipo de trabalho que se faz em pról do Reino de Deus. b) Renunciar as concupiscência -  Deus demanda santidade também do corpo do cristão. Fugir de toda a tentação que possa levar à prostituição e demonstração de sabedoria a qual é produto do temor de Deus. O mundo não entende muito sobre renúncia , porém ao crente é fundamental o seu exercício.  
 

O Padrão do Relacionamento com os Inimigos

João Luís Cabral E.U.A.

Angolano, diácono e Diretor do Dapartamento de Música

 

Texto Áureo da Lição

"Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e 
orai pelos que vos maltratam e vos perseguem" (Mt 5.44).


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: PELEJAR POR JESUS — 108 da Harpa Cristã.

 

1. Conhecendo de Perto o Inimigo

  • Na Família: 2Sm 15.1-14.
  • No Mundo:  2Tm 3.1-5,13,14.
  • Na Igreja:  Rm 12.19; Fp 3.18; 2Tm 4.14.

2. Jesus, o Padrão do Nosso Relacionamento

  • Na Renúncia: Fp 2.5-11; Hb 5.8,9.

  • Na Prática da Justiça: Mt 5.44,45,20; At 10.38.

  • Na Demonstração do Amor: Lc 23.34; Ef 5.1,2.

3. Cuidando no Relacionamento com os Inimigos

  • Caminhar com Prudência: 1Sm 18.5,10-16; Ef 5.15,16; 1Pe 5.8 .
  • Desviar-se do Mal: 1Sm 18.11; Mt 16.6; 2Tm 3.5.
  • Andar no Temor do Senhor: 1Sm 24.10; 26.9; Jó 1.8; 2.3; Mq 6.8.

 

Texto da Lição:

 

Mateus 5:38-48

 38 Ouvistes que foi dito: Olho por olho e dente por dente.
39 Eu, porém, vos digo que não resistais ao mal; mas, se qualquer te bater na face direita, oferece-lhe também a outra;
40 e ao que quiser pleitear contigo e tirar-te a vestimenta, larga-lhe também a capa;
41 e, se qualquer te obrigar a caminhar uma milha, vai com ele duas. 42 Dá a quem te pedir e não te desvies daquele que quiser que lhe emprestes.
43 Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo e aborrecerás o teu inimigo. 44 Eu, porém, vos digo: Amai a vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem, 45 para que sejais filhos do Pai que está nos céus; porque faz que o seu sol se levante sobre maus e bons e a chuva desça sobre justos e injustos. 46 Pois, se amardes os que vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o mesmo? 47 E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de mais? Não fazem os publicanos também assim? 48 Sede vós, pois, perfeitos, como é perfeito o vosso Pai, que está nos céus.
  (ARC)