Fort Lauderdale, Florida, 10 de Setembro de 2000 Ano VIII  Nº 37


 

Ruínas Inúteis

Rev. Marcos Antônio Azevedo - Brasil

Um velho ditado afirma que reformar é sempre pior do que fazer novo. Sem dúvida, toda reforma implica em cuidados redobrados. Lembre-se, por exemplo, o longo e dispendioso trabalho de restauração da figura de Davi, pintada na abóbada da Capela Sixistina, por Michelângelo, no final da Idade Média. Conta-nos a história bíblica que os que retornaram da Babilônia iniciaram logo o processo de culto a Deus, através dos sacrifícios, mas, quando começaram a encontrar obstáculos e resistência por parte do povo de Samaria, que habitava o antigo reino do norte, tiveram de parar a construção do templo. É assim que Deus faz. Ele chamou, preparou e enviou Neemias para reconstruir os muros de Jerusalém. Ele usou seu servo para reformar a cidade. Mas antes, foi preciso demolir algumas coisas da vida do povo, a fim de que, este, preparado, pudesse lançar-se na obra de restauração. O texto de Neemias capítulo dois, versos 11 a 20, fala das medidas preliminares que Neemias estava tomando, antes de lançar-se na reconstrução da cidade. Ele faz, na verdade, uma grande inspeção, a fim de verificar que tipo de força-tarefa poderia reunir. Neemias precisou demolir, primeiro, alguns muros da vida do povo, a fim de conquistá-lo para a reconstrução de Jerusalém. Por oportuno perguntamos: quais os muros que precisam ser demolidos de nossas vidas, a fim de que se construa os novos? Neemias teve de derrubar do coração do povo os muros da incapacidade de se confrontar com as próprias dores. O texto informa que, após chegar a Jerusalém, Neemias levou alguns representantes do povo, e os fez interagir com a sua própria dor, ou seja, os fez contemplar os muros derribados, as portas queimadas pelo fogo, enfim, defrontou-lhes todo aquele quadro dramático. Na verdade, o próprio Neemias estava sendo confrontado com aquela dor, com aquele sofrimento, visto ter feito sua a dor do seu povo. Muita coisa precisava ser demolida para, só então, ser reconstruída. Ou seja, o pouco que fora deixado das muralhas deveria ser demolido a fim de que fosse preparado o caminho para uma substituição decente. A tarefa era avassaladora em suas dimensões. Muitas vezes precisamos passar pelas portas do vale, do monturo, da fonte, e, em nossas próprias ruínas, como fizera Neemias, e verificar que, não poucas vezes, as vias estão bloqueadas, os acessos e os caminhos, repletos de lixo, de escombros. A grande lição para as nossas vidas é que nunca mudaremos se continuarmos vivendo limitados pelo nosso narcisismo, achando-nos os melhores, os perfeitos, os bons, os tais. Em nossa vida diária, os escombros existenciais precisam ser retirados para dar lugar a novas construções. Ou seja, para Deus construir o novo é preciso admitir que se retire o que é velho. No entanto, só você, com a ajuda de Deus, pode corajosamente avaliar quais são as ruínas de sua vida, o mais das vezes, ruínas inúteis. Deus nos ajude!

Perseguição

João Luis Cabral

       Seu verbo em latim, Persegui, significa seguir de perto, vexar, atormentar tiranicamente, castigar, punir, etc. Na Bíblia vamos encontrar dois exemplos de perseguição: a Colectiva, na vida do povo de Israel ( Ex 14.9,10,13,14 ); e, a Pessoal, na vida dos homens de Deus, os profetas ( Mt 5.12 ). Este acto foi o que caracterizou e marcou a vida da igreja ao longo de todos esses anos. Houve dez grandes perseguições encabeçadas pelos imperadores romanos: Nero, Domiciniano, Trajano, Adriano, Marco Aurélio, Septímio Severo, Maximino, Décio, Valeriano e Diocleciano, os quais em épocas diferentes maltrataram, martirizaram os cristãos, porém a igreja seguiu triunfante e confiante na Palavra — “Retiraram-se pois da presença do conselho, regozijando-se de terem sido julgados dignos de padecer afronta pelo nome de Jesus. E todos os dias, no templo e nas casas, não cessavam de ensinar, e de anunciar a Jesus Cristo.“ (At 5.41,42). Das Perseguições romanas aos cristãos, houve vários mártires, sendo os mais notáveis: Paulo, Pedro (por Nero); Clemente de Roma, João, o apóstolo (por Domiciano); Inácio, Simeão, Zózimo, Rufo (por Trajano); Telésforo (por Adriano); Justino Mártir, Potino, Blandina (por Marco Aurélio); Leônidas, Ireneu, Perpétua (por Septímio Severo); Úrsula, Hipólito (por Maximino, o Trácio); Fabiano, Alexandre de Jerusalém (por Décio); Orígenes, Cipriano, Sixto II (por Valeriano); Maurício, Albano (Diocleciano Galério). Estes são alguns dos nossos Pais Apostólicos, os quais com muita propriedade edificaram e fortaleceram os cristãos na defesa da Fé, no combate às heresias, e no ministrar da Sã Doutrina à Teologia Bíblica, negando-se a si mesmos, dando suas próprias vidas por amor de Cristo Jesus nosso Senhor. É imprescindível realçar, que em meio a tanto assombro a igreja prosseguiu sem temor e com maior firmeza e com mais vigor, “Olhando para Jesus autor e consumador da fé “, porque as provações, perseguições e tribulações nunca ofuscaram a fé, o amor, a visão e a esperança da Noiva de Cristo, mas muito pelo contrário, a fazem crescer, amadurecer e vencer na presença do Senhor para herança do céu dos céus; (Rm 5.2-5; 8.31-39). Assim a igreja continua a sua caminhada até a vinda gloriosa do Senhor Jesus Cristo, seguindo firme, constante e abundante na Obra do Senhor, “Tendo por certo que as aflições deste tempo presente não são para comparar com a glória que em nós há de ser Revelada."

Quando Vem a Perseguição

Manuela Barros

 

Texto Áureo da Lição: Jo 16:33

Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.


Hino sugerido para abertura da Escola Dominical: A FÉ DOS SANTOS - 330 da Harpa Cristã.

 

1.  Perseguições da Igreja Primitiva

  • Pela penetração do Evangelho: At 5:28; 9:2,31; Mt 28:18-20.

  • Pela definição do cristianismo: Rm 1:16; Gl 5:1-5; Hb 9:13-15; Rm 10:4,8,12,13.

  • Pela conservação da : 2 Tm 4:6-9; Rm 8:35-37; 2 Co 4:16-18; 5:1; Hb 10:38,39.

 

2. Perseguições da Igreja Reformada

  • Pela separação da igreja e do estado: Mt 22:20,21; Rm 13:2,7; 1 Tm 1:2; Jo 18:36.

  • Pela retomada da doutrina bíblica: 2 Tm 3:12-15; Ef 2:8,9; Hb 9:27; 1 Tm 4:13-18.

  • Pela defesa do novo nascimento: Jo 3:3,5; Mt 7:20-23; 2 Co 5:17.

 

3. Perseguições da Igreja Renovada

  • Pela oposição ao secularismo: At 2:40; Lc 12:15,23,31; Cl 2:4; Lc 14:18; Tg 4:3-5.

  • Pelo obandono do tradicionalismo: Mt 15:2,18,19; Mc 2:15-17; Cl 2:8

  • Pela aceitação do pentecostalismo: At 2:39; 10:47.

Texto da Lição:

Atos 19:23-32

23 Naquele mesmo tempo, houve um não pequeno alvoroço acerca do Caminho. 24 Porque um certo ourives da prata, por nome Demétrio, que fazia, de prata, nichos de Diana, dava não pouco lucro aos artífices, 25 aos quais, havendo-os ajuntado com os oficiais de obras semelhantes, disse: Varões, vós bem sabeis que deste ofício temos a nossa prosperidade; 26 e bem vedes e ouvis que não só em Éfeso, mas até quase em toda a Ásia, este Paulo tem convencido e afastado uma grande multidão, dizendo que não são deuses os que se fazem com as mãos. 27 Não somente há o perigo de que a nossa profissão caia em descrédito, mas também de que o próprio templo da grande deusa Diana seja estimado em nada, vindo a majestade daquela que toda a Ásia e o mundo veneram a ser destruída. 28 Ouvindo isto, encheram-se de ira e clamaram, dizendo: Grande é a Diana dos efésios! 29 E encheu-se de confusão toda a cidade, e unânimes correram ao teatro, arrebatando a Gaio e a Aristarco, macedônios, companheiros de Paulo na viagem. 30 E, querendo Paulo apresentar-se ao povo, não lho permitiram os discípulos. 31 Também alguns dos principais da Ásia, que eram seus amigos, lhe rogaram que não se apresentasse no teatro. 32 Uns, pois, clamavam de uma maneira, outros, de outra, porque o ajuntamento era confuso; e os mais deles não sabiam por que causa se tinham ajuntado. (ARC)