Os sacrifícios e ofertas eram os elementos físicos pelos quais, o oferente trazia a Deus para expressar sua devoção, gratidão ou necessidade de perdão. Algumas nações antigas tinham o costume de oferecer sacrifícios aos seus deuses, mas não com o significado ou propósito que Israel. Vários personagens bíblicos ofereceram sacrifícios ao Senhor, como Abel, Noé, Jó, Abraão, Isaque, Jacó, Salomão, e outros mais. No entanto, o sistema sacrificial organizado baixo à Lei entrou em vigor a partir do êxodo. O sacrifício exigia uma vítima, sangue derramado sobre o altar. Ao homem pecar no Éden, o preço de sua queda foi a morte. Desta feita, para o homem chegar-se a Deus era necessário que uma vítima, limpa e purificada de ofensas, fosse oferecida em substituição. Sangue de bois, ovelhas, carneiros, bodes, cabras, pombas e rolas eram oferecidos diante de Deus para perdoar as ofensas da carne (Hb 9.13,14). O pecado do ofensor era perdoado através de sua fé depositada naquele símbolo que apontava para o Cordeiro de Deus, que havia sido imolado antes da fundação do mundo, mas que haveria de ser revelado na "plenitude dos tempos". A lei estabeleceu, com certas particularidades, os sacrifícios e ofertas, que os judeus deviam efetuar. As ofertas eram tomadas tanto do reino vegetal, chamadas de ofertas sem sangue ou de manjares (farinha, trigo torrado, bolos, e vinho), como do reino animal. Com as ofertas sem sangue, era também costume oferecer as ofertas de libação, ou seja, vinho ou azeite eram derramados perante o Senhor (Gn 35.14; Nm 28.14; Fp 2.17). Além dessas ofertas, usava-se também o sal, que era emblema de pureza. Os animais oferecidos deveriam ser sem mancha (defeito), e não podiam ter menos de 8 dias ou acima de 3 anos. Nunca eram oferecidos peixes, e os sacrifícios humanos eram expressamente proibidos (Lv 18.21). Pela Lei, o oferente deveria se purificar primeiramente (Ex 19.14), e depois levar a vítima ao altar. Voltado então para o santuário, punha a mão sobre a cabeça do animal, o qual era depois imolado geralmente pelo sacerdote (2Cr 29.23,24). Morta a vítima, o sacerdote tomava o sangue em uma bacia e depois o espargia sobre o altar. O animal era cortado em pedaços pelo oferente (Lv 1.6), sendo a gordura queimada pelo sacerdote (Lv 7.31). Em algumas ocasiões a vítima era levantada pelo sacerdote e movimentada - a Bíblia denomina este ato de apresentação ao Senhor como oferta de movimento (Lv 8.27; 7.30). O oferente não deveria oferecer o que não lhe custasse; parte dos seus bens era transferido para Deus (2Sm 24.24). Haviam cinco tipos de ofertas oferecidas a Deus. Essas cinco ofertas poderiam ser divididas em duas classes: as ofertas de cheiro suave (Holocausto, Manjares e Pacíficas) e as ofertas pelo pecado (Transgressão e Pecado).
O vocábulo Sacerdócio é proveniente do latim “sacerdotiu” que significa cargo, dignidade e função de sacerdote. É aquele que entre os hebreus faz ou ministra os sacrifícios à Deus. Entre os gentios também se designava sacerdote ao sacrificador. Seria impossível falar do Tabernáculo sem mencionar o Sumo Sacerdote, que era o cargo religioso mais alto entre o povo israelita, pois este representava Israel diante do próprio Deus. Antigamente, na época do Êxodo, havia israelitas que possuíam este direito de sacerdócio, e o exerciam; assim como os patriarcas que intercediam por suas famílias. Jó (Jo 1:5); Abraão (Gn 22:3) ou os chefes da nação como Melquisedeque (Gn 14:18)]. Se tornou necessário designar uma ordem especial para desempenhar os deveres sacerdotais, sendo a tribo de Levi a escolhida para esse fim. Desta tribo, saíram os sacerdotes da linhagem Arônica, como diz as Escrituras: “Então, disse o Senhor a Arão: Tu, e teus filhos, e a casa de teu pai contigo, levantareis sobre vós a iniquidade do santuário; e tu e teus filhos contigo levareis sobre vós a iniquidade do vosso sacerdócio. E também farás chegar contigo a teus irmãos, a tribo de Levi, a tribo de teu pai, para que se ajuntem a ti e te sirvam: mas tu e teus filhos contigo estareis perante a tenda do Testemunho” (Nm 18:1,2). A Bíblia Sagrada nos diz que no princípio, nem Arão, ou os da Tribo de Levi, foram os primeiros a serem chamados a esse ministério, se não toda a nação de Israel (Ex 19:5,6). O estabelecimento da nação como um reino de sacerdotes, era cumprido através da separação dos varões primogênitos de cada casa de Israel (Ex13:11-13;22:29;34:19; Nm 18:15). A ideia fundamental de sacerdote é a de um mediador entre o homem e Deus. Desta maneira, o sacerdócio atestava a vida pecadora do homem, a santidade de Deus, e por consequência, a necessidade de certas condições para que o pecador pudesse aproximar-se da Divindade. O homem deveria ir a Deus por meio do sacrifício de animais sem mancha para a purificação dos pecados, e estar perto de Deus pela intercessão. Essas funções sacerdotais, eram relacionadas com o sacrifício e a intercessão pela nação de Israel. A liturgia mais importante ministrada pelo sumo sacerdote, era realizada uma vez ao ano, no Dia Anual da Expiação, quando se fazia sacrifícios de expiação pelos pecados de toda a nação de Israel. O sangue do sacrifício era transposto além do Véu do Testemunho, no Lugar Santíssimo, e era oferecido a Deus diante da Arca do Concerto pelo sumo sacerdote. O escritor aos Hebreus escreve: “Porque, se o sangue dos touros e bodes, e a cinza duma novilha esparzida sobre os imundos, os santifica quanto à purificação da carne, quanto mais o sangue de Cristo, que pelo Espírito eterno se ofereceu a si mesmo imaculado a Deus, purificará as vossas consciências das obras mortas” (Hb 9.13,14). Jesus foi este Sumo Sacerdote santo, inocente, imaculado, separado dos pecadores, e feito mais sublime do que os céus, anteriormente tipificado por Arão e sua linhagem. Porém a lei constitui sumos sacerdotes a homens fracos, mas a palavra do juramento, que veio depois da lei, constitui o Filho perfeito para sempre (Hb 7.26,28). Portanto, Cristo após ressurreto, ascendeu aos céus e assentou-se à destra de Deus; vivendo eternamente para interceder por nós, que já fomos lavados pelo seu sangue. Ele, unicamente Ele, é o mediador entre Deus e os homens (1 Tm 2.5).